▪ RESUMO
Introdução:
Reduzindo os índices de recidiva de forma impactante, o emprego de
biomateriais como “telas de reforço” na reparação de diferentes defeitos da
parede abdominal tornou-se rotina quase obrigatória para o sucesso dessas
reparações. A partir da década de 1990 houve a introdução de matrizes biológicas
acelulares, iniciando-se assim uma nova era na reparação dos defeitos da parede
abdominal. O objetivo é avaliar a funcionalidade do pericárdio bovino
acelularizado em reparações da parede abdominal.
Método:
Trinta pacientes foram
submetidos a reparação de defeitos da parede abdominal, com biopróteses
acelulares de pericárdio bovino, perfazendo um total de 40 implantes
anatomicamente individualizados. O seguimento médio foi de 31 meses, sendo os
pacientes avaliados clinicamente e radiologicamente. Em três casos foram feitas
biópsias das áreas implantadas permitindo análise histológica do material.
Resultados:
Não se observou recidiva das herniações em nenhum dos casos, tanto
clinica como radiologicamente. Também não houve registro de hematomas, infecções
ou qualquer fenômeno de natureza reacional local ou sistêmica. Radiologicamente,
não foi possível visualizar as matrizes no local de implantação em qualquer dos
períodos de pós-operatório analisados.
Conclusão:
As matrizes mostraram
similaridade às demais membranas biológicas descritas na literatura
internacional. Representando uma importante atualização e evolução conceitual,
as membranas acelulares de pericárdio bovino podem ser incorporadas ao arsenal
terapêutico nas reparações de parede abdominal.
Descritores: Próteses e implantes - Hérnia abdominal - Telas cirúrgicas - Matriz extracelular -
Parede abdominal - Bioprótese - Pericárdio
Bibliographical Record LUIZ FERNANDO FRASCINO, FERNANDA RIBEIRO FUNES LORENZZATO, HAMILTON LUIZ FUNES, JONAS
DIAS DE CAMPOS SEVERI. Reparação da parede abdominal com membranas acelulares de pericárdio
bovino - Parte I - Achados clínicos e radiológicos. Revista Brasileira de Cirurgia
Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39: 217712352023rbcp0798pt.
DOI: 10.5935/2177-1235.2023RBCP0798-PT