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DOI: 10.1055/s-0044-1781144
FÍSTULA RETOVESICAL EM PACIENTE COM SALPINGITE POR ENTEROBIUS VERMICULARIS: RELATO DE CASO
carlosmagnoqc@gmail.com
Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 54 anos, submetida a laparotomia por infiltrado inflamatório difuso a esclarecer, procedimento que foi abortado devido a “pelve congelada”. Ela evoluiu com queixa de pneumatúria, e foi diagnosticada fístula retovesical (FRV), além de lesão infiltrativa uteroanexial com extensões para reto, bexiga e sigmoide na ressonância magnética. A hipótese diagnóstica inicial foi diverticulite aguda complicada com FRV. Uma nova laparotomia verificou a existência de aderências entre o intestino delgado, o cólon sigmoide, o apêndice cecal, o útero e a bexiga, com intenso processo inflamatório. Realizou-se retossigmoidectomia convencional, com anastomose colorretal primária, sendo interrogada a possibilidade de correlação com endometriose. O estudo anatomopatológico da massa pélvica evidenciou calcificações similares às vistas em salpingite por Enterobius vermicularis, além de formação granulomatosa de significado indeterminado. A amostra era negativa para BAAR e fungos no trajeto da fístula. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, com alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial.
Discussão As FRVs são incomuns, e representam 20% de todas as fístulas enterovesicais (FEVs). Podem cursar com fecalúria e pneumatúria em 40% a 70% dos pacientes, além de infecção crônica do trato urinário. A principal etiologia é a diverticulite (em 65% a 79% dos casos), seguida de câncer colorretal, doença de Crohn e iatrogenias por radioterapia ou cirurgias. Endometriose, salpingite e outras doenças inflamatórias pélvicas – dado seu processo inflamatório típico – podem estar relacionadas à adesão de estruturas abdominopélvicas e possível fistulização entre elas. Desse modo, um possível abscesso oriundo de uma salpingite ocasionada por E. vermicularis pode estar relacionado à formação da FRV na paciente. A tomografia computadorizada contrastada vem sendo empregada como método de avaliação inicial dada a sua alta sensibilidade (de 90% a 100%) e capacidade de avaliar estruturas adjacentes. O achado característico é o conteúdo aéreo e contraste dentro da bexiga. A abordagem cirúrgica normalmente adotada consiste na dissecção das aderências, ressecção do segmento do cólon acometido, anastomose primária e síntese da bexiga.
Publication History
Article published online:
27 February 2024
© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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