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CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781145
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doenças Anorretais

FÍSTULA RETOPROSTÁTICA APÓS RETOSSIGMOIDECTOMIA: PROPOSTA DE CORREÇÃO CIRÚRGICA POR TÉCNICA DE GRAMPEAMENTO ENDORRETAL

Lavier Kelvin Holanda Vidal
1   Universidade Federal do Ceará, Fortaleza – CE, Brasil.
,
Francisco Sergio Pinheiro Regadas Filho
,
Rodrigo Dornfeld Escalante
,
David Guerreiro Ferreira
,
William Pinheiro Boavista de Oliveira
,
Maria Valquidia Nogueira Pessoa
,
Luiz Matheus Ferreira Brito
,
Letícia Nogueira Falcão do Carmo
› Author Affiliations
 
 

    lavierhv@gmail.com

    Apresentação do Caso C.A.O.S., do sexo masculino, de 59 anos, foi submetido a retossigmoidectomia por neoplasia de reto médio em 2019; no pós-operatório tardio, evoluiu com fecalúria, pneumatúria, bacteriúria constante e infecções urinárias de repetição, e estava em uso contínuo de nitrofurantoína. Foram realizados exames de imagem, que não localizaram fístula. Em novembro de 2019, realizou-se uma cistostomia, com melhora dos sintomas, que recidivaram após o fechamento desta. Uma tomografia realizada em junho de 2020 constatou fístula lateral à parede do reto com trajeto em direção à uretra prostática. Também visualizou-se orifício fistuloso em exame de colonoscopia. Em novembro de 2020, foi realizada a ressecção discoide para o tratamento definitivo da fístula. O paciente teve boa evolução no pós-operatório, com boa aceitação da dieta e diurese espontânea, sem sintomas álgicos importantes. Atualmente, apresenta apenas bacteriúria assintomática.

    Discussão As fístulas retoprostáticas são uma comunicação anormal entre o reto e a uretra prostática, sendo possíveis causas cirurgias pélvicas prévias, irradiação da pelve, doença diverticular dos cólons, trauma, neoplasias malignas colorretais e prostáticas e a doença de Crohn. O diagnóstico é baseado no histórico, no exame físico e nos exames radiológicos, como tomografia computadorizada de abdome e pelve e colonoscopia/retossigmoidoscopia. Frequentemente, os pacientes cursam com pneumatúria, fecalúria e infecções do trato urinário de repetição. Por se tratar de uma complicação rara, não há tratamento padronizado para esta condição, sendo a maioria das publicações sobre o assunto relatos de experiência. No entanto, é primordial a correção da fístula, para evitar sepse e reduzir a infecção. No presente caso, optou-se por ressecção discoide com o objetivo de retirar o segmento que continha o orifício fistuloso do reto.

    Comentários Finais Fístulas retoprostáticas, assim como as retovesicais, são uma complicação rara, mas que tem um grande potencial de morbimortalidade. Muitas são as técnicas utilizadas na sua correção, sejam elas transabdominais, transanais ou transperineais. Porém, ainda são escassas as publicações sobre o tema, e são necessários mais estudos para que as técnicas cirúrgicas sejam comparadas no que tange à eficácia em solucionar o problema.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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