Introdução: Hematoma subdural crônico, uma doença comum que afeta principalmente os idosos, está
associada com morbidade e mortalidade substanciais. Sua incidência é de cerca de cinco
por 100 000 por ano na população em geral, mas é maior para aqueles com 70 anos ou
mais (58 por 100 000 por ano). O tratamento para esta doença é geralmente evacuação
cirúrgica, geralmente resultando em grande melhora na condição neurológica. A craniostomia
por furo de trépano, uma evacuação através de um ou dois buracos perfurados sobre
o local do hematoma, é a técnica cirúrgica mais popular do mundo. A taxa de recorrência
após o intervalo de procedimento de drenagem inicial é de cerca de 5% a 30%.
Objetivo: Avaliar a taxa de recorrência de hematomas subdurais crônicos, comparando dois grupos,
de acordo com o uso ou não de dreno subgaleal no pós-operatório imediato.
Material e método: Realizada análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos à cirurgia
para drenagem de hematoma subdural crônico, no período de 2013 a 2017. Obtidos dados
gerais, como nome, registro, sexo, idade, data do procedimento, complicações, necessidade
de reabordagem cirúrgica, uso de dreno subgaleal.
Resultados: Identificamos 270 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para hematoma subdural.
A idade variou de 12 a 95 anos, com média de 68 anos. Quanto ao gênero, 30% eram mulheres
e 70% homens. A proporção de uso de dreno foi de 57% com dreno subgaleal e 43% sem
dreno. O índice de recidivas foi de 6%, sendo menor que 2% em pacientes com dreno
e 12% nos pacientes que não usaram dreno.
Conclusão: O uso de dreno subgaleal foi eficaz na prevenção de recidivas. Não houve nenhuma
complicação causada diretamente pelo uso de dreno subgaleal.