Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780979
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

RECONSTRUÇÃO VAGINAL COM RETALHO FASCIOCUTÂNEO DE GLÚTEO APÓS AMPUTAÇÃO ABDOMINOPERINEAL: RELATO DE CASO

Authors

  • Larissa Gonçalves Rezende

    1   Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG, Brasil.
  • Tainara Lelis de Miranda

  • Kelly Cristine de Lacerda Rodrigues Buzatti

  • Pedro Romanelli de Castro

  • Renato Gomes Campanati

  • Rodrigo Gomes da Silva

 
 

larissarezendeg@gmail.com

Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente de 58 anos, do sexo feminino, que iniciou sangramento anal em dezembro de 2021. Em uma colonoscopia, visualizou-se lesão no reto, cuja biópsia confirmou adenocarcinoma de reto baixo. A lesão foi estadiada na primeira ressonância magnética, rmT4N+, sem linfonodos acometidos. A paciente foi submetida a rádio e quimioterapia, e observou-se remissão da doença em maio de 2022. Durante o seguimento, apresentou lesão anal invasiva na parede posterior da uretra. Foram realizados amputação abdominoperineal, reconstrução vaginal com transposição de retalho fasciocutâneo de glúteo e esvaziamento linfonodal inguinal por via robótica em novembro de 2022. O anatomopatológico da peça evidenciou estádio pT4N1a com metástase em linfonodo inguinal direito. A paciente segue em acompanhamento.

Discussão Em pacientes do sexo feminino com tumores de reto avançados, a amputação abdominoperineal com ressecção em bloco de estruturas pélvicas pode ser necessária para se alcançar melhores desfechos oncológicos. A reconstrução com retalhos pode ser uma alternativa para restaurar a anatomia e a função sexual. Retalhos em grandes defeitos pélvicos resultam em menor taxa de complicações, por obliteração do espaço morto com tecido bem vascularizado em local irradiado e comumente contaminado. O retalho miocutâneo vertical do reto abdominal pode ser mais utilizado para a reconstrução perineal devido à confiabilidade, ao volume de tecido fornecido e às baixas taxas de infecções pélvicas pós-operatórias, à perda do retalho e às complicações no local doador. Outros são grande omento, grácil, coxa posterior e glúteo. O retalho fasciocutâneo do glúteo complementa o rotacional do glúteo máximo, e possibilita a restauração do assoalho pélvico. A incisão na prega glútea preserva a forma natural da nádega, e a base do retalho fornece transição entre períneo e cavidade vaginal. Apesar de avançar tecido irradiado para dentro do defeito, a técnica apresenta taxas de complicações aceitáveis, se comparada ao reto abdominal, e retorno à atividade sexual, inclusive intercurso vaginal em alguns casos. Maiores índices de abscesso pélvico e de hérnia perineal são descritos na literatura.

Comentários Finais A reconstrução da vagina por meio do retalho fasciocutâneo do glúteo após amputação abdominoperineal estendida com vaginectomia parcial mostra-se factível, e pode ter impactos positivos na qualidade de vida após a cirurgia, associada a estratégias de educação e promoção da saúde ginecológica.


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Article published online:
27 February 2024

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