Resumo
A fístula oronasal é uma complicação comum em cirurgias de reparo da fissura palatina,
e representa um desafio devido à escassez de tecido na região afetada. A incidência
dessa complicação varia de 3% a 46%, sendo mais prevalente na região III da classificação
de Pittsburgh, que corresponde à junção entre os palatos duro e mole. Este estudo
tem como objetivo avaliar uma tática cirúrgica para reduzir a incidência de fístulas
oronasais. Realizou-se um estudo retrospectivo com 142 pacientes consecutivos submetidos
à palatoplastia entre janeiro de 2018 e junho de 2024 no Hospital Santa Izabel, utilizando
a técnica de 2 retalhos associada a uma tática para reduzir a tensão da sutura. Foram
analisados fatores como tipo de fissura (pela classificação de Veau), idade à cirurgia,
sexo, tamanho da fissura e incidência de fístulas (conforme a classificação de Pittsburgh).
A incidência de fistulas oronasais foi de 1,4%, significativamente menor do que a
relatada na literatura, sem ocorrência de fístulas na zona III, onde são mais frequentes.
A tática mostrou-se eficaz na redução da formação de fístulas, mesmo em pacientes
com fissuras amplas e comorbidades associadas, o que evidencia a sua viabilidade e
os benefícios para a prática clínica.
Palavras-chave
fissura palatina - fístula - fístula bucal - palato duro - palato mole
Bibliographical Record
Géza Lászlo Urményi, Elizabeth Castineira Fernandes, Lucas Gábor Urményi. Avaliação
de uma tática cirúrgica na prevenção de fístula oronasal durante a palatoplastia em
pacientes fissurados. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal
of Plastic Surgery 2025; 40: s00451807281.
DOI: 10.1055/s-0045-1807281