Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781144
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doenças Anorretais

FÍSTULA RETOVESICAL EM PACIENTE COM SALPINGITE POR ENTEROBIUS VERMICULARIS: RELATO DE CASO

Carlos Cunha
1   Universidade Federal do Ceará, Fortaleza – CE, Brasil.
,
Adryano Gonçalves Marques
,
José Jader Araujo de Mendonça Filho
,
Victor Ripardo Siqueira
,
Camila Burgos Ribeiro da Penha Machado
,
Francisco Xavier de Aquino Júnior
,
Rafael Pereira de Araujo
,
Allisson Diêgo da Silva Bezerra
› Author Affiliations
 
 

    carlosmagnoqc@gmail.com

    Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 54 anos, submetida a laparotomia por infiltrado inflamatório difuso a esclarecer, procedimento que foi abortado devido a “pelve congelada”. Ela evoluiu com queixa de pneumatúria, e foi diagnosticada fístula retovesical (FRV), além de lesão infiltrativa uteroanexial com extensões para reto, bexiga e sigmoide na ressonância magnética. A hipótese diagnóstica inicial foi diverticulite aguda complicada com FRV. Uma nova laparotomia verificou a existência de aderências entre o intestino delgado, o cólon sigmoide, o apêndice cecal, o útero e a bexiga, com intenso processo inflamatório. Realizou-se retossigmoidectomia convencional, com anastomose colorretal primária, sendo interrogada a possibilidade de correlação com endometriose. O estudo anatomopatológico da massa pélvica evidenciou calcificações similares às vistas em salpingite por Enterobius vermicularis, além de formação granulomatosa de significado indeterminado. A amostra era negativa para BAAR e fungos no trajeto da fístula. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, com alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial.

    Discussão As FRVs são incomuns, e representam 20% de todas as fístulas enterovesicais (FEVs). Podem cursar com fecalúria e pneumatúria em 40% a 70% dos pacientes, além de infecção crônica do trato urinário. A principal etiologia é a diverticulite (em 65% a 79% dos casos), seguida de câncer colorretal, doença de Crohn e iatrogenias por radioterapia ou cirurgias. Endometriose, salpingite e outras doenças inflamatórias pélvicas – dado seu processo inflamatório típico – podem estar relacionadas à adesão de estruturas abdominopélvicas e possível fistulização entre elas. Desse modo, um possível abscesso oriundo de uma salpingite ocasionada por E. vermicularis pode estar relacionado à formação da FRV na paciente. A tomografia computadorizada contrastada vem sendo empregada como método de avaliação inicial dada a sua alta sensibilidade (de 90% a 100%) e capacidade de avaliar estruturas adjacentes. O achado característico é o conteúdo aéreo e contraste dentro da bexiga. A abordagem cirúrgica normalmente adotada consiste na dissecção das aderências, ressecção do segmento do cólon acometido, anastomose primária e síntese da bexiga.


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    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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