CC BY 4.0 · Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39(03): 217712352024rbcp0893pt
DOI: 10.5935/2177-1235.2024RBCP0893-PT
Artigo de Revisão

Educação para mulheres transexuais: As fontes de informação para o público leigo são suficientes?

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1   Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
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▪ RESUMO

Mulher transexual é aquela designada como homem ao nascer, mas cuja identidade de gênero é feminina. Essa incompatibilidade pode provocar impactos negativos na socialização e desencadear sentimentos de inquietude, angústia e de frustação. Diante disso, é fundamental, não só para fins de socialização, como também de autoaceitação, adequar as características físicas com o gênero que se deseja expressar. É imprescindível que a população de mulheres trans tenha acesso a informações pertinentes quanto aos métodos e técnicas que não só possam minimizar queixas e aproximar desejos, como também possam garantir a segurança e o bem-estar físico. Todavia, percebe-se uma lacuna na literatura no que diz respeito a materiais informativos destinados à população trans leiga sobre a cirurgia de feminização facial. Com o propósito de externalizar o panorama exposto, foi realizada uma revisão sistematizada da literatura nas bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, IBECS, LILACS e SciELO. Embora a cirurgia de feminização facial seja um tema recorrente, constatou-se a ausência de artigos que abordassem a educação do tema à paciente. Cirurgia de feminização facial é um termo amplo que abrange várias cirurgias e procedimentos e a construção de um material informativo para o público leigo se faz necessária. O desenvolvimento de tecnologias educativas pode ajudar a proporcionar informações quanto aos benefícios e riscos das modalidades disponíveis, bem como elucidar dúvidas e ajudar o paciente na tomada de decisão pelo melhor tratamento. Nesse sentido, torna-se relevante a contribuição de tecnologias educativas escritas no contexto de promover mudanças comportamentais, prevenção e saúde.


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INTRODUÇÃO

Transgêneros são os indivíduos cuja identidade de gênero ou expressão de gênero, maneira pela qual uma pessoa se percebe e se comporta, distingue-se do sexo que lhe foi atribuído ao nascimento[1]. Disforia de gênero é o sentimento permanente de angústia ou mal-estar decorrente da incompatibilidade entre a própria identidade e o sexo a ela atribuído ao nascer[2]. A disforia pode causar diversas psicopatologias, como ansiedade e depressão, entre outras[3]. Por se tratar de uma ferramenta importante para a interação social, a incompatibilidade entre os traços masculinos do rosto e o gênero feminino expresso pelo indivíduo acentuam o sofrimento, prejudicando a aceitação social de mulheres transexuais[4].

Para minimizar o mal-estar psicológico decorrente da disforia de gênero, além da psicoterapia e da hormonização, a cirurgia de confirmação de gênero facial é peça chave do tratamento[3]. Desenvolvida por Douglas Ousterhout, a cirurgia tem papel importante na transição homem-mulher, uma vez que, modificando características masculinas, pacientes têm demonstrado melhora significativa na qualidade de vida e na saúde emocional[5], [6].

Materiais educativos impressos contribuem para o processo de comunicação, além de aumentar a adesão ao tratamento e favorecer o poder de decisão[7]. Na literatura médica, há um consenso sobre o benefício do reforço escrito de orientações verbais, pois a orientação escrita, redigida de maneira acessível, aumenta a compreensão do paciente, a confiança no serviço de saúde, além de promover melhor recuperação após um procedimento cirúrgico[8], [9]. É fundamental que a população de mulheres transexuais tenha acesso a informação de qualidade.


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OBJETIVO

Pesquisar o panorama atual de informação sobre cirurgias de feminização facial direcionado a mulheres transexuais.


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MÉTODO

Foi realizada uma revisão da literatura utilizando as bases de dados MEDLINE, Cochrane Library, IBECS, LILACS e SciELO. Os artigos incluídos foram publicados entre 15/10/2018 e 15/10/2023 e as estratégias de busca estão descritas nos [Quadros 1] e [2].

Quadro 1.

((“Transgender persons” OR “Transgender person” OR “Transexual woman” OR Transfeminine) AND (Rhinoplasty OR “Rhytidectomy” OR “Botulinum toxin” OR “Dermal Fillers” OR “Male-to-female” OR Chondrolaryngoplasty OR “Tracheal Shave” OR “Facial feminization” OR Laryngochondroplasty OR (“Facial feminization” surgery) OR (“Facial Gender” surgery) OR “Cheek augmentation” OR FFS OR “Fat grafting” OR “Facial implant” OR Genioplasty OR “Mandibular angle reduction” OR “Chin feminization” OR (“Facial gender” “confirmation surgery”) OR “Adam’s Apple” OR “Thyroid notch” OR “Lip lift” OR “Nonsurgical cosmetic procedures” OR “Minimally invasive cosmetic procedures” OR “Noninvasive cosmetic procedures” OR “Orbital rim remodeling” OR (“Facial features” “remodeling surgery”) OR “Craniofacial surgery” OR “Periorbital surgery” OR “Forehead reconstruction” OR “Hairline” OR “Hairline lowering surgery” OR “Setback” OR “Perceived stigma” OR “Orbital shave” OR “Jaw shave” OR “Facial contouring”) AND (information* OR educat* OR complication*)) NOT (Masculinization OR Chest OR Genital)

Quadro 2.

((“Transgender persons” OR “Transgender person” OR “Transexual woman” OR Transfeminine) AND (Rhinoplasty OR “Rhytidectomy” OR “Botulinum toxin” OR “Dermal Fillers” OR “Male-to-female” OR Chondrolaryngoplasty OR “Tracheal Shave” OR “Facial feminization” OR Laryngochondroplasty OR (“Facial feminization” surgery) OR (“Facial Gender” surgery) OR “Cheek augmentation” OR FFS OR “Fat grafting” OR “Facial implant” OR Genioplasty OR “Mandibular angle reduction” OR “Chin feminization” OR (“Facial gender” “confirmation surgery”) OR “Adam’s Apple” OR “Thyroid notch” OR “Lip lift” OR “Nonsurgical cosmetic procedures” OR “Minimally invasive cosmetic procedures” OR “Noninvasive cosmetic procedures” OR “Orbital rim remodeling” OR (“Facial features” “remodeling surgery”) OR “Craniofacial surgery” OR “Periorbital surgery” OR “Forehead reconstruction” OR “Hairline” OR “Hairline lowering surgery” OR “Setback” OR “Perceived stigma” OR “Orbital shave” OR “Jaw shave” OR “Facial contouring”) AND (information* OR educat* OR complication*)) AND NOT (Masculinization OR Chest OR Genital)

Como critério de inclusão foram incluídas publicações nos idiomas português, inglês e espanhol, catalogados na íntegra nas bases de dados e que abordassem a temática de informação ao paciente transexual sobre cirurgias de feminização facial. Os critérios de exclusão anularam artigos que possuíam como temática principal cirurgias de voz ou corporais, saúde da população trans em geral, saúde mental e emocional e educação médica, além de artigos duplicados.

Paralelamente, foi realizada uma busca por materiais informativos, impressos ou digitais, destinados ao público nos sites de busca: Google®, Yahoo® e Bign®, em julho de 2022 e repetida em outubro de 2023. Especificamente no site Google®, foram pesquisadas as palavras-chave: “feminização facial”, “manual”, “livro”, “e-book” e “guia”, utilizando o navegador Google Chrome, nas dez primeiras páginas dos resultados.


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RESULTADOS

A pesquisa resultou em 57 artigos, após a eliminação de duplicações. A triagem por título e resumo resultou na exclusão de 52 artigos com base na relevância. Tais artigos, em sua maioria, abordavam sobre técnica cirúrgica e saúde geral da população transexual. O fluxograma de seleção dos artigos está demostrado na [Figura 1].

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Figura 1. Fluxograma de seleção dos artigos.

O resumo de 5 artigos foi revisado para elegibilidade. A totalidade destes foi excluída, pois relacionam-se à educação médica, apenas, e não abordavam a educação ao paciente ([Quadro 3]).

Quadro 3.

AUTOR

ANO

TÍTULO

OBJETIVO

CONCLUSÃO

Buhalog, et al.

2019

Exposição e Educação de Residentes para Procedimentos Minimamente Invasivos de Afirmação de Gênero

Avalia a quantidade atual de exposição de residentes em sessões clínicas e didáticas em especialidades que realizao procedimentos ou interenções em nível nacional por meio de um estudo de pesquisa com diretores de programas

Observada baixa exposição de residentes e fellows aos procedimentos de afirmação de gênero minimamente invasivos em geral, além de uma falta de educação específica sobre os procedimentos. Em um esforço para fornecer cuidados ao paciente de forma excelente, promover humildade cultural e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, é necessário um maior foco educacional sobre esses procedimentos

Chipkin & Kim

2017

As Dez Coisas Mais Importantes a Saber Sobre o Cuidado de Pacientes Transgêneros

São fornecidos dez princípios-chave para ajudar os profissionais de cuidados primários a criar ambientes mais acolhedores e fornecer cuidados de qualidade aos pacientes transgêneros

Os profissionais de cuidados primários também devem estar cientes dos recursos disponíveis em suas comunidades e online, os quais podem ajudar os pacientes a otimizar sua transição

Vinekar et al.

2019

Educação de Residentes em Obstetrícia e Ginecologia sobre Pacientes Transgêneros: Um Estudo com Diretores de Programas

Descrever a educação sobre a saúde de pessoas transgênero oferecida pelos programas de residência em obstetrícia e ginecologia, identificando os facilitadores e as barreiras para fornecer esse treinamento

Destaca o interesse na educação sobre a saúde transgênero para uma população sistematicamente carente de pacientes

Chisolm-Straker et al

2018

Pacientes Transgêneros e Não Conformes de Gênero no Departamento de Emergência: O Que os Médicos Sabem, Pensam e Fazem

Exploramos o conhecimento, atitudes e comportamentos auto-relatados dos médicos de emergência em relação ao cuidado de pacientes transgêneros e não conformes de gênero, a fim de identificar oportunidades para melhorar o cuidado dessa população

Embora pessoas transgêneras e não conformes de gênero representem uma minoria dos atendimentos de emergência, a maioria dos médicos participantes relatou ter tido contatocom essa população. A maior parte dos respondentes carecia de conhecimento clínico básico sobre o cuidado de pacientes transgêneros e não conformes de gênero

Pfaff et al

2020

Um Laboratório Estruturado de Simulação Cirúrgica com Tecido Fresco para Feminização Facial Melhora a Confiança e o Conhecimento dos Residentes

Um elemento-chave da cirurgia de afirmação de gênero inclui a feminização facial, que exige uma compreensão detalhada das diferenças anatômicas entre os tecidos ósseos e moles masculinos e femininos. O artigo descreve a experiência com um laboratório de feminização facial em cadáver e avalia seu valor educacional no treinamento de cirurgia plástica

Modelos de simulação também são valiosos para procedimentos menos comuns ou onde a exposição de residentes a esses casos especializados pode ser limitada, mas desejada, como na cirurgia de afirmação de gênero. Esforços para aprimorar esse currículo e melhorar a compreensão dos residentes dentro deste campo relativamente novo e em rápida evolução continuam em andamento

A busca por materiais educativos encontrou apenas cinco produtos sobre procedimentos de feminização facial em mulheres transexuais para o público, no entanto, apresentando diversas limitações ([Quadro 4]).

Quadro 4.

AUTOR

ANO

TÍTULO

CARACTERÍSTICA

LIMITAÇÃO

Coleman et al.

2012

“Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero, 7a versão”

Manual

Foco em definições, tratamento hormonal e cirurgias corporais. Apenas menciona cirurgias faciais

Simpson & Goldenberg

2016

Surgery: A guide dor MTFs

Manual

Disponível apenas em inglês. Apenas oferece uma visão geral das cirurgias faciais. O conteúdo é muito curto e carece de rigor científico em sua elaboração

Eric Plemons

2017

The look of a woman

Livro impresso

Disponível apenas em inglês. Aborda o assunto a partir de uma perspectiva antropológica. Não menciona as cirurgias de feminização

José Carlos Martins Jr

2020

Transgêneros: Orientações médicas para uma transição segura

Livro impresso

Apresenta a opinião pessoal de um único profissional e possui um viés de marketing pessoal

Deschamps & Ousterhout

2021

Facial Feminization: Facial Feminization Surgery: The Journey to Gender Affirmation - Second Edition

Livro impresso

Disponível apenas em inglês. Livro de alto custo. Apresenta a visão de dois especialistas sobre o assunto, mas carece de rigor científico


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DISCUSSÃO

No passado, numerosos estudos antropológicos já abordaram as diferenças anatômicas do arcabouço ósseo e partes moles entre a face masculina e feminina. Nos últimos anos, a cirurgia de feminização facial tem sido um tópico popular na literatura médica, porém com ênfase na educação médica, não abordando a educação ao paciente.

Dos cinco materiais encontrados nas plataformas de busca, dois não se prestam a informar sobre a cirurgia de feminização facial, sendo um livro impresso que aborda aspectos antropológicos e um manual gratuito disponível em várias línguas, porém que até a última versão apenas cita as cirurgias faciais. Os três restantes têm conteúdo sobre cirurgia de feminização facial escrito para o público, porém, além de ser um número muito restrito de produtos, todos ainda possuem limitações: um livro impresso de alto custo disponível apenas em inglês, um livro impresso de alto custo disponível apenas em português e um manual digital gratuito e muito resumido disponível apenas em inglês. Ressalta-se que material algum foi elaborado com rigor científico, ou seja, foi escrito a partir de artigos selecionados através de uma revisão sistematizada do tema.

Há um interesse crescente em pesquisas que abordam a necessidade de informação ao paciente, porém há escassez de trabalhos sobre a importância deste tema referente à população transexual. Tais estudos são pertinentes, pois a população trans sofre de exclusão e marginalização social, sofre preconceitos que dificultam a consulta usual de temas ligados a saúde com qualidade e credibilidade, que resultam em desfechos mais desfavoráveis de saúde quando comparados com a população geral[10], [11].

A cirurgia de feminização facial é um termo amplo que abrange várias cirurgias e procedimentos no rosto, como nas regiões da testa, nariz, bochechas e pescoço, com o objetivo de tornar o rosto mais feminino. É importante que mulheres trans que sofrem com disforia de gênero saibam quais são os tipos de tratamento disponíveis, bem como informações gerais sobre cada um, incluindo riscos, a fim de que possam procurar por tratamento de acordo com as suas necessidades e que esta informação seja acessível, séria e assertiva. Um estudo sobre parâmetros de pesquisa no Google Trend mostrou que a busca por procedimentos de feminização facial na Internet triplicou entre 2008 e 2018, evidenciando um interesse crescente pelo tema por parte do público[12].

Revisão sistemática visando o estado da arte sobre educação em saúde do consumidor concluiu que é importante realizar esforços para a melhoria da qualidade das informações digitais em saúde, dado o impacto desse meio atualmente[13].

Uma das formas de instrução do paciente é por meio de material digital. Tablets contendo material informativo em saúde foram distribuídos em salas de espera e causaram sensação de maior instrução por parte dos pacientes nos temas de interesse em saúde[7]. A temática da feminização facial é complexa e apenas a informação verbal pode ser insuficiente. A elaboração de materiais de apoio para as consultas, como tablets na sala de espera, e-mail pós-consulta com leitura extra, entre outros, pode ajudar a consolidar as informações fornecidas.

O desenvolvimento de tecnologias educativas pode favorecer mudanças comportamentais, tornando o cliente confiante para a realização de determinada conduta promotora de saúde. Dentre essas tecnologias educativas, destaca-se o manual educativo que auxilia na memorização de conteúdos e contribui para o direcionamento das atividades de educação em saúde[14], [15].

É desejável que múltiplas estratégias de comunicação sejam desenvolvidas para informar o público em todas as etapas do tratamento e o setor privado pode contribuir significativamente com a elaboração desse tipo de material. Esse recurso é de grande relevância, tendo em vista que um número considerável de pacientes encontra dificuldades para adquirir informações básicas de saúde.

Nesse sentido, torna-se relevante a contribuição de tecnologias educativas escritas no contexto da educação em saúde e o papel desse recurso para promover saúde, prevenir complicações, desenvolver habilidades e favorecer a autonomia e confiança do paciente.

Materiais educativos contribuem favoravelmente para o processo de tomada de decisão, aumentam a adesão ao tratamento e promovem melhor recuperação em procedimentos cirúrgicos, pois oferecem informações consistentes e reforçam a instrução verbal. Devido ao grande interesse pelo tema e condição de exclusão social, deve-se investir na elaboração de materiais educativos sobre feminização facial para a população transexual e conduzir pesquisas sobre seu impacto.


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CONCLUSÃO

Apesar da relevância do tema, não há na literatura médica artigos que abordem a importância da educação sobre cirurgias de feminização facial direcionadas ao público leigo.


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Conflitos de interesse:

não há.

Instituição: Divisão de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.


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*Autor correspondente:

Patricia de Azevedo Marques
Av. Moema, 300, conjunto 71, São Paulo, SP, Brasil, CEP: 04077-020

Publication History

Received: 24 October 2023

Accepted: 27 July 2024

Article published online:
22 May 2025

© 2024. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

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Bibliographical Record
PATRICIA DE AZEVEDO MARQUES, JOÃO ZÓRNIO DE OLIVEIRA, JOSÉ CONCEIÇÃO CARVALHO JÚNIOR, ALESSANDRA HADDAD, LYDIA MASAKO FERREIRA. Educação para mulheres transexuais: As fontes de informação para o público leigo são suficientes?. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39: 217712352024rbcp0893pt.
DOI: 10.5935/2177-1235.2024RBCP0893-PT
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Figura 1. Fluxograma de seleção dos artigos.
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Figure 1. Article selection flowchart.