Subscribe to RSS

DOI: 10.1055/s-0044-1781215
CIRURGIA DE ALTEMEIER COM PLASTIA DOS ELEVADORES PARA TRATAMENTO DE PROCIDÊNCIA DE RETO EM HOMEM JOVEM
carolina.bonizzio@hc.fm.usp.br
Apresentação do caso Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, de 24 anos, tabagista, não economicamente ativo, em tratamento de longo prazo com neurolépticos para síndrome de Morvan, encefalite e polineuropatia caracterizada por espasmos musculares e movimentos involuntários, que evoluiu com queixa de prolapso do reto nos últimos 3 anos. Referia evacuação três vezes ao dia, com prolapso completo (procidência), redutível com manobras digitais. Negava incontinência fecal clínica, mas a manometria anorretal confirmou achado de exame físico de hipotonia esfincteriana. A avaliação pré-operatória com defecografia evidenciou descida excessiva do períneo, e a colonoscopia excluiu malignidade. Havia antecedente de diálise após lesão renal aguda e laparotomia para ressecção de “nódulo mesentérico” de natureza desconhecida. O paciente foi submetido à cirurgia de Altemeier com os seguintes passos: incisão circunferencial do reto 2 cm acima da linha pectínea; abertura do fundo de saco de Douglas com exteriorização de segmento de reto prolapsado; ligadura seriada do mesocólon próximo a parede intestinal; plastia dos elevadores; secção proximal do cólon com ressecção de 15 cm do retossigmoide, seguida de anastomose coloanal manual com pontos separados de fio absorvível. O paciente não apresentou complicações ou recidiva no pós-operatório.
Discussão A retossigmoidectomia perineal é habitualmente indicada para pacientes idosos, frágeis e de alto risco, devido à menor morbidade perioperatória e à maior taxa de recidiva (de 0% a 16%). Outras indicações descritas são: recidiva, antecedente de cirurgia ou irradiação pélvica, e pacientes masculinos jovens para evitar lesão nervosa, uma vez que a dissecção pélvica presente em outras técnicas não é realizada. Apesar de jovem, o paciente apresentado não era hígido: apresentava comorbidades que aumentavam seu risco operatório. Na literatura, não há evidência de que uma técnica seja superior a outra. A associação da plastia do puborretal com a técnica original, como realizada neste caso, permite a correção da diástase dos elevadores, e apresenta melhores resultados em termos de intervalo livre de doença ou complicações pós-operatórias, como incontinência fecal e constipação. Cuidado deve ser tomado para que a extensão da retossigmoidectomia não seja demasiada e para não deixar a anastomose sob tensão ou insuficiente e facilitar a recidiva.
Comentários finais Retossigmoidectomia perineal é uma opção de tratamento tanto para idosos quanto para homens jovens em casos selecionados.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
27 February 2024
© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil