CC BY 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2024; 59(01): e148-e149
DOI: 10.1055/s-0044-1779334
Carta ao Editor
Coluna

Carta ao Editor sobre: “Hipervigilância postural e percepção da postura correta sentada em indivíduos com e sem dor lombar”

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1   Universidad Ricardo Palma, Lima, Peru
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Senhor Editor,

Li com muito prazer e gratidão o artigo publicado na revista que você preside junto ao DOI - https://doi.org/ 10.1055/S-0042-1756154 - “Hipervigilância Postural e Percepção da Postura Correta Sentada em Indivíduos com e sem Dor Lombar” publicado online: 2022–10–13 pelo Dr. Eduardo Lima de Oliveira. Em primeiro lugar, gostaria de felicitar os autores pelo seu trabalho rigoroso, pois a sua metodologia é sólida e os seus resultados são claros e concisos.

Nos últimos anos, a dor lombar ou dor nas costas tem sido a principal causa de incapacidade em todo o mundo, com maior prevalência nos idosos, na população economicamente ativa e em países de baixa e média renda.[1] A realização de um estudo como este tem implicações importantes tanto na vida cotidiana, na prática clínica, nas práticas desportivas e também no local de trabalho, uma vez que até 73% daqueles que sofrem um primeiro episódio de dor sofrerão uma recorrência.[2] Na América Latina, a dor lombar (lombalgia) relacionada às atividades laborais ocorre em aproximadamente um terço dos trabalhadores.[3] Esses achados sugerem que a Hipervigilância Postural (HP) pode ser um fator comum na percepção da postura correta, independentemente de a pessoa vivenciar ou não DL. No Peru, estudos realizados constataram que a prevalência de dor lombar foi de 7,07%.[4]

Por isso é fundamental investigar se a HP e a capacidade de perceber uma postura adequada têm alguma relação com o surgimento e/ou manutenção da dor lombar, bem como com a qualidade de vida das pessoas que sofrem com isso. Dessa forma, os profissionais de saúde poderiam desenvolver estratégias de tratamento ou prevenção para ajudar os pacientes a criar hábitos apropriados e evitar posturas extremas ou forçadas. Além disso, ao determinar que a HP não está relacionado à dor lombar, as pessoas poderiam adotar outras medidas para melhorar sua postura, promovendo uma ergonomia adequada e a adoção de posturas corretas sem recorrer à HP.

Espero que pesquisas como esta continuem e possam até ser ampliadas no futuro para aprimorar nossa compreensão de como a HP relacionada à dor lombar pode afetar a qualidade de vida das pessoas, uma vez que esta é uma condição prevalente em toda a população e a principal causa de perda funcional e absenteísmo no trabalho.[5] Por tudo o que foi mencionado acima, também seria conveniente procurar associações entre outros tipos de dores nas costas, como dores cervicais ou dorsais, para ter um quadro mais amplo.


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Conflitos de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

  • Referências

  • 1 Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A. et al. Qué es el dolor lumbar y por qué debemos prestar atención. Lanceta. 2018; 391 (10137): 2356-2367
  • 2 Lazarte Argandoña GA, Eslava Parra DB. Prevalencia y factores asociados a la lumbalgia y discapacidad por dolor lumbar en vigilantes de Miraflores [tesis]. Perú: Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas; 2017. (citado 5 de julio de 2020). Disponible en: https://repositorioacademico.upc.edu.pe/handle/10757/621858
  • 3 Donelson R, McIntosh G, Hall H. Is it time to rethink the typical course of low back pain?. PM R 2012; 4 (06) 394-401 , quiz 400
  • 4 Gamboa R, Medina M, Acevedo E. et al. Prevalencia de enfermedades reumatológicas y discapacidad en una comunidad urbano-marginal: resultados del primer estudio COPCORD en el Perú. Rev Per Reumatol 2009; 15 (01) 40-46
  • 5 Popescu A, Lee H. Neck pain and lower back pain. Med Clin North Am 2020; 104 (02) 279-292

Endereço para correspondência

Giampierre Antonio Cortez Bocangel
Universidad Ricardo Palma Facultad de Medicina Humana
Lima 01
Peru   

Publication History

Received: 01 June 2023

Accepted: 28 July 2023

Article published online:
21 March 2024

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  • Referências

  • 1 Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A. et al. Qué es el dolor lumbar y por qué debemos prestar atención. Lanceta. 2018; 391 (10137): 2356-2367
  • 2 Lazarte Argandoña GA, Eslava Parra DB. Prevalencia y factores asociados a la lumbalgia y discapacidad por dolor lumbar en vigilantes de Miraflores [tesis]. Perú: Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas; 2017. (citado 5 de julio de 2020). Disponible en: https://repositorioacademico.upc.edu.pe/handle/10757/621858
  • 3 Donelson R, McIntosh G, Hall H. Is it time to rethink the typical course of low back pain?. PM R 2012; 4 (06) 394-401 , quiz 400
  • 4 Gamboa R, Medina M, Acevedo E. et al. Prevalencia de enfermedades reumatológicas y discapacidad en una comunidad urbano-marginal: resultados del primer estudio COPCORD en el Perú. Rev Per Reumatol 2009; 15 (01) 40-46
  • 5 Popescu A, Lee H. Neck pain and lower back pain. Med Clin North Am 2020; 104 (02) 279-292