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DOI: 10.1055/s-0044-1780879
RELATO DE CASO: CARCINOMA PRIMÁRIO DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CÓLON SIGMOIDE
juliasallesrd@gmail.com
Apresentação do Caso Relatamos o caso do paciente C.R.S.B, de 61 anos, do sexo masculino, ex-tabagista, admitido em caráter de urgência no dia 28 de fevereiro de 2023 por dor abdominal, perda ponderal, tenesmo e hematoquezia associada a esforço evacuatório. Ele foi submetido a extensão propedêutica, com achado de Hbde 10,6, albumina de 4,2, e CEA de 2,88. Tomografias (TCs) de tórax, abdome e pelve apresentaram achados de micronódulos pulmonares inespecíficos e espessamento parietal circunferencial do reto médio e alto, provavelmente neoplásico primário, além de nódulos suspeitos pré-sacrais e em região mesorretal e linfonomegalias nas cadeias ilíacas comuns e para-aórtica. A colonoscopia confirmou tratar-se de lesão neoplásica de cólon sigmoide, com exame anatomopatológico (AP) compatível com neoplasia maligna pouco diferenciada. A ressonância magnética (RNM) da pelve evidenciou espessamento mural irregular do cólon sigmoide distal com invasão extramural mesocólica que alcançava a fáscia pré-sacral, e com invasão da reflexão peritoneal e implante tumoral na gordura mesorretal superior. No dia 21 de março de 2023, o paciente foi submetido a retossigmoidectomia à Hartmann. O AP da peça cirúrgica foi compatível com carcinoma pouco diferenciado, T4, com margens livres e linfonodos negativos. Solicitou-se imuno-histoquímica, que revelou tratar-se de carcinoma de células escamosas (CCE). Atualmente, o paciente se encontra em acompanhamento com a oncologia, e iniciou-se quimioterapia (QT) com cisplatina e capecitabina.
Discussão O CCE envolvendo o trato gastrointestinal é raro, exceto no esôfago e no canal anal. No intestino posterior, uma região comum de envolvimento é a colorretal, com casos comumente vistos na quinta década de vida, sendo as lesões colônicas mais comuns em homens. É necessário afastar a possibilidade de metástase de outro sítio primário, sendo a mais comum a do pulmão para o intestino delgado. Nos tumores colorretais, assim como nos adenocarcinomas, aqueles acima da reflexão peritoneal são tratados com ressecção inicial seguida de QT adjuvante.
Comentários Finais A apresentação desses tumores geralmente se dá em estágios avançados, e tem um mau prognóstico, mesmo naqueles tumores ressecáveis. Com a QT, obtêm-se resultados razoáveis mesmo no cenário paliativo. O papel da radioterapia não é claro; ela geralmente é desaconselhada por dificuldade de direcionamento, por não ser uma víscera fixa, e pelo risco de enterite por radiação, exceto em casos selecionados. Como a doença é rara, falta um consenso definitivo sobre o manejo, o que destaca a importância do relato de tais casos na literatura.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
27 February 2024
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