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DOI: 10.1055/s-0044-1781282
LEIOMIOMA DE FOSSA ISQUIORRETAL: RELATO DE CASO
fernandaleao.dbr@gmail.com
Relatamos o caso de uma paciente do gênero feminino, de 51 anos, com queixa de abaulamento na região perianal, no quadrante lateral direito, com extensão para a nádega ipsilateral havia cerca de 5 anos. Apresentava hábito intestinal diário e fezes tipo III pela escala de Bistrol, e como comorbidades, hipertensão e transtorno de ansiedade. Ao exame físico, identificou-se lesão extrarretal de 10x10 cm, de consistência endurecida, que comprimia lateralmente o canal anal e o reto. A paciente não apresentava perda ponderal. O estudo do caso foi complementado com ressonância de pelve, na qual se evidenciou lesão nodular bem delimitada, sólida e com focos de degeneração cística na periferia, na fossa isquiorretal/isquioanal direita, de 12,4x8,5x8,3 cm, que deslocava para a esquerda o canal anal, em contato cranial com o músculo supraelevatório e lateral com a parede posterior do terço inferior da vagina. A paciente foi submetida a ressecção de tumor. O procedimento foi realizado com a paciente em posição prona jack-knife, após raquianestesia. Foi realizada uma incisão inicial fusiforme com bisturi, marcada sobre a lesão. Foi feita a dissecção da lesão com separação da musculatura esfincteriana externa, porém com algumas fibras aderidas à lesão. Realizaram-se aproximação de tecido celular subcutâneo com fio absorvível 2.0 e dermorrafia com fio inabsorvível 3.0. O anatomopatológico evidenciou neoplasia fusocelular composta por células alongadas desordenadas, marcada por pleomorfismo e atividade mitótica baixa e sem necrose, sugestiva de tumor estromal gastrointestinal. A imunohistoquímica revelou desmina positivo, c-Kit e DOG-1 negativos, favorecendo o diagnóstico de leiomioma. A paciente está em seguimento há cerca de seis meses, sem incontinência, e foi encaminhada para biofeedback. O leiomioma originado em tecidos moles profundos é um tumor mesenquimal de músculo liso benigno e extremamente raro. Ocorre geralmente na terceira e quarta décadas de vida, sem predominância entre os gêneros. É comum ser assintomático até atingir dimensões consideráveis. Em localização perianal, ou na fossa isquiorretal, em maiores tamanhos, o paciente sente dor, retorragia, tenesmo ou alteração do trânsito intestinal. A ressonância magnética é útil para identificar a lesão, avaliar a relação com as estruturas adjacentes e orientar a estratégia operatória. A ressecção cirúrgica é o tratamento. O seguimento clínico deve ser realizado, principalmente se houver presença de atividade mitótica significativa e necrose tumoral supurativa, pois pode predizer malignidade. Neste relato de caso, houve a presença de atividade mitótica, embora não significativa. Dessa forma, a paciente permanece em acompanhamento ambulatorial.
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Publication History
Article published online:
27 February 2024
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