Resumo
Introdução
No Brasil, o câncer de mama é o mais incidente após o câncer de pele não melanoma,
e a radioterapia aumenta as complicações na reconstrução mamária, como a contratura
capsular grave. Estudos indicam que a matriz dérmica acelular (MDA) pode prevenir
essa complicação, ao reduzir a inflamação local por não ser reconhecida como corpo
estranho.
Materiais e Métodos
Neste estudo prospectivo, foram avaliados pacientes com câncer de mama, submetidas
a mastectomia com reconstrução imediata utilizando implantes de silicone ou expansores,
que realizaram radioterapia e evoluíram com contratura capsular de graus III ou IV
de Baker, e submetidas a nova cirurgia para tratamento. As pacientes foram divididas
em dois grupos: o grupo 1 (G1), de tratamento convencional com capsulotomia e lipoenxertia
sem matriz, e o grupo 2 (G2), de tratamento com MDA associada à lipoenxertia.
Resultados
Foram incluídas 76 pacientes: 56 no G2 e 20 no G1. A avaliação considerou medidas
objetivas (altura do sulco mamário, altura do complexo areolopapilar e número de cirurgias)
e subjetivas (volume, consistência e contratura segundo Baker) da mama reconstruída
em relação à mama contralateral. Houve diferenças estatisticamente significantes entre
os grupos. No G2, 82,1% das pacientes apresentaram contratura leve, e no G1, 30%,
ao passo que contraturas deformantes ocorreram em 0% no G2 e em 50% no G1 (p < 0,001).
Conclusão
O uso da MDA associado à lipoenxertia no tratamento de contratura capsular após radioterapia
reduz a contratura capsular e proporciona melhores resultados estéticos e funcionais
em comparação ao tratamento convencional com capsulotomia e lipoenxertia.
Palavras-chave
contratura capsular em implantes - derme acelular - mamoplastia - neoplasias da mama
- radioterapia
Bibliographical Record
Marcela Caetano Cammarota, Saulo Francisco de Assis Gomes, Igor Moura Soares, Diogo
Borges Pedroso, Lucas Albuquerque de Aquino, Jefferson Di Lamartine Galdino Amaral.
Uso de matriz dérmica acelular no tratamento de contratura capsular após radioterapia.
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery
2025; 40: s00451811236.
DOI: 10.1055/s-0045-1811236