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Introdução As fistulas anorretais são um trajeto que comunica o canal anal à margem do ânus,
e geralmente são derivadas de uma infecção criptoglandular. São uma das complicações
mais comuns dos abscessos anorretais. A incidência é maior nos homens adultos (2:1)
em uma idade média de 40 anos. São classificadas, de acordo com Parks, como: interesfincterianas,
transesfincterianas, supraesfincterianas e extraesfincterianas, sendo as duas primeiras
as mais comuns. O tratamento dessa condição é essencialmente cirúrgico, sendo o principal
objetivo tratar o orifício interno, preservando a continência fecal e prevenindo a
recorrência.
Objetivo Avaliar a aplicabilidade do uso de laser para a correção de fístulas anorretais.
Método Foram selecionados artigos em língua inglesa, publicados entre 2011 e 2023, contidos
nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Scholar, usando como descritores: fistula, laser, fistula laser closure e fistula-in-ano. Após leitura dos resumos, foram escolhidos artigos de revisão (4) e estudos de coorte
(16). Após análise crítica pelos autores, foram excluídos três estudos de coorte,
e foi realizada revisão bibliográfica de 13 estudos, que foram utilizados para a construção
do texto da base teórica contida nas revisões.
Resultados Foram avaliados 729 pacientes submetidos ao tratamento de fístula anorretal sob a
técnica de FiLaC, com um período de acompanhamento de 2 a 120 meses. Desses 729 pacientes,
402 (55,14%) apresentaram sucesso após abordagem única, e 62 (8,5%) foram submetidos
a duas abordagens, com uma taxa de sucesso de 48,38% (30), de modo que a taxa de sucesso
global foi de 59,25% (432).
Conclusão O tratamento das fístulas anorretais permanece desafiador para os coloproctologistas,
mesmo com as técnicas disponíveis. Devido a isso, estão em constante evolução os métodos
utilizados para o seu tratamento, sendo o uso do laser uma novidade capaz de atingir taxas de sucesso próximas às dos tratamentos convencionais,
com as vantagens de menos dor pós-operatória e preservação do esfíncter, e não existem
relatos de incontinência pós procedimento. Contudo, ainda se trata de um procedimento
de alto custo em relação à técnica tradicional, e requwer aprimoramento técnico por
parte do cirurgião. Porém, pode-se afirmar que é uma abordagem promissora, mas com
necessidade de aperfeiçoamento, para que no futuro figure entre as principais técnicas
de escolha para o tratamento das fístulas anorretais.