Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781340
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Temas gerais dentro da especialidade

ISQUEMIA ENTÉRICA MULTIFOCAL FOCAL POR GRANULOMATOSE DE WEGENER: UMA RARA COMPLICAÇÃO

Omar Féres
1   Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP), Ribeirão Preto – SP, Brasil.
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Jakeline Flávia Sertório Santos
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Daniela França Camargo Freitas
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Sarah Barreto de Godoi
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Vanessa Foresto Machado
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Rogério Serafim Parra
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José Joaquim Ribeiro da Rocha
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Marley Ribeiro Feitosa
› Institutsangaben
 
 

    omar.feres2021@gmail.com

    Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 16 anos, com diagnóstico de granulomatose de Wegener (GW). Após dois dias de tratamento com nitazoxanida e pulsoterapia com metilprednisolona, ela evoluiu com abdome agudo inflamatório e hematoquezia. Ao exame físico, apresentou sinais de peritonite difusa. A tomografia do abdome evidenciou volumoso hidropneumoperitônio e sinais de infiltração esplênica e renal pela GW. A paciente foi submetida a laparotomia exploradora, que evidenciou 9 úlceras de bordos necróticos e perfuradas no intestino delgado, estando a primeira a 30 cm do ângulo de Treitz, e a última, a 280 cm do mesmo ponto. Foram realizados desbridamentos de áreas necróticas, enterorrafias e confecção de peritoniostomia. Após 48h, a paciente foi reoperada. Optou-se pelo fechamento da cavidade após constatação da viabilidade das alças intestinais. O resultado do anatomopatológico descrevia ulcerações profundas com áreas de necrose e acometimento transmural. A paciente teve boa evolução e alta para tratamento ambulatorial com imunoglobulina.

    Discussão A GW é uma vasculite necrotizante e granulomatosa imunomediada. O acometimento intestinal é raro e muitas vezes não diagnosticado. Na literatura, há poucos casos relatados de isquemia e perfuração intestinal em pacientes com GW, sendo o segmento mais acometido o íleo. Há alguns relatos associados a lesões isquêmicas por vasculite microangiopática; no entanto, também se discute a influência da terapia imunossupressora e do uso de corticosteroides nos quadros perfurativos, nos quais não há evidências claras de isquemia. O tratamento para esses casos é cirúrgico, e envolve rafias e ressecções intestinais, com o cuidado de preservar o máximo possível de intestino delgado.

    Conclusão Na GW, o segmento gastrointestinal pode estar envolvido pela doença, e em raros casos a isquemia causada pela vasculite pode ser responsável por quadros de abdome agudo perfurativo. Nesses casos, a cirurgia é imperativa e imprescindível para o desfecho positivo.


    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.

    Publikationsverlauf

    Artikel online veröffentlicht:
    27. Februar 2024

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