Open Access
CC BY 4.0 · Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39(01): 217712352023rbcp0814pt
DOI: 10.5935/2177-1235.2023RBCP0814-PT
Artigo Original

Cosmiatria: Uma análise do mercado brasileiro

Article in several languages: português | English
1   Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Serviço de Cirurgia Plástica, Departamento de Cirurgia, Recife, PE, Brasil.
,
1   Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Serviço de Cirurgia Plástica, Departamento de Cirurgia, Recife, PE, Brasil.
,
2   UNINASSAU, Recife, PE, Brasil.
,
1   Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Serviço de Cirurgia Plástica, Departamento de Cirurgia, Recife, PE, Brasil.
,
1   Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Serviço de Cirurgia Plástica, Departamento de Cirurgia, Recife, PE, Brasil.
,
1   Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco, Serviço de Cirurgia Plástica, Departamento de Cirurgia, Recife, PE, Brasil.
› Author Affiliations
 

▪ RESUMO

Introdução:

O mercado de procedimento estéticos cresce exponencialmente no Brasil. Tal crescimento tem despertado o interesse de várias categorias profissionais. A decisão de praticar no setor deve considerar as oportunidades de mercado da localidade na qual se pretende atuar. Entretanto, a área carece de análises comparativas documentando prováveis diferenças regionais no país. O objetivo do estudo é descrever as diferenças de mercado em procedimentos estéticos entre os estados e regiões brasileiras. Um índice de potencial consumo de cosmiatria (IPCC) é calculado para tal análise comparativa.

Método:

Estudo transversal envolvendo prestadores de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil. Buscas no Google®-Google Maps® foram conduzidas usando termos-chave e entrevistas telefônicas realizadas para obter informações sobre categorias profissionais, tipo de provedores e serviços oferecidos. Valores preditivos positivos foram obtidos para todas as estratégias de busca e usados para estimar o número total de provedores. O tamanho da população e a renda per capita foram considerados para o cálculo dos IPCCs para os estados brasileiros.

Resultados:

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentaram os maiores IPCCs, sendo 524, 210 e 180, respectivamente. Roraima teve um IPCC de 14, o mais baixo do país. A Região Sudeste apresentou, em média, o maior IPCC (242) entre todas as regiões brasileiras.

Conclusão:

Considerando o tamanho da população e a renda, a Região Sudeste apresenta as maiores oportunidades de mercado em procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil. Nossos achados podem ser de interesse para profissionais de saúde e investidores que atuam ou pretendem atuar no setor.


INTRODUÇÃO

Os procedimentos estéticos cresceram consideravelmente em todo o mundo nos últimos anos. Em 2020, 24.529.875 procedimentos estéticos foram realizados globalmente, o que representa um aumento acumulado de 11,9% em relação aos 21.921.285 procedimentos estimados para 2016[1]. Apesar da pandemia de COVID-19, o número de procedimentos estéticos não cirúrgicos em 2020 aumentou 4,7% quando comparado a 2019[1]. Considerando o número absoluto de procedimentos por países, juntamente com os Estados Unidos, o Brasil ocupa uma posição de liderança[1]. Quando os tamanhos populacionais são levados em consideração, Brasil e Argentina ocupam as primeiras posições, com 715 e 631 procedimentos por 100.000 pessoas, respectivamente[2].

Recentemente, nosso grupo demonstrou a existência de uma “epidemia” de injetores de toxina botulínica no Brasil[3]. Mais de 139 mil profissionais de saúde praticam no setor no País. Aproximadamente 85% desses profissionais são representados por dentistas, ao passo que apenas 4% são cirurgiões plásticos.

Intervenções estéticas não cirúrgicas são consideradas procedimentos que podem ser realizados em consultórios e clínicas. Tais procedimentos de estética compreendem os injetáveis (toxina botulínica, ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio, ácido poli-L-lático e outros), os peelings químicos e ablativos, fotorrejuvenescimento, depilação e redução de gordura não cirúrgica.

A indústria da beleza, incluindo o segmento de cosméticos, é um mercado multibilionário com notável projeção de crescimento. Espera-se que o mercado global de procedimentos cosméticos cresça de us$ 46.45 bilhões em 2023 para us$ 63.66 bilhões em 2027. No Brasil, com a popularização dos procedimentos estéticos não cirúrgicos e o crescente número de profissionais praticando no setor, a saturação do mercado torna-se uma preocupação. É digno de nota o crescimento significativo de franquias que fornecem esses serviços no Brasil nos últimos anos[5].

Vários fatores podem influenciar as oportunidades no mercado de estética nos estados brasileiros. O número de habitantes e a renda per capita por estado são fatores a serem considerados por profissionais que desejam praticar no setor. Entretanto, existe uma escassez de análises comparando o mercado de estética entre os estados e as regiões brasileiras.


OBJETIVO

Com o intuito de descrever a situação atual dos serviços de estética, assim como o potencial de consumo de tais serviços entre os estados e as regiões no Brasil, realizamos uma pesquisa nacional com profissionais e clínicas da área.


MÉTODO

O presente estudo foi realizado no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), em Recife-PE, no período de junho a dezembro de 2022. Este é um estudo transversal nacional envolvendo provedores de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil. O estudo foi dividido em duas fases: 1) Identificação dos profissionais de estética por meio de pesquisa Google®-Google Maps®; e 2) Entrevistas telefônicas para caracterização das categorias profissionais, tipo de fornecedores (clínicas, franquias ou consultórios exclusivos de profissionais de saúde) e informações sobre serviços prestados. O Instituto Brasileiro de Pesquisa e Consultoria® forneceu assistência operacional para conduzir todas as entrevistas telefônicas. Os entrevistadores eram funcionários independentes que não faziam parte do grupo dos pesquisadores.

Uma estratégia de busca foi estabelecida usando seis palavras-chave: “estética”, “clínica de estética”, “toxina”, “toxina botulínica”, “Botox®” e “harmonização facial”. Todos os termos de busca foram usados em combinação com o nome dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Optamos por priorizar os termos relacionados à toxina botulínica por ser o procedimento estético não cirúrgico mais realizado no mundo[6]. Assim, esperamos capturar a maioria dos provedores realizando todos os procedimentos correlatos.

A triagem inicial, seja por verificação de anúncios ou consulta a sites/redes sociais, permitiu a exclusão de resultados não relacionados às estratégias de busca (por exemplo, pet shops) e dados de contato inválidos. Posteriormente, as ligações telefônicas permitiram confirmar o número real de fornecedores de cosmiatria da lista de estratégias de busca. Para as três primeiras unidades federativas analisadas (São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal), nossos principais termos de pesquisa geraram um valor preditivo positivo (VPP) de 48,7% (± 6,1%) para fornecedores de toxina botulínica e um VPP de 42% (± 5,3%) para clínicas que prestam serviços estéticos não cirúrgicos.

Depois de remover duplicatas para as seis combinações de pesquisa, foi observado um VPP final de 16,4% (0,1-33% no intervalo de confiança de 95%) para todos os termos de pesquisa combinados. Assumindo que as pesquisas Google®-Google Maps® sofreriam a mesma interferência de resultados indesejados, o VPP final obtido foi utilizado para estimar o número de serviços cosméticos para todos os outros estados, possibilitando, assim, uma análise comparativa entre eles.

Um questionário foi desenvolvido como guia para os entrevistadores ([Quadro 1]). Todas as recusas, números de telefone inválidos da Internet e chamadas não concluídas foram documentados. Com base nas entrevistas telefônicas de clínicas de estética, foram determinados o percentual e o número de diferentes categorias profissionais que trabalham nessas clínicas. Em seguida, novas estratégias de busca foram realizadas por cada categoria para todos os estados brasileiros (ou seja, “dentista” e “nome do estado”).

Quadro 1.

QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

1.

Vocês oferecem aplicações de toxina botulínica?

2.

Quais são as categorias profissionais que fazem as aplicações? Quantos profissionais trabalham na sua clínica ou consultório?

3.

Qual a marca de sua toxina botulínica (nome comercial)?

4.

Qual o valor da aplicação por unidade de toxina?

5.

Qual o horário disponível para aplicação de toxina mais próximo?

6.

Quais outros serviços de estética vocês oferecem?

7.

Se outros serviços oferecidos, quais são os profissionais que os realizam?

8.

Se oferecido, qual o nome do seu preenchedor (nome comercial)?

9.

Quais equipamentos sua clínica possui (laser, ultrassonografia etc.)?

Entrevistas por telefone também foram realizadas para obter informações sobre a porcentagem de profissionais que fazem procedimentos estéticos e seus honorários. Foram entrevistadas amostras convenientes correspondentes a aproximadamente 10% dos resultados de pesquisa obtidos para cada estado. Nenhum identificador pessoal dos assistentes ou dos provedores foi registrado durante as entrevistas.

Dados nacionais de sociedades profissionais de dentistas, dermatologistas e cirurgiões plásticos foram usados para estimar o número total de profissionais que prestam procedimentos estéticos não cirúrgicos para todo o país. Portanto, os números totais desses profissionais atuando na área foram estimados com base no número total de clínicas e/ou provedores individuais.

Com o objetivo de comparar as oportunidades de mercado entre os estados brasileiros, um índice de potencial consumo de cosmiatria (IPCC) foi calculado ajustando o número de serviços pela população e rendimento nominal mensal domiciliar per capita por estado brasileiro. Dados referentes à população e à renda foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2021[7] [8].

Os resultados foram apresentados em números absolutos e percentuais. Médias ou medianas com desvios padrão ou intervalos interquartis foram relatados quando apropriado. Os dados da pesquisa foram agregados e extrapolados para todos os estados brasileiros. Os resultados foram baseados em um nível de confiança de 95% com uma margem de erro de ± 3,9%. O teste de análise de variância (ANOVA) de uma via foi realizado para comparar os honorários entre os profissionais e a franquia.

O estudo não precisou ser submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) por ser uma pesquisa de mercado realizada na Internet e por meio de ligações telefônicas a clínicas de estéticas, sem envolver pacientes. O estudo seguiu os princípios de Helsinque. Esta análise secundária faz parte de um protocolo de estudo que foi publicado no Registro Nacional de Protocolos de Pesquisa para Hospitais Universitários Federais do Brasil (Rede Pesquisa, Ebserh, Hospitais Universitários Federais, código do projeto 4312, HC-UFPE).


RESULTADOS

Todas as estratégias de busca resultaram em 25.894 endereços no Google Maps® para os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Após excluir duplicatas e resultados não relacionados, bem como os números de contato inválidos, 4.221 serviços de estética não cirúrgica foram encontrados durante o período do estudo ([Figura 1]). Um total de 2.270 entrevistas telefônicas foram realizadas.

Zoom
Figura 1. Fluxograma da Pesquisa.

Das 4.221 clínicas de estéticas, 1.152 (27,3%) pertenciam a rede de franquias. Dentistas, biomédicos e dermatologistas representavam 80% da força de trabalho ([Tabela 1]). Em média, constatou-se que dois profissionais atuam nessas clínicas. Os tipos de serviços oferecidos pelas clínicas de estéticas foram detalhados na [Tabela 2].

Tabela 1.

Categoria

Participação

Número Estimado

Dentistas

43%

3.630

Biomédicos

24%

2.026

Dermatologistas

13%

1.098

Farmacêuticos

4%

338

Enfermeiras

3%

253

Cirurgiões Plásticos

2%

169

Fisioterapeutas

1%

84

Esteticistas

1%

84

Multiprofissionais

9%

760

Todos

100%

8.442

Tabela 2.

Toxina botulínica

95%

Número médio de profissionais contratados para aplicação de toxina botulínica

2

[*]Valor médio por unidade de toxina botulínica

R$ 17,30

Disponibilidade de horário na clínica dentro de 24h da ligação telefônica

59%

Ácido Hialurônico

90%

Hidroxiapatita de Cálcio/ Ácido Poli-L- Láctico

65%

Fios de Sustentação

25%

Ultrassons Microfocado e Macrofocado

10%

Laser

7%

Estímulo Muscular Eletromagnético

7%

Radiofrequência

6%

Contrações Musculares Supramáximas

2%

A [Tabela 3] mostra as porcentagens de dentistas, dermatologistas e cirurgiões plásticos que realizam procedimentos estéticos não cirúrgicos e seus números totais estimados. Apesar de apenas 31% dos dentistas entrevistados afirmarem realizar aplicação de toxina botulínica, o número absoluto desses profissionais é extremamente superior a todas as outras categorias juntas.

Tabela 3.

Categoria

Número total de profissionais no Brasil

Percentagem atuando no mercado

Número estimado atuando no mercado

Dentistas

376.067

31%

116.957

Dermatologistas

9.685

87%

8.678

Cirurgiões Plásticos

7.079

76%

5.359

Os cirurgiões plásticos e dermatologistas detinham as maiores taxas de injeção de toxina botulínica em comparação a dentistas e franquias. Como previamente reportado, os honorários das franquias eram aproximadamente 27% menores do que os dos cirurgiões plásticos.

Ao combinar o número de profissionais que trabalham em clínicas e consultórios individuais, foi estimado e publicado recentemente por nosso grupo um total de 139.436 prestadores de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil. A odontologia foi de longe a categoria profissional mais comum, representando aproximadamente 87% dos fornecedores de procedimentos estéticos[3].

As taxas de profissionais atuando no setor por 100.000 habitantes estão disponíveis na [Tabela 4]. São Paulo possui o menor número de profissionais por população, enquanto Roraima apresenta a maior taxa. O ranking dos estados brasileiros de acordo com o IPCC também é apresentado na [Tabela 4]. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam os maiores IPCCs do Brasil. Acre, Amapá e Roraima detêm os menores índices entre os estados brasileiros. A [Figura 2] demonstra o IPCC por região do País. O IPCC do Sudeste é nitidamente superior aos índices das demais regiões brasileiras.

Tabela 4.

ESTADO

SERVIÇO/100.000 HABITANTES

IPCC

São Paulo

3

524

Minas Gerais

6

210

Rio de Janeiro

10

180

Rio Grande do Sul

12

143

Paraná

11

140

Bahia

7

117

Pará

8

103

Santa Catarina

17

99

Amazonas

8

94

Goiás

16

81

Mato Grosso do Sul

20

73

Ceará

13

70

Pernambuco

12

69

Distrito Federal

39

65

Mato Grosso

21

65

Espírito Santo

24

54

Maranhão

12

53

Paraíba

19

45

Rio Grande do Norte

32

35

Piauí

24

35

Alagoas

24

32

Tocantins

34

30

Sergipe

35

26

Rondônia

47

22

Acre

47

19

Amapá

54

16

Roraima

73

14

Zoom
Figura 2. Índice de Potencial Consumo de Cosmiatria.

DISCUSSÃO

Nosso estudo forneceu estimativas abrangentes sobre o número total de fornecedores de procedimentos cosméticos não cirúrgicos e sua participação na prestação de tais serviços no Brasil. A partir dessas estimativas, ajustando para população e renda domiciliar per capita por estado, criamos o IPCC, um índice de potencial consumo de cosmiatria, possibilitando uma análise comparativa acerca das oportunidades do mercado de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil. Não temos conhecimento de estudos semelhantes sobre estimativas específicas do setor.

A Região Sudeste, particularmente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, destacou-se pelos altos IPCCs. Tal achado sugere que as oportunidades de mercado nessa região seriam maiores do que em outras regiões do Brasil. Apesar desses três estados possuírem os maiores números absolutos de serviços de estética, as suas vastas populações e maiores rendas per capitas torna-os lugares mais favoráveis para prática de profissionais do ramo. Esta informação pode ser particularmente valiosa para novos profissionais da área quando da decisão de iniciar suas atividades em determinadas regiões do Brasil.

Recentemente, nosso grupo demonstrou a existência de uma “epidemia” de injetores de toxina botulínica no Brasil[3]. Foram projetados mais de 139.000 injetores, o que representa aproximadamente 0,7 profissionais para cada 1.000 brasileiros. Além disso, embora a maioria dos dermatologistas e cirurgiões plásticos realizasse procedimentos estéticos não cirúrgicos, a grande maioria (87%) dos profissionais atuantes na área eram dentistas.

O rápido crescimento do setor e a atuação de profissionais não médicos foi motivo de debate em nossa publicação prévia e de outros estudos[9] [10]. Ultimamente, casos de complicações associadas a procedimentos de estética realizados por dentistas foram documentados no Brasil[11] [12]. Nos Estados Unidos, como poderia ser esperado, um estudo sobre a prática de depilação a laser por não médicos demonstrou um aumento no número de processos judiciais[13].

Evidenciamos que a maioria das clínicas oferecem injetáveis como a toxina botulínica e o ácido hialurônico. Entretanto, uma pequena proporção detém tecnologias mais avançadas para procedimentos de cosmiatria. Tais tecnologias requerem maior expertise e maiores custos.

Aproximadamente 60% das clínicas tinham disponibilidade de horário dentro de 24 horas seguindo a entrevista telefônica. Este dado permite avaliar a relação ofertademanda de tais procedimentos estéticos. Apesar de uma alta demanda, o aumento significativo de clínicas de estética nos últimos anos, particularmente vinculadas a franquias, facilitou o rápido acesso aos procedimentos cosméticos não cirúrgicos.

Por fim, evidenciamos anteriormente que os valores de procedimentos estéticos são menores em clínicas de franquias, o que, presumidamente, explica a popularização de tais procedimentos entre segmentos da sociedade com menores rendas domiciliares. Entretanto, um estudo americano apontou maior preferência do público, quando da realização de procedimentos estéticos, por médicos[14].

Nosso estudo tem várias limitações. Primeiro, a pesquisa na Internet foi usada para identificar fornecedores de procedimentos estéticos não cirúrgicos. No entanto, nem todos os fornecedores, no momento da pesquisa, poderiam ter anúncio online ativo, o que é que capaz de subestimar o número de clínicas de estética detectadas. Além disso, embora tenhamos selecionado as categorias de profissionais mais prováveis que realizam procedimentos cosméticos, outros provedores podem ter sido perdidos. Finalmente, a utilização de renda domiciliar per capita para avaliar as oportunidades de mercado pode não necessariamente estar relacionada ao desejo e ao potencial em consumir tais serviços.


CONCLUSÃO

Quando a população e a renda domiciliar per capita são consideradas, diferenças significantes são documentadas entre estados brasileiros quanto ao potencial de consumo de serviços de estética no Brasil. Baseado no Índice de Potencial Consumo de Cosmiatria, a Região Sudeste apresenta as melhores oportunidades de mercado no setor de procedimentos estéticos não cirúrgicos entre as regiões brasileiras.

A existência de uma “epidemia” de fornecedores de procedimentos estéticos não cirúrgicos no Brasil é uma realidade. Atualmente, o mercado é dominado por não médicos, principalmente por dentistas.



Conflitos de interesse:

não há.

Instituição: Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), Recife, PE, Brasil.



*Autor correspondente:

Bartolomeu Antonio Nascimento Junior
Hospital das Clínicas - UFPE
Avenida Prof. Moraes Rego, S/N, Cidade universitária, Recife, Pernambuco, Brazil, CEP: 50670-901

Publication History

Received: 29 April 2023

Accepted: 20 August 2023

Article published online:
20 May 2025

© 2024. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

Bibliographical Record
BARTOLOMEU ANTONIO NASCIMENTO JUNIOR, FLÁVIO JOSÉ TEIXEIRA ROCHA ATAÍDE DA MOTTA, FERNANDA AUGUSTA SIQUEIRA-CAMPOS FERREIRA DA SILVA, FÁBIO DIAS-NEVES, GUILHERME TORREÃO, RAFAEL ANLICOARA. Cosmiatria: Uma análise do mercado brasileiro. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39: 217712352023rbcp0814pt.
DOI: 10.5935/2177-1235.2023RBCP0814-PT

Zoom
Figura 1. Fluxograma da Pesquisa.
Zoom
Figura 2. Índice de Potencial Consumo de Cosmiatria.
Zoom
Figure 1. Research Flowchart.
Zoom
Figure 2. Potential Cosmetics Consumption Index.