Caro Editor,
Recentemente, lemos um artigo muito interessante sobre uma nova abordagem no tratamento
da instabilidade longitudinal da articulação radioulnar distal (ARUD), publicada por
Aita et al. Rev Bras Ortop. 2018;53(2): 184–191. Os resultados da abordagem proposta
parecem ser muito promissores, enquanto que a técnica parece ser relativamente simples,
viável e rápida, com uma curva curta de aprendizado. Todas as vantagens acima mencionadas
sugerem que esta pode representar uma excelente opção de tratamento alternativo.
Segundo os autores, a técnica utiliza o tendão do músculo braquiorradial para passá-lo
através de um túnel radial e ulnar, de forma oblíqua, proximal no rádio e distal na
ulna, sendo fixado com um parafuso de bloqueio em cada osso. Isto também é demonstrado
nas Figs. 3, 4 e 5. De acordo com Noda et al.,[1] quem primeiro relatou e chamou de feixe oblíquo distal (DOB, na sigla em inglês)
em 2009, “o DOB se originou mais ou menos a partir de um sexto da área distal da diáfise
ulnar, coincidindo aproximadamente com a borda proximal do músculo pronador quadrado,
correndo distalmente em direção à ARUD. As fibras se misturaram ao tecido capsular
da ARUD e, por fim, o DOB se insere na borda inferior do entalhe sigmóide do rádio.”
Os autores apresentaram sua abordagem como sendo uma técnica de reconstrução do DOB,
porém isso parece não ser preciso, já que o curso do enxerto do tendão braquiorradial
está exatamente oposta ao curso normal do DOB. O curso que os autores descrevem tem
maior probabilidade de representar o curso do “trato” da membrana interóssea descrito
por Gabl et al.[2] Em nossa opinião, a técnica de reconstrução que melhor simula o DOB é a descrita
por Riggenbach et al.[3]
O DOB é uma estrutura da membrana interóssea distal, parecendo ser um importante estabilizador
isométrico para a ARUD, de acordo com Moritomo et al.[4] Seu significado anatômico e clínico ainda está em avaliação, portanto, descrições
precisas e cuidadosas são de grande importância.