Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780879
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

RELATO DE CASO: CARCINOMA PRIMÁRIO DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CÓLON SIGMOIDE

Júlia Salles Rezende Dias
1   Santa Casa BH.
,
Ilson Geraldo da Silva
,
Áurea Cássia Gualberto Braga
,
Gustavo Costa Baumgratz Lopes
,
Guilherme de Almeida Santos
,
Diogo Viana Abreu
,
Amanda Cristina Virgílio Alves
,
Augusto Zbonik Mendes
› Author Affiliations
 
 

    juliasallesrd@gmail.com

    Apresentação do Caso Relatamos o caso do paciente C.R.S.B, de 61 anos, do sexo masculino, ex-tabagista, admitido em caráter de urgência no dia 28 de fevereiro de 2023 por dor abdominal, perda ponderal, tenesmo e hematoquezia associada a esforço evacuatório. Ele foi submetido a extensão propedêutica, com achado de Hbde 10,6, albumina de 4,2, e CEA de 2,88. Tomografias (TCs) de tórax, abdome e pelve apresentaram achados de micronódulos pulmonares inespecíficos e espessamento parietal circunferencial do reto médio e alto, provavelmente neoplásico primário, além de nódulos suspeitos pré-sacrais e em região mesorretal e linfonomegalias nas cadeias ilíacas comuns e para-aórtica. A colonoscopia confirmou tratar-se de lesão neoplásica de cólon sigmoide, com exame anatomopatológico (AP) compatível com neoplasia maligna pouco diferenciada. A ressonância magnética (RNM) da pelve evidenciou espessamento mural irregular do cólon sigmoide distal com invasão extramural mesocólica que alcançava a fáscia pré-sacral, e com invasão da reflexão peritoneal e implante tumoral na gordura mesorretal superior. No dia 21 de março de 2023, o paciente foi submetido a retossigmoidectomia à Hartmann. O AP da peça cirúrgica foi compatível com carcinoma pouco diferenciado, T4, com margens livres e linfonodos negativos. Solicitou-se imuno-histoquímica, que revelou tratar-se de carcinoma de células escamosas (CCE). Atualmente, o paciente se encontra em acompanhamento com a oncologia, e iniciou-se quimioterapia (QT) com cisplatina e capecitabina.

    Discussão O CCE envolvendo o trato gastrointestinal é raro, exceto no esôfago e no canal anal. No intestino posterior, uma região comum de envolvimento é a colorretal, com casos comumente vistos na quinta década de vida, sendo as lesões colônicas mais comuns em homens. É necessário afastar a possibilidade de metástase de outro sítio primário, sendo a mais comum a do pulmão para o intestino delgado. Nos tumores colorretais, assim como nos adenocarcinomas, aqueles acima da reflexão peritoneal são tratados com ressecção inicial seguida de QT adjuvante.

    Comentários Finais A apresentação desses tumores geralmente se dá em estágios avançados, e tem um mau prognóstico, mesmo naqueles tumores ressecáveis. Com a QT, obtêm-se resultados razoáveis mesmo no cenário paliativo. O papel da radioterapia não é claro; ela geralmente é desaconselhada por dificuldade de direcionamento, por não ser uma víscera fixa, e pelo risco de enterite por radiação, exceto em casos selecionados. Como a doença é rara, falta um consenso definitivo sobre o manejo, o que destaca a importância do relato de tais casos na literatura.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

    © 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

    Thieme Revinter Publicações Ltda.
    Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil