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DOI: 10.1055/s-0044-1790215
Estudo anatômico da tenotomia percutânea do tendão do músculo iliopsoas guiada por ultrassonografia em cadáveres: Técnica viável?
Article in several languages: português | EnglishResumo
Objetivo Avaliar a eficácia e a segurança da tenotomia percutânea do tendão do músculo iliopsoas guiada por ultrassonografia (USG) em cadáveres.
Métodos Realizamos um estudo anatômico e descritivo da técnica de tenotomia percutânea do tendão do músculo iliopsoas guiada por USG para repassar nossa experiência ao realizá-la e a reprodutibilidade na prática clínica.
Resultados Das 20 tenotomias, 17 foram totais, realizadas no nível da borda superior do acetábulo, e 3 foram parciais. Durante um dos procedimentos, houve uma lesão parcial do nervo femoral. Foram realizadas as medições da distância entre o local onde a lâmina foi introduzida e o nervo femoral, uma estrutura nobre que estaria em maior risco durante o procedimento, e a distância média foi de 8,4 mm.
Conclusão Os procedimentos de liberação do tendão do iliopsoas guiados por USG podem ser executados em um modelo cadavérico, pois obtém-se de forma consistente a liberação total do tendão, exceto em casos de obesidade, com mínimas repercussões em estruturas adjacentes; os procedimentos demandam aproximadamente 4 minutos para serem concluídos.
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Introdução
A artroplastia total de quadril (ATQ) é uma intervenção amplamente utilizada para restaurar a função e aliviar a dor em pacientes com diversas afeções da articulação do quadril. Entretanto, mesmo com o sucesso da ATQ, alguns pacientes continuam a sentir dor persistente no pós-operatório, muitas vezes relacionada ao atrito do tendão do músculo iliopsoas contra a borda anterior do componente acetabular.[1] [2] Conhecido como impacto do psoas, resulta em inflamação, desconforto e limitação funcional significativa para o paciente, como ao subir ou descer escadas, ao entrar e sair do carro ou em situações que exijam extensão do quadril.[3] Uma das alternativas antes da revisão do componente acetabular é a realização de artroscopia com acesso intra-articular e abertura da cápsula com acesso ao tendão do músculo iliopsoas e subsequente tenotomia.
A técnica percutânea pode apresentar vantagens adicionais, como menor tempo de procedimento e somente uma incisão quando comparada às técnicas atualmente descritas, que envolvem desde acesso por artroscopia até cirurgia aberta.[4] [5]
Idealizou-se uma variante técnica, menos invasiva ainda, na qual o tendão do músculo iliopsoas é localizado por imagem de ultrassonografia (USG) no ponto de impacto e tenotomizado de forma guiada, como descrito previamente por Sampson et al.[6] Esta técnica é alternativa à abordagem artroscópica, que é minimamente invasiva, mas pode resultar em maiores riscos, como complicações inerentes à técnica ou extravasamento de líquido de irrigação pela bainha do iliopsoas.[5]
Neste estudo, foram analisados o acesso, o potencial de risco para estruturas nobres e a efetividade da tenotomia em cadáveres. As investigações incluíram uma meticulosa avaliação da técnica utilizada durante as intervenções, com atenção especial para a minimização de danos a estruturas nobres circundantes.
O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia e a segurança da tenotomia percutânea do tendão do músculo iliopsoas em cadáveres com o auxílio de um aparelho de USG.
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Materiais e Métodos
Trata-se de um estudo anatômico e descritivo, desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e executado no Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), da Universidade de São Paulo (USP), no qual a equipe do estudo está devidamente inscrita sob o ofício de número 18/2024, de acordo com a sua normativa; e o estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição (CAAE: 76524523.4.0000.5479). Os responsáveis assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
O estudo incluiu uma amostra de 10 cadáveres, com 20 quadris não formolizados.
Técnica da Tenotomia
O cadáver foi posicionado em decúbito dorsal horizontal (DDH) e sem tração, com o quadril em posição neutra. A tenotomia foi realizada com o auxílio de um aparelho de ultrassonografia (Sonosite Edge II, FUJIFILM Sonosite, Inc., Bothell, WA, Estados Unidos) com sonda convexa de baixa frequência (5–2 MHz) e conforme a seguinte técnica:
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A espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) foi identificada por palpação. Um ponto 4 cm distal à EIAS e 1 cm para medial foi mensurado com um paquímetro analógico universal de 150 mm/6”, 0,05 mm, (Mitutoyo Corporation, Kawasaki, Kanagawa, Japão), onde será o local da incisão ([Fig. 1]).
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A sonda foi posicionada transversalmente ao plano frontal. Depois, foi realizada a rotação de 90° da sonda para buscar um posicionamento longitudinal sobre a borda superior da articulação do quadril. Isso permitiu a visualização do tendão do iliopsoas, a borda superior do acetábulo e a cabeça femoral, projetando uma imagem denominada “sinal do empilhamento” ([Figs. 2] [3]).
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Foi realizada a infiltração com 0,5 mL de azul de metileno com o auxílio do aparelho de USG. Uma agulha descartável para anestesia regional (de 0,7 × 88 mm/22 G × 3.5”, Spinocan, B. Braun Melsungen SE, Melsungen, Alemanha) foi introduzida com 40° de angulação, paralela e adjacente à sonda, na posição transversal ao plano frontal, sobre a borda superior do acetábulo. Isso permitiu a visualização o tendão do psoas, e buscou-se corar apenas o local da tenotomia.
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Foi utilizado um bisturi de cabo longo de 27 cm com lâmina de 5 mm de espessura e 3 cm de comprimento. Foi realizada uma incisão de 1 cm paralela e adjacente ao transdutor para a realização da técnica ([Fig. 4]).
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Com a visualização em tempo real do local da tenotomia, artéria, veia e nervo femoral por USG, o bisturi foi introduzido pela via realizada, buscando posicionar a lâmina numa posição inferior ao tendão. Com movimentos sutis de medial para lateral, a tenotomia foi realizada ([Fig. 5]).
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Após a tenotomia percutânea, foi realizado um retalho quadrangular e dissecção por planos em volta do bisturi para a checagem das estruturas lesadas, das estruturas em risco e do resultado da técnica ([Fig. 6]).
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Foi feita uma inspeção visual e medição detalhada das estruturas anatômicas adjacentes ao tendão do psoas e no trajeto do bisturi utilizado, como musculatura, vasos e nervos ([Figs. 7] [8]).
















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Análise das Tenotomias
A dissecção da região anterior do quadril foi realizada com a confecção de um retalho de pele quadrangular, cujo ápice encontrava-se no meio da face medial da coxa, e a base, entre a EIAS e a prega glútea inferior. Após a dissecção, procedeu-se à identificação da EIAS, da espinha ilíaca anteroinferior (EIAI), do ligamento inguinal, do feixe vasculonervoso femoral, da cápsula articular, do músculo sartório, do músculo reto femoral e do músculo iliopsoas.
Após a identificação das estruturas anatômicas propostas, foram avaliadas suas correlações com o pertuito, as eventuais lesões e a eficácia da tenotomia. Além disso, realizou-se a mensuração da distância do local da tenotomia com o feixe vasculonervoso femoral. O mesmo paquímetro analógico foi utilizado para a medição.
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Resultados
Foram realizadas 20 tenotomias do iliopsoas em 10 cadáveres, sendo 6 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, com idades entre 55 e 94 (média: 75,2) anos. O índice de massa corporal (IMC) dos pacientes variou de 12,4 a 28,7 (média: 22,5) Kg/m2. Um cadáver foi excluído do estudo devido à presença de hérnia inguinal bilateral extrusa, o que impede a realização da técnica ([Tabela 1]).
Identificação |
Sexo |
Idade (anos) |
IMC (Kg/m2) |
---|---|---|---|
C1 |
Masculino |
61 |
24,2 |
C2 |
Masculino |
67 |
25,7 |
C3 |
Masculino |
71 |
26,2 |
C4 |
Feminino |
85 |
25,9 |
C5 |
Feminino |
89 |
28,7 |
C6 |
Feminino |
55 |
19,3 |
C7 |
Masculino |
58 |
22,1 |
C8 |
Masculino |
88 |
16,4 |
C9 |
Feminino |
94 |
12,4 |
C10 |
Masculino |
84 |
19,2 |
Das 20 tenotomias, 17 foram totais, realizadas no nível da borda superior do acetábulo, e 3 foram parciais; e destas, 2 foram realizadas no cadáver com o maior IMC, e a outra, no cadáver com o segundo maior IMC ([Figs. 9] [10]).




Durante uma das tenotomias, houve uma lesão parcial do nervo femoral, também no cadáver com o maior IMC. Observou-se que as tenotomias foram próximas à porção miotendínea em todos os casos, e, em 14 dos 20 procedimentos, houve lesão transfixante parcial do músculo sartório pela lâmina. A cápsula articular também foi avaliada, e não apresentou lesões em nenhum dos procedimentos ([Tabela 2]).
Identificação |
Tenotomia completa à direita |
Lesão do feixe vasculonervoso direito |
Tenotomia completa à esquerda |
Lesão do feixe vasculonervoso esquerdo |
---|---|---|---|---|
C1 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C2 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C3 |
Não |
Não |
Sim |
Não |
C4 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C5 |
Não |
Sim |
Não |
Não |
C6 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C7 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C8 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C9 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
C10 |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
Foi realizada a medição da distância entre o local em que a lâmina foi introduzida e o nervo femoral, uma estrutura nobre que estaria em maior risco durante o procedimento, e a média foi de 8,4 mm, com variação de 5 a 12 mm. Constatou-se maior dificuldade e maior duração do procedimento nos cadáveres com IMC elevado.
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Discussão
Uma das causas de dor anterior no quadril e dificuldade nas atividades diárias, como subir escadas ou entrar em carros, pode ser atribuída ao ressalto interno do quadril causado pelo iliopsoas.[2] No início, essa patologia pode ser tratada de forma conservadora com sucesso em até 50% dos casos, dependendo do grau de extrusão anterior do componente acetabular. Quando não há melhora com o tratamento conservador, pode ser necessária a liberação do tendão do iliopsoas antes da revisão do componente acetabular.[7]
A liberação do tendão do iliopsoas é geralmente realizada por via artroscópica, e apresenta bons resultados e menores riscos quando comparada com as cirurgias abertas.[7] [8] [9] Apesar disso, é um procedimento que requer anestesia geral e aborda uma articulação previamente operada, o que pode levar a complicações como infecção, extravasamento do líquido infundido pela bainha do tendão e outros riscos inerentes à técnica, além de ser um procedimento de maior custo.[5] [8] [10] [11]
Buscando uma forma menos invasiva, mais rápida e igualmente eficaz de realizar esta liberação, Sampson et al.[6] foram os primeiros a relatar a técnica que utiliza a USG como guia. Após esse relato de caso, Johnson et al.[12] utilizaram essa técnica e realizaram a liberação em 10 quadris, sem lesão de estruturas nobres. Em 5 casos, a tenotomia foi incompleta. Também foi realizado um estudo anatômico da região,[12] mas não foram medidas as distâncias entre o local da tenotomia e as estruturas nobres para que se fizesse uma melhor avaliação dos riscos desse procedimento.
Em nosso trabalho, utilizando uma lâmina longa em vez de uma agulha para a liberação, conseguimos a liberação completa em 17 dos 20 quadris, e apenas 3 tiveram a liberação incompleta. Desses, 2 foram feitas no cadáver com o maior IMC, e neste mesmo paciente ocorreu uma lesão incompleta de 4 mm do nervo femoral. Em nossos achados mensuráveis, a distância do local da tenotomia até o nervo femoral foi em média de 8,4 mm. A lesão do nervo femoral nesse único caso pode ser explicada por uma variação anatômica do nervo,[13] e pode ser evitada pela visualização direta pela USG e pela realização da liberação do tendão de lateral para medial. Fora isso, obtivemos achados menos significativos, como a transfixação do sartório e a lesão muscular proximal do músculo psoas.
Esta técnica é promissora, pois a USG nos permite evitar lesão de estruturas adjacentes, como o plexo femoral e a cápsula articular. Estudos clínicos talvez demonstrem que essa técnica tem um custo menor do que o da artroscopia, com menor tempo até o retorno às atividades diárias e menores complicações relacionadas à anestesia e à ferida operatória.
Este estudo tem suas limitações, uma vez que foi realizado em cadáveres, sendo impossível acompanhar a evolução e a resolução dos sintomas. As liberações foram realizadas somente por um operador com ampla experiência no uso da USG, e elas podem ser mais difíceis para operadores menos experientes. Todos os procedimentos foram realizados usando um bisturi de cabo longo e lâmina de 3 cm, e constatou-se maior dificuldade nos cadáveres de maior IMC. Não é possível saber como seria a evolução dos casos em que a tenotomia foi incompleta, e quão devastadora seria a lesão do nervo femoral.
Embora os resultados não possam ser totalmente fidedignos para um ambiente clínico, devido à abordagem minimamente invasiva do procedimento, é plausível que essa técnica seja realizada de forma segura com anestesia local, apresente custos inferiores em comparação com os da artroscopia e proporcione uma recuperação mais rápida para o retorno às atividades, se comparada aos procedimentos cirúrgicos tradicionais. Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar a segurança e eficácia em aplicações clínicas.
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Conclusão
O procedimento de tenotomia do tendão do músculo iliopsoas, orientado por USG, pode ser executado em modelo cadavérico, pois obtém-se de forma consistente a liberação total do tendão, exceto em casos de obesidade, com mínimas repercussões em estruturas adjacentes.
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Conflito de Interesses
Os autores não têm conflito de interesses a declarar.
Suporte Financeiro
Os autores declaram que não receberam suporte financeiro específico de agências nos setores público, privado ou sem fins lucrativos para a realização deste estudo.
Trabalho realizado pelo Grupo de Quadril, Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo, SP, Brasil.
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Referências
- 1 Kalore NV, Maheshwari AV, Cheng EY. Evaluation and management of the painful total hip arthroplasty. J Am Acad Orthop Surg 2016; 24 (04) 231-242
- 2 Trousdale RT, Cabanela ME, Berry DJ. Anterior iliopsoas impingement after total hip arthroplasty. J Arthroplasty 1995; 10 (04) 546-549
- 3 Jacobson T, Allen WC. Surgical correction of the snapping iliopsoas tendon. Am J Sports Med 1990; 18 (05) 470-474
- 4 Taylor GR, Clarke NM. Surgical release of the 'snapping iliopsoas tendon'. J Bone Joint Surg Br 1995; 77 (06) 881-883
- 5 Wettstein M, Jung J, Dienst M. Arthroscopic psoas tenotomy. Arthroscopy 2006; 22 (08) 907.e1-907.e4
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- 7 Chalmers BP, Sculco PK, Sierra RJ, Trousdale RT, Berry DJ. Iliopsoas Impingement After Primary Total Hip Arthroplasty: Operative and Nonoperative Treatment Outcomes. J Bone Joint Surg Am 2017; 99 (07) 557-564
- 8 Ilizaliturri Jr VM, Villalobos Jr FE, Chaidez PA, Valero FS, Aguilera JM. Internal snapping hip syndrome: treatment by endoscopic release of the iliopsoas tendon. Arthroscopy 2005; 21 (11) 1375-1380
- 9 Hoskins JS, Burd TA, Allen WC. Surgical correction of internal coxa saltans: a 20-year consecutive study. Am J Sports Med 2004; 32 (04) 998-1001
- 10 Bauer T, Boisrenoult P, Jenny JY. Post-arthroscopy septic arthritis: Current data and practical recommendations. Orthop Traumatol Surg Res 2015; 101 (8, Suppl) S347-S350
- 11 Go CC, Kyin C, Chen JW, Domb BG, Maldonado DR. Cost-Effectiveness of Hip Arthroscopy for Treatment of Femoroacetabular Impingement Syndrome and Labral Tears: A Systematic Review. Orthop J Sports Med 2021; 9 (03) 2325967120987538
- 12 Johnson WO, Sellon JL, Moore BJ, Levy BA, Lachman N, Finnoff JT. Ultrasound-Guided Iliopsoas Tendon Release: A Cadaveric Investigation. PM R 2021; 13 (04) 397-404
- 13 Parker A, Olewnik Ł, Iwanaga J, Dumont AS, Tubbs RS. Iliacus minor and psoas quartus muscles traversing the femoral nerve. Morphologie 2022; 106 (355) 307-309
Endereço para correspondência
Publication History
Received: 29 May 2024
Accepted: 23 June 2024
Article published online:
11 April 2025
© 2025. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil
Caio Ikuhara Gonçalves, Nayra Deise dos Anjos Rabelo, Walter Ricioli Junior, Marco Rudelli, Giancarlo Cavalli Polesello. Estudo anatômico da tenotomia percutânea do tendão do músculo iliopsoas guiada por ultrassonografia em cadáveres: Técnica viável?. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00441790215.
DOI: 10.1055/s-0044-1790215
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Referências
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