Subscribe to RSS

DOI: 10.1055/s-0045-1804490
Ajuste de inclinação do acetábulo assistido por smartphone durante revisão de artroplastia total de quadril: Técnica cirúrgica e relato de quatro casos
Article in several languages: português | EnglishResumo
Apresentamos Uma Técnica Assistida Por Smartphone Para A Colocação De Cúpula Acetabular Durante A Revisão De Artroplastia Total De Quadril (Ratq). Quatro Pacientes Foram Submetidos À Cirurgia; Três à rATQ de segundo estágio após infecção e um devido a afrouxamento asséptico. A técnica tem três etapas principais: avaliação (clínica ou radiográfica) da inclinação pélvica lateral; colocação de uma haste supra-acetabular usando o aplicativo do smartphone como referência para o ajuste da inclinação; e preparação do acetábulo e colocação final da cúpula utilizando o smartphone para a orientação do ângulo de inclinação após considerar a inclinação pélvica. A anteversão da cúpula foi ajustada de acordo com o ligamento acetabular transverso. Todos os quatro casos foram acompanhados por 17 a 24 meses; nenhum paciente precisou de outra cirurgia de revisão ou apresentou complicações (intraoperatórias pós-operatórias precoces ou tardias). Todas as cúpulas estavam dentro da zona segura de Lewinnek de inclinação (42° 43° 47° e 41°). O resultado funcional de acordo com o Harris Hip Score foi excelente em todos os pacientes. Os smartphones são ferramentas baratas que podem auxiliar os médicos no ajuste da inclinação da cúpula acetabular durante a rATQ; no entanto é crucial avaliar a possível inclinação pélvica lateral e considerá-la ao posicionar a cúpula.
#
Introdução
O posicionamento adequado do implante durante a artroplastia total do quadril (ATQ) primária é crucial para os desfechos e a sobrevida no curto e longo prazos.[1] [2] É ainda mais importante durante a revisão de ATQ (rATQ), em especial na presença de defeitos ósseos ou distorção dos marcos anatômicos.[2] [3]
O fardo econômico da rATQ tem aumentado graças à instabilidade e ao afrouxamento asséptico, que são as principais causas de revisão. Portanto, várias estratégias já foram empregadas para reduzir o risco de revisão, inclusive a melhora do desenho dos implantes, dos materiais de suporte e novas tecnologias, como navegação por computador e cirurgias assistidas por robótica. No entanto, a maioria dessas tecnologias é cara e não está disponível em todas as instituições.[1] [4] [5]
A colocação de acetábulo assistida por smartphone foi investigada na ATQ primária com resultados promissores tanto em estudos com cadáveres quanto com pacientes, e demonstrou precisão aceitável, facilidade de uso por cirurgiões jovens e aplicação barata, particularmente em instituições com algumas restrições econômicas que limitam a introdução das novas tecnologias já mencionadas.[6] [7] [8]
Apresentamos uma técnica simples e econômica com o uso de aplicativos de smartphone para o ajuste da inclinação do acetábulo em uma técnica de rATQ de três etapas, e relatamos os resultados obtidos nos quatro primeiros casos.
#
Técnica Cirúrgica e Descrição dos Casos
Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética institucional (IRB número: 17300762), e o termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado por todos os pacientes antes da cirurgia.
O protocolo perioperatório para todos os pacientes foi o seguinte: 1) histórico médico e cirúrgico detalhados; 2) avaliação clínica pré-operatória; 3) exames laboratoriais como parte da avaliação pré-operatória regular e para a exclusão de infecção (na forma de hemograma completo com contagem diferencial de leucócitos, velocidade de hemossedimentação e determinação da concentração de proteína C-reativa); e 4) exames de imagem: radiografias simples pré-operatórias em projeções anteroposterior (AP) da pelve (incluindo ambos os quadris) ([Figs. 1A,B] e [2A,B]), AP e em perfil do quadril afetado ([Fig. 2A]), e AP da pelve com o paciente em decúbito lateral (conforme descrito na literatura;[9] [10] [Figs. 3B] e [4C]). Também solicitamos tomografias computadorizadas (TC) para a avaliação da extensão do defeito ósseo em caso de suspeita ([Fig. 1C]).








O mesmo cirurgião foi responsável por todos os procedimentos (os detalhes dos pacientes estão descritos na [Tabela 1] e nas [Figs. 1] [2] [3] [4]), realizados sob raquianestesia com o paciente em decúbito lateral (após assegurar o paralelismo da mesa em relação ao chão) por meio de uma abordagem lateral direta modificada (incorporando a incisão cirúrgica anterior); após a exposição adequada, a remoção do implante e o desbridamento, pelo menos cinco amostras de tecido foram obtidas e enviadas para cultura bacteriana e antibiograma. Nosso objetivo era inserir a cúpula dentro da zona de segurança de Lewinnek (40° ± 10° de inclinação e 15° ± 10° de anteversão).
Caso 1 ([Fig. 1]) |
Caso 2 ([Fig. 2]) |
Caso 3 ([Fig. 3]) |
Caso 4 ([Fig. 4]) |
|
---|---|---|---|---|
Idade (anos) |
35 |
61 |
58 |
60 |
Sexo |
Feminino |
Masculino |
Masculino |
Masculino |
Lado |
Direito |
Esquerdo |
Direito |
Esquerdo |
Diagnóstico pré-operatório |
IAP que demandava rATQ de segundo estágio |
IAP que demandava rATQ de segundo estágio |
Cúpula mal posicionada com afrouxamento asséptico |
IAP que demandava rATQ de segundo estágio |
Número de cirurgias anteriores |
3 |
4 |
1 |
3 |
Período de acompanhamento (meses) |
24 |
23 |
17 |
19 |
Defeito no osso acetabular |
Sim |
Sim |
Sim |
Sim |
Defeito ósseo segundo a classificação de Paprosky |
2A |
2C |
3A |
2A |
Inclinação pélvica lateral pré-operatória (graus) |
0 |
0 |
-6 |
+3 |
Implantes usados |
Cúpula não cimentada de mobilidade dupla; o lado femoral não foi revisto |
Cúpula primária cimentada e haste não cimentada (Wagner) |
Cúpula cimentada de mobilidade dupla; o lado femoral não foi revisto |
Cúpula primária cimentada e haste não cimentada (Wagner) |
Reconstrução do defeito ósseo |
Não necessária |
Enxerto ósseo de impacto com aloenxerto |
Aumentador metálico (tântalo) |
Não necessária |
Inclinação pós-operatória da cúpula (graus) |
41,9 |
42,9 |
46,9 |
40,6 |
Inclinação da cúpula no último acompanhamento (graus) |
41,5 |
Não obtida |
46,4 |
40,6 |
Complicações |
Dor branda ocasional e claudicação |
Dor branda ocasional |
Nenhuma |
Nenhuma |
Harris Hip Score (no último acompanhamento) |
95 |
Não obtido* |
92 |
90 |
Os detalhes cirúrgicos, nas três etapas principais, para a utilização de aplicativos de smartphone na rATQ para o ajuste da inclinação do acetábulo, foram:
-
1) Cálculo radiológico ou clínico da possível inclinação lateral da pelve; radiológico: na radiografia AP da pelve, com o paciente em decúbito lateral, como o ângulo entre um eixo transversal da pelve (linhas interlágrimas ou interisquiáticas) e o nível da mesa de radiologia ([Figs. 3B] e [4C]); caso não possa ser obtida antes da cirurgia, pode ser obtida por fluoroscopia após o posicionamento final do paciente na mesa cirúrgica. A pelve pode estar em posição neutra (0°) se o ângulo for de 90°, abduzida (valor positivo), se o ângulo for > 90° , ou aduzida (valor negativo), se o ângulo for < 90°;[8] [9] [10] clínica: como o ângulo entre uma linha que conecta as marcas nas espinhas ilíacas anterossuperiores (EIAS) bilaterais e o nível da mesa cirúgica.[6] [8]
-
2) Definição da referência intraoperatória para a inclinação da cúpula: seguimos os mesmos passos descritos na literatura,[6] [8] usando um saco plástico estéril para proteger o smartphone após o acionamento do aplicativo Spirit Level, com uma bússola embutida em um iPhone XR (Apple Inc., Cupertino, CA, Estados Unidos) ou outros aplicativos similares de download gratuito (para smartphones baseados na plataforma Android). Um parafuso de Schanz supra-acetabular foi inserido de dentro da abordagem cirúrgica e conectado a uma haste com uma braçadeira ajustável. A haste é uma referência para ajustar a inclinação da cúpula após considerar o valor da inclinação pélvica. Para um ângulo-alvo de inclinação final de 45° e se a inclinação pélvica for de -10°, por exemplo, a haste é ajustada em 35° e vice-versa, em caso de abdução pélvica ([Figs. 1D, ] [2C, ] [3C] e [4D]).
-
3) Fresagem do acetábulo e inserção final da cúpula acetabular: a fresagem progressiva do acetábulo foi realizada por meio de ajuste do cabo da fresa paralelamente à haste supra-acetabular para o ajuste da inclinação ([Figs. 1E, ] [2D] e [4E]). Para a anteversão, contamos principalmente com o ligamento acetabular transverso (LAT) ([Figs. 2C] e [3D]), um marco anatômico consistente na maioria dos casos de revisão.[11] [12] Após atingir o ajuste adequado, um componente acetabular de teste é usado para avaliar o tamanho final da cúpula, a estabilidade, e a necessidade de reconstrução do defeito acetabular presente ([Fig. 3E]). A inserção final da cúpula (cimentada ou não) é realizada com o cabo do equipamento de inserção paralelo à haste supra-acetabular ([Figs. 2F] e [4F]).
Avaliação e Acompanhamento Pós-operatórios
No pós-operatório e no último acompanhamento, radiografias AP da pelve foram obtidas para avaliar o ângulo de inclinação (abdução) da cúpula acetabular, medido entre as linhas interlágrimas ou interisquiáticas e uma linha ao longo do eixo do eclipse da cúpula, formado pela borda superolateral e pela borda inferomedial como pontos de referência ([Figs. 1F, ] [2G, ] [3F e ] [4G]). Os resultados funcionais no último acompanhamento foram avaliados de acordo com o Harris Hip Score (HHS), e complicações em qualquer ponto do acompanhamento foram relatadas. Os desfechos estão apresentados na [Tabela 1].
#
#
Discussão
A maioria dos cirurgiões concorda que o posicionamento ideal do acetábulo é crucial para os desfechos em longo prazo e a redução da incidência de instabilidade após ATQ primária e de revisão.[2] [5] [11]
A navegação por computador e a utilização de robótica na rATQ mostraram resultados satisfatórios em relação à diminuição do risco de instabilidade por posicionamento adequado dos implantes e à redução das taxas de luxação após a rATQ em até 0%.[13] No entanto, essas tecnologias são dispendiosas, não estão disponíveis em todas as instituições ,e exigem formação e preparação específicas.[4] [5]
Para superar esses obstáculos, usamos aplicativos de smartphone que auxiliaram com sucesso o ajuste da cúpula acetabular em quatro procedimentos de rATQ. Acreditamos que a técnica é simples e de fácil aplicação pelo cirurgião, sem a necessidade de preparação complexa ou exames especiais de imagem antes do procedimento além de uma radiografia AP da pelve com o paciente em decúbito lateral para o cálculo da inclinação pélvica lateral, e ajudou a atingir o ângulo de inclinação da cúpula acetabular dentro da zona segura; além disso, nenhuma complicação ou infecção foi relatada em nenhum dos casos.
A técnica de colocação de cúpula assistida por smartphone foi descrita na ATQ primária e mostrou resultados promissores ao ajudar cirurgiões jovens e menos experientes a alcançar a colocação ideal da cúpula acetabular de modo comparável ao dos seus pares mais experientes, com melhora na precisão do procedimento em comparação a métodos visuais. Isso foi comprovado em estudos clínicos,[8] in vitro e em modelos com cadáveres.[7]
Na técnica atual, usamos os mesmos instrumentos manuais das ATQs de rotina, sem a necessidade de configuração complexa. O tempo gasto utilizando o aplicativo do smartphone e ajustando os ângulos foi de cerca de 5 minutos, sem assistência externa. Admitimos que a técnica assistida por smartphone não pode competir com a precisão da navegação por computador ou o posicionamento da cúpula assistido por robótica; no entanto, acreditamos que é mais econômica e reduz o tempo gasto com essas tecnologias.
Em uma revisão sistemática sobre o papel de um inclinômetro (incluindo aplicativos de smartphone) no ajuste do posicionamento da cúpula acetabular durante a ATQ, van Duren et al.[3] relataram que o grupo em que foi utilizado o inclinômetro apresentou ângulos de inclinação da cúpula significativamente mais próximos da zona-alvo em comparação às técnicas assistidas por guias mecânicos ou à mão livre. Eles[3] também relataram que o uso do inclinômetro aumentou o tempo operatório em 2 a 7 minutos em comparação a outras técnicas, com base nos resultados relatados em 3 ensaios clínicos.
Na literatura, a inclinação pélvica lateral foi relatada como ± 10°, com até 45% dos pacientes apresentando uma inclinação absoluta de 5°.[8] [9] [14] Portanto, uma etapa pré-operatória crucial que recomendamos é antecipar a inclinação pélvica lateral, que pode passar despercebida pelo cirurgião e ficar obscurecida após a colocação dos curativos, especialmente em pacientes com sobrepeso ou deformidade fixa da articulação do quadril.[9] [10] [14]
Obtivemos inclinações da cúpula acetabular dentro das zonas seguras em todos os pacientes, e nenhuma instabilidade foi relatada durante o acompanhamento. Kurosaka et al.[7] compararam a precisão do posicionamento da cúpula acetabular assistida por iPhone à navegação por computador em cinco quadris de cadáveres em procedimentos realizados por sete cirurgiões (quatro residentes do primeiro ano e três cirurgiões de quadril seniores); eles relataram uma diferença média entre as técnicas de 2,1° ± 1,6° (variação: 0°–6°), mas nenhuma diferença significativa entre residentes ou cirurgiões experientes no ajuste de inclinação (p = 0,74). Além disso, todas as cúpulas acetabulares colocadas usando a técnica com o iPhone estavam dentro da zona segura de Lewinnek.[7]
Uma limitação da técnica do smartphone é a dificuldade de avaliação da anteversão, já relatada em estudos anteriores.[7] Para superar esse obstáculo, confiamos no LAT em todos os casos como um marco anatômico consistente e específico do paciente.[12]
#
Conclusão
Smartphones podem auxiliar cirurgiões jovens ou que não têm acesso a tecnologias mais recentes no ajuste da inclinação da cúpula acetabular quando de sua colocação na rATQ. No entanto, a avaliação da possível inclinação pélvica lateral e sua consideração durante o posicionamento da cúpula são cruciais.
#
#
Conflito de Interesses
Os autores não têm conflito de interesses a declarar.
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer ao Dr. Amr A. Fadle por sua ajuda na obtenção da aprovação pelo Comitê de Ética, e ao Prof. Ahmed M. Abdelaal por seu apoio e ideias inovadoras.
Contribuições dos Autores
Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento deste artigo. AAK concebeu o relato de caso, realizou as cirurgias, e redigiu o rascunho do manuscrito. MFA e MAM realizaram a aquisição de dados, a avaliação dos pacientes, a pesquisa bibliográfica e o preparo das imagens. AAK e MAM fizeram a revisão crítica. Todos os autores leram, discutiram e aprovaram o manuscrito final.
Estudo desenvolvido no Departamento de Cirurgia Ortopédica e Traumatologia, Faculty of Medicine, Assiut University, Assiut, Egito.
-
Referências
- 1 Ashkenazi I, Christensen T, Oakley C. et al. Trends in Revision Total Hip Arthroplasty Cost, Revenue, and Contribution Margin 2011 to 2021. J Arthroplasty 2023; 38 (7S): S34-S38
- 2 Meermans G, Grammatopoulos G, Innmann M, Beverland D. Cup placement in primary total hip arthroplasty: how to get it right without navigation or robotics. EFORT Open Rev 2022; 7 (06) 365-374
- 3 van Duren BH, Royeca JM, Cunningham CM, Lamb JN, Brew CJ, Pandit H. Can the use of an inclinometer improve acetabular cup inclination in total hip arthroplasty? A review of the literature. Hip Int 2021; 31 (05) 609-617
- 4 Shichman I, Somerville L, Lutes WB, Jones SA, McCalden R, Schwarzkopf R. Outcomes of novel 3D-printed fully porous titanium cup and a cemented highly cross-linked polyethylene liner in complex and revision total hip arthroplasty. Arthroplasty 2022; 4 (01) 51
- 5 Sicat CS, Buchalter DB, Luthringer TA, Schwarzkopf R, Vigdorchik JM. Intraoperative Technology Use Improves Accuracy of Functional Safe Zone Targeting in Total Hip Arthroplasty. J Arthroplasty 2022; 37 (7S): S540-S545
- 6 Khalifa AA, Bakr HM, Said E, Mahran MA. Technical Note on Using Intraoperative Smartphone Applications to Adjust Cup Inclination Angle during Total Hip Arthroplasty (THA). Arch Bone Jt Surg 2020; 8 (06) 734-738
- 7 Kurosaka K, Fukunishi S, Fukui T. et al. Assessment of Accuracy and Reliability in Acetabular Cup Placement Using an iPhone/iPad System. Orthopedics 2016; 39 (04) e621-e626
- 8 Khalifa AA, Abdelnasser MK, Ahmed AM, Shetty GM, Abdelaal AM. Smartphone Application Helps Improve the Accuracy of Cup Placement by Young, Less-Experienced Surgeons during Primary Total Hip Arthroplasty. Arch Bone Jt Surg 2022; 10 (03) 278-285
- 9 Kanazawa M, Nakashima Y, Ohishi M. et al. Pelvic tilt and movement during total hip arthroplasty in the lateral decubitus position. Mod Rheumatol 2016; 26 (03) 435-440
- 10 Okutani Y, Kataoka M, Harada H, Kunishita T, Ryoki H, Arai R. A high body mass index tilts the pelvis caudally in the lateral decubitus position for total hip arthroplasty. Hip Int 2023; 33 (03) 371-376
- 11 Ning D, Xu F, Zhang Z, Yang X, Wei J. Application of transverse acetabular ligament in total hip arthroplasty: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2023; 24 (01) 284
- 12 Archbold HA, Mockford B, Molloy D, McConway J, Ogonda L, Beverland D. The transverse acetabular ligament: an aid to orientation of the acetabular component during primary total hip replacement: a preliminary study of 1000 cases investigating postoperative stability. J Bone Joint Surg Br 2006; 88 (07) 883-886
- 13 Sharma AK, Cizmic Z, Carroll KM. et al. Computer Navigation for Revision Total Hip Arthroplasty Reduces Dislocation Rates. Indian J Orthop 2022; 56 (06) 1061-1065
- 14 Hill JC, Gibson DP, Pagoti R, Beverland DE. Photographic measurement of the inclination of the acetabular component in total hip replacement using the posterior approach. J Bone Joint Surg Br 2010; 92 (09) 1209-1214
Endereço para correspondência
Publication History
Received: 03 September 2024
Accepted: 14 December 2024
Article published online:
15 April 2025
© 2025. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua Rego Freitas, 175, loja 1, República, São Paulo, SP, CEP 01220-010, Brazil
Ahmed A. Khalifa, Mahmoud Faisal Adam, Mohamed A. Mahran. Ajuste de inclinação do acetábulo assistido por smartphone durante revisão de artroplastia total de quadril: Técnica cirúrgica e relato de quatro casos. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00451804490.
DOI: 10.1055/s-0045-1804490
-
Referências
- 1 Ashkenazi I, Christensen T, Oakley C. et al. Trends in Revision Total Hip Arthroplasty Cost, Revenue, and Contribution Margin 2011 to 2021. J Arthroplasty 2023; 38 (7S): S34-S38
- 2 Meermans G, Grammatopoulos G, Innmann M, Beverland D. Cup placement in primary total hip arthroplasty: how to get it right without navigation or robotics. EFORT Open Rev 2022; 7 (06) 365-374
- 3 van Duren BH, Royeca JM, Cunningham CM, Lamb JN, Brew CJ, Pandit H. Can the use of an inclinometer improve acetabular cup inclination in total hip arthroplasty? A review of the literature. Hip Int 2021; 31 (05) 609-617
- 4 Shichman I, Somerville L, Lutes WB, Jones SA, McCalden R, Schwarzkopf R. Outcomes of novel 3D-printed fully porous titanium cup and a cemented highly cross-linked polyethylene liner in complex and revision total hip arthroplasty. Arthroplasty 2022; 4 (01) 51
- 5 Sicat CS, Buchalter DB, Luthringer TA, Schwarzkopf R, Vigdorchik JM. Intraoperative Technology Use Improves Accuracy of Functional Safe Zone Targeting in Total Hip Arthroplasty. J Arthroplasty 2022; 37 (7S): S540-S545
- 6 Khalifa AA, Bakr HM, Said E, Mahran MA. Technical Note on Using Intraoperative Smartphone Applications to Adjust Cup Inclination Angle during Total Hip Arthroplasty (THA). Arch Bone Jt Surg 2020; 8 (06) 734-738
- 7 Kurosaka K, Fukunishi S, Fukui T. et al. Assessment of Accuracy and Reliability in Acetabular Cup Placement Using an iPhone/iPad System. Orthopedics 2016; 39 (04) e621-e626
- 8 Khalifa AA, Abdelnasser MK, Ahmed AM, Shetty GM, Abdelaal AM. Smartphone Application Helps Improve the Accuracy of Cup Placement by Young, Less-Experienced Surgeons during Primary Total Hip Arthroplasty. Arch Bone Jt Surg 2022; 10 (03) 278-285
- 9 Kanazawa M, Nakashima Y, Ohishi M. et al. Pelvic tilt and movement during total hip arthroplasty in the lateral decubitus position. Mod Rheumatol 2016; 26 (03) 435-440
- 10 Okutani Y, Kataoka M, Harada H, Kunishita T, Ryoki H, Arai R. A high body mass index tilts the pelvis caudally in the lateral decubitus position for total hip arthroplasty. Hip Int 2023; 33 (03) 371-376
- 11 Ning D, Xu F, Zhang Z, Yang X, Wei J. Application of transverse acetabular ligament in total hip arthroplasty: a systematic review. BMC Musculoskelet Disord 2023; 24 (01) 284
- 12 Archbold HA, Mockford B, Molloy D, McConway J, Ogonda L, Beverland D. The transverse acetabular ligament: an aid to orientation of the acetabular component during primary total hip replacement: a preliminary study of 1000 cases investigating postoperative stability. J Bone Joint Surg Br 2006; 88 (07) 883-886
- 13 Sharma AK, Cizmic Z, Carroll KM. et al. Computer Navigation for Revision Total Hip Arthroplasty Reduces Dislocation Rates. Indian J Orthop 2022; 56 (06) 1061-1065
- 14 Hill JC, Gibson DP, Pagoti R, Beverland DE. Photographic measurement of the inclination of the acetabular component in total hip replacement using the posterior approach. J Bone Joint Surg Br 2010; 92 (09) 1209-1214















