Palavras-chave impacto femoroacetabular - artroscopia - dor - quadril
Introdução
A síndrome do impacto femoroacetabular (SIFA) é uma condição clínica que consiste
no impacto precoce entre o fêmur proximal e o acetábulo,[1 ] e é uma causa comum de dor no quadril e incapacidade física em indivíduos adultos
jovens.[2 ]
[3 ] É descrita como um distúrbio clínico do quadril relacionado ao movimento, em que
o indivíduo apresenta uma tríade de sinais e sintomas clínicos, que envolve dor, limitação
da amplitude de movimento do quadril e incapacidade funcional, atrelada aos achados
de imagem característicos de alterações morfológicas na junção colo-cabeça do fêmur,
ou impacto do tipo cam , no rebordo acetabular, ou impacto do tipo pincer , ou ambos, conhecido como impacto do tipo misto.[4 ]
Sabe-se que uma das queixas mais comuns relacionadas à SIFA é a dor do quadril, sobretudo
na região inguinal, mas esses indivíduos também sofrem déficit funcional, dificuldade
para a realização das atividades de vida diária e esportivas, limitação do arco de
movimento, e piora da qualidade de vida.[3 ]
[4 ] Além disso, de acordo com a patogênese dessa condição, o contato precoce entre as
estruturas ósseas já mencionadas, durante os movimentos como flexão, adução e rotação
interna, pode levar a impactação e consequente lesão de estruturas articulares, como
o lábio e a cartilagem. Isso resulta em danos articulares progressivos,[5 ] relacionados a doenças degenerativas como a artrose do quadril e dor.[6 ] Desta forma, acredita-se que o diagnóstico precoce e a precisa indicação do tratamento
têm papel determinante na melhora do quadro.
Apesar de plausível, a associação entre a morfologia alterada ou o dano dos tecidos
moles articulares[1 ] e a manifestação dos sintomas e incapacidade funcional dos indivíduos com SIFA ainda
permanece incerta. A prevalência de patologias intra-articulares dos tecidos moles
que se acredita estarem associadas à SIFA foi relatada em uma revisão recente,[7 ] e os dados indicam que lesões labrais foram observadas em 62% dos indivíduos sintomáticos
e em 54% dos assintomáticos. Por outro lado, defeitos de cartilagem foram relatados
em 64% dos sintomáticos, em comparação com 12% nos assintomáticos. Já edema ósseo
subcondral e lesões no ligamento redondo foram mais prevalentes em pessoas com sintomas,
e cistos paralabrais e cistos de impacto foram igualmente prevalentes tanto em sintomáticos
quanto em assintomáticos.
A maior prevalência desses achados em indivíduos com SIFA pode reforçar a ideia de
que a dor e a incapacidade evidenciada nesses casos têm relação direta com os achados
de imagem. Contudo, os poucos estudos[8 ]
[9 ] que testaram a relação da morfologia óssea e do dano tecidual articular com a intensidade
da dor nos sujeitos com SIFA não evidenciaram uma correlação importante.
Isso mostra que ainda não está clara a interação entre a dor e comprometimento funcional
com as lesões estruturais encontradas nessa doença, e que, apesar da melhora clínica
evidenciada após a cirurgia artroscópica,[10 ] o entendimento dos fatores associados à dor e à incapacidade desses pacientes ainda
permanece incerto. Sendo assim, os objetivos deste estudo foram: analisar a correlação
entre as alterações morfológicas estudadas e o grau de lesão das estruturas intra-articulares
com a dor e a função de pacientes que estavam aguardando procedimento cirúrgico para
SIFA; e identificar os fatores associados à dor e à função desses indivíduos.
Métodos
O trabalho consiste no estudo retrospectivo dos dados pré-operatórios dos pacientes
com diagnóstico de SIFA com indicação para a cirurgia artroscópica do quadril. Estes
são dados pré-operatórios extraídos de uma série consecutiva de pacientes pertencente
ao banco de dados de procedimentos artroscópicos realizados por um único cirurgião
especialista em cirurgia do quadril, com vasta experiência em artroscopia do quadril,
em um período de oito anos, cujos dados pós-operatórios foram usados em outro estudo
do mesmo grupo de autores deste artigo, com cadastro no comitê de ética (CAAE: 49250215.4.0000.5479).
Critérios de Inclusão e Exclusão
Um segundo cirurgião, com cerca de cinco anos de experiência em cirurgia ortopédica
e em processo de aperfeiçoamento em cirurgia do quadril, analisou retrospectivamente
os prontuários, e revisou os vídeos das artroscopias dos pacientes com diagnóstico
de SIFA e lesão labral que foram submetidos a procedimento artroscópico do quadril.
Foram excluídos pacientes com alterações displásicas congênitas do quadril, como displasia
do desenvolvimento do quadril, pela relação já definida de mau prognóstico,[11 ] pacientes com osteoartrose do quadril que levasse à diminuição do espaço articular
menor do que 2 mm, pacientes com lesão traumática do lábio que já tenham sido submetidos
a outros procedimentos cirúrgicos do quadril, e pacientes com preenchimento incompleto
do prontuário.
Variáveis Mensuradas
Foram consideradas como variáveis dependentes a intensidade da dor pré-operatória,
analisada por meio da Escala Visual Analógica (EVA),[12 ] e a capacidade funcional pré-operatória, analisada por meio do Harris Hip Score
modificado (HHSm) por Byrd, questionário traduzido e adaptado para a língua portuguesa.[13 ]
As variáveis independentes analisadas foram: idade, sexo, lateralidade, prática de
atividade física, ângulo alfa, ângulo de Wiberg, extensão da lesão labral e condral
pelo método clock-face , lesão em onda, e o grau de lesão condral pela classificação de Outerbridge.
Foi considerado praticante de atividade física o indivíduo que realizava 150 minutos
de atividade moderada por semana no mínimo, conforme as recomendações do American
College of Sports Medicine.[14 ]
Análise Radiográfica
Realizou-se uma análise radiográfica dos quadris dos pacientes incluídos para a medida
do ângulo de Wiberg (ângulo centro-borda, CB)[15 ] e do ângulo alfa em radiografias em incidência anteroposterior (AP).[6 ] As medidas foram realizadas por meio de radiografias digitais com o uso do programa
IMPAX Orthopaedic Tools (AGFA HealthCare, Mortsel, Bélgica), versão 1.0.323.
O ângulo de Wiberg, ou CB, é utilizado para a avaliação da cobertura da cabeça proporcionada
pelo teto ósseo acetabular. Ele foi obtido ao se traçar uma linha que cruza os centros
das cabeças femorais, uma perpendicular à essa linha, passando também pelo centro
da cabeça femoral, e uma outra linha no rebordo lateral do acetábulo.[12 ]
O ângulo alfa é uma medida proposta por Nötzli et al.[16 ] que avalia a concavidade da junção fêmur-cabeça. Ele foi obtido por meio da intersecção
de duas linhas, traçadas ao longo eixo do colo femoral, e uma linha traçada do centro
da cabeça femoral até o ponto de maior perda da esfericidade da cabeça.
Análise dos Danos Condrais e Labrais
Por meio da análise do vídeo do intraoperatório artroscópico, o mesmo cirurgião ortopedista
(com cinco anos de experiência) que realizou a inclusão dos pacientes no estudo avaliou
a extensão das lesões labrais e a extensão das lesões condrais, que foram medidas
e localizadas pelo método clock-face , sendo a região superior do acetábulo adotada como 12h, e a extensão, calculada com
base na distância em “horas” entre as extremidades lesionais.[17 ]
As classificação de Outerbridge das lesões condrais também foi determinada por meio
da análise do vídeo do procedimento artroscópico,[18 ] e elas foram classificadas nos graus de 1 a 4, com um espectro de lesões que variavam
desde edema da cartilagem até erosão da cartilagem subcondral.[19 ]
Em relação aos danos condrais, durante o procedimento foi realizada a “palpação” da
cartilagem articular com sonda artroscópica para localizar alterações sugestivas de
delaminação da cartilagem articular com perda da fixação da cartilagem ao osso subcondral,
que caracterizam a lesão em onda ([Figura 1 ]).[20 ]
[21 ]
Fig. 1 (A ) Setas vermelhas: aspecto da delaminação da cartilagem articular do osso subcondral,
característica da lesão em onda. (B ) Setas vermelhas: “palpação” da delaminação com sonda artroscópica, confirmando a
presença de lesão em onda.
Análise Estatística
A normalidade das variáveis quantitativas de desfecho principal foi testada pelo teste
de Kolmogorov-Smirnov (KS). O teste de igualdade de duas proporções foi aplicado para
caracterizar a distribuição da frequência relativa (percentuais) das variáveis qualitativas.
O coeficiente de correlação de Spearman foi calculado para se avaliar a associação
das pontuações no HHSm e na EVA com as covariáveis quantitativas, e, para analisar
as covariáveis qualitativas em relação às mesmas pontuações, foi realizado o teste
de Mann-Whitney. Por fim, foi realizada uma análise multivariada de regressão linear
seguindo o modelo stepwise para verificar quais variáveis produzem efeito nas pontuações no HHSm e na EVA. Todas
as análises estatísticas foram realizadas usando-se o programa Statistical Package
for the Social Sciences (SPSS, IBM Corp., Armonk, NY, US), versão 20.0, com significância
definida como valores de p < 0,05, e intervalos com 95% de confiança estatística.
Resultados
Foram analisados um total de 182 pacientes (190 quadris), com média de idade de 38,5
(desvio padrão [DP]: 9,8) anos, sendo que, destes, 58,4% eram homens, com média de
dor de 7,8 (DP: 1,6) pontos na EVA e pontuação de 56,3 (DP: 12,7) no HHSm. Ao todo,
61% da amostra apresentava graus III e IV de lesão condral pela classificacão de Outerbridge,
e 12,6% apresentava lesão em onda. Outros dados clínicos e demográficos e a distribuição
de frequência estão descritos nas [Tabelas 1 ] e [2 ], respectivamente.
Tabela 1
Média (desvio padrão)
Idade
38,5 (9,8)
Harris Hip Score modificado
56,3 (12,7)
Escala Visual Analógica
7,8 (1,6)
Ângulo de Wiberg
39,1 (6,7)
Ângulo alfa
57,4 (9,3)
Soma do clock-face labral
2,53 (0,79)
Soma do clock-face condral
2,7 (0,87)
Tabela 2
Dados qualitativos
N (%)
Prática de atividade física
Não
60 (31,6)
Sim
130 (68,4)
Lado
Direito
112 (58,9)
Esquerdo
78 (41,1)
Sexo
Feminino
79(41,6)
Masculino
111(58,4)
Lesão em onda
Não
166 (87,4)
Sim
24 (12,6)
Grau na classificação de Outebrigde
I
40 (21,1)
II
34 (17,9)
III
55 (28,9)
IV
61 (32,1)
Na análise de correlação com as variáveis quantitativas, foi identificada correlação
fraca e negativa entre a pontuação no HHSm e a idade, com r de -0,237. Não foi observada
correlação significante entre a intensidade da dor e qualquer variável quantitativa
neste estudo.
De acordo com o teste de Mann-Whitney, foi evidenciado efeito estatístico do sexo
e da prática de atividade física nos resultados tanto do HHSm quanto da EVA, sendo
que pacientes do sexo masculino e aqueles que praticavam atividade física apresentaram
maior pontuação funcional e menor intensidade de dor do que pacientes do sexo feminino
e indivíduos sedentários (p = 0,011). Houve uma tendência de os indivíduos com lesão em onda apresentarem menor
pontuação funcional (p = 0,058); ainda assim, não houve diferença estatística para essa variável ([Tabela 3 ]). Ao analisar o a classificação de Outebridge com relação ao HHSm e à EVA, pelo
teste de Kruskal-Wallis, não foi identificada interação estatística entre essas variáveis.
Tabela 3
Escala Visual Analógica
Stepwise
Coeficiente beta
Valor de p
Constante
8,051
< 0,001
Idade
0,017
0,196
Ângulo de Wiberg
0,021
0,265
Ângulo alfa
0,023
0,12
Clock-face labral
−0,104
0,594
Clock-face condral
0,139
0,435
Sexo masculino*
−0,537
0,03
Lado direito
−0,012
0,961
Prática de atividade física
−0,372
0,178
Lesão em onda
0,362
0,367
Classificação de Outebrigde
−0,083
0,542
Análise de variância
0,03
Coeficiente de determinação (R2 )
2,00%
Harris Hip Score modificado
Stepwise
Coeficiente beta
Valor de
p
Constante
58,074
< 0,001
Idade*
−0,241
0,006
Ângulo de Wiberg
−0,224
0,081
Ângulo alfa
−0,07
0,492
Clock-face labral
2,209
0,105
Clock-face condral
−0,424
0,731
Sexo masculino*
7,569
< 0,001
Lado direito
−1,553
0,373
Prática de atividade física*
4,471
0,019
Lesão em onda
−2,396
0,389
Classificação dde Outebrigde
−1,188
0,208
Análise de variância
< 0,001
Coeficiente de determinação (R2 )
17,30%
Por fim, na análise multivariada de regressão linear, avaliando os modelos pelo método
stepwise para a EVA, apenas a variável sexo (r = -0,497) foi significante, ou seja, ser homem
é fator relacionado a menor intensidade de dor. Já na análise com relação ao HHSm,
3 variáveis emergiram no modelo como significantes: idade (r = -0,270), sendo que,
quanto maior a idade, menor a pontuação funcional; sexo (r = 8,419), sendo que, ser
homem está relacionado com pontuação funcional mais alta; e atividade física (r = 4,729),
que indica uma pontuação funcional maior.
Discussão
As alterações morfológicas encontradas na SIFA, sobretudo a deformidade do tipo cam , parecem apresentar relação com o comprometimento dos tecidos intra-articulares do
quadril durante o impacto ocorrido entre as estruturas ao longo da execução dos movimentos.[6 ] É plausível que essas lesões sejam sugestivas da dor e incapacidade funcional evidenciadas
nos indivíduos com SIFA. Porém, os achados deste estudo não permitiram encontrar correlação
dos parâmetros avaliados, sejam eles anatômicos ou de lesões intra-articulares, com
a incapacidade dos pacientes, não sendo identificada correlação entre os achados radiográficos
ou a magnitude das lesões labrais e condrais acetabulares observadas no intra-operatório
e a intensidade da dor ou incapacidade funcional medida pelo HHSm.
A relação entre as alterações estruturais observadas nos indivíduos com SIFA e as
manifestações clínicas dessa síndrome intrigam clínicos e pesquisadores há alguns
anos. Frank et al.[22 ] avaliaram a presença de alterações estruturais compatíveis com impacto femoroacetabular
(IFA) e lesão labral em exames de imagem de pacientes assintomáticos, e identificaram
que 37% deles apresentavam alterações morfológicas do tipo cam , e 67%, do tipo pincer . Heerey et al.,[7 ] em uma revisão sistemática com metanálise, constatou por moderada evidência a prevalência
de 54% de lesão labral e de 12% de lesão condral em indivíduos assintomáticos.
Yamauchi et al.[8 ] correlacionaram a sintomatologia e a incapacidade de pacientes com achados radiográficos
sugestivos de SIFA, mas não evidenciaram associação entre as alterações nos exames
de imagem e a intensidade da dor ou os testes clínicos provocativos. E em estudo conduzido
por Grace et al.,[9 ] observou-se apenas fraca associação entre alterações condrais na cabeça do fêmur
e a intensidade da dor de indivíduos com SIFA, ao passo que a extensão das lesões
labrais e o dano da cartilagem articular acetabular não se correlacionavam com a sintomatologia
dos pacientes.
Sabe-se que a abordagem cirúrgica amplamente indicada para o tratamento da SIFA é
a artroscopia, um procedimento que objetiva minimizar as alterações da morfologia
óssea e os danos nas estruturas moles, partindo do pressuposto de que estas alterações
têm relação direta com o quadro de dor e o comprometimento funcional dos pacientes.[23 ]
[24 ] No entanto, apesar de este procedimento demonstrar bons resultados, com boa satisfação
dos pacientes no pós-operatório,[25 ]
[26 ] permanece a dúvida quanto aos mecanismos de dor envolvidos com na SIFA, e permanece
a grande dificuldade diagnóstica, dado que a SIFA é um transtorno dinâmico multifatorial,
e inúmeros fatores contribuintes dela não são avaliados por exames estáticos.
Acreditamos que nossos achados refletem a natureza multidimensional da dor, sobretudo
em indivíduos com dor crônica do quadril, nos quais, além de aspectos físicos, fatores
psicológicos, como ansiedade, depressão, crenças disfuncionais sobre seu quadro de
dor e saúde mental, podem contribuir para a magnitude e cronificação dos sintomas
e da incapacidade.[27 ]
[28 ]
Além disso, a ausência de correlação entre as lesões estruturais avaliadas e a dor
contesta a visão linear e tradicional dos modelos de compreensão da dor com base apenas
no dano tecidual, fato destacado por Jacobs et al.,[28 ] que, ao avaliarem variáveis relacionadas aos sintomas pré-operatórios de indivíduos
com SIFA, identificaram que pontuações de saúde mental estão mais associadas aos sintomas
do que à severidade do dano labral ou à magnitude das alterações morfológicas.
Sob a perspectiva de uma análise mais complexa, os dados do presente estudo também
indicam que, além de variáveis não modificáveis como idade e sexo, a prática de atividade
física emergiu como um importante fator correlacionado tanto com menores níveis de
dor quanto com maiores níveis de funcionalidade na análise pré-operatória. Partindo
do princípio de que pontuações maiores em questionários funcionais são preditoras
de bom prognóstico pós-operatório,[29 ] e que a prática de atividade física regular é um fator protetor contra dor recorrente
após a artroscopia para SIFA,[30 ] parece plausível que o engajamento em hábitos de vida mais ativos seja uma recomendação
importante por parte dos profissionais que tratam indivíduos com essa condição clínica.
Este estudo apresenta limitações, sendo uma delas o efeito teto apresentado pelo questionário
de incapacidade escolhido (HHSm), apesar de haver na literatura[9 ] resultados semelhantes também com outros intrumentos, como o Hip Disability and
Osteoarthritis Outcome Score (HOOS). De qualquer forma, sugerimos que os resultados
deste estudo sejam extrapolados com cautela em casos de outros métodos de quantificação
da incapacidade funcional. Além disso, os dados em questão foram extraídos retrospectivamente,
o que também sugere que eles sejam interpretados com a devida cautela. Os fatores
estruturais avaliados não são todos os existentes relacionados à SIFA, e também existem
limitações nas suas avaliações, em especial do ângulo alfa, medido somente por meio
de radiografias AP; portanto, a conclusão de que não existe correlação estrutural
com o grau de incapacidade deve ser interpretada com base apenas nos métodos utilizados
por este estudo.
A falta de avaliação de edema ósseo por ressonância magnética é uma limitação, dado
que a literatura descreve que existe maior prevalência deste achado em indivíduos
com dor. Mais trabalhos são necessários para avaliar a correlação de outras possíveis
variáveis morfológicas, funcionais e multidimensionais com o status funcional e a dor dos pacientes. A SIFA engloba uma gama muito grande de fatores
causais, e provavelmente seria necessária a divisão em subgrupos para uma análise
mais precisa.
Conclusão
Não houve correlação do ângulo de Wiberg, do ângulo alfa, e dos danos condrolabrais
com a intensidade da dor e o nível de comprometimento funcional nessa coorte de pacientes.
O sexo masculino apresentou menor intensidade da dor, e maiores escores funcionais
estão associados ao sexo masculino, menor idade, e à prática de atividade física.