CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2023; 58(03): 523-531
DOI: 10.1055/s-0043-1768619
Artigo Original
Quadril

Osteointegração e sucesso em revisão acetabular de artroplastia total de quadril com enxerto estrutural homólogo: seguimento médio de 9,6 anos

Article in several languages: português | English
1   Serviço de Cirurgia do Quadril, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
,
Milton Valdomiro Roos
2   Serviço de Cirurgia do Quadril, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
,
Antero Camisa Júnior
2   Serviço de Cirurgia do Quadril, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
,
Ezequiel Moreno Ungaretti Lima
2   Serviço de Cirurgia do Quadril, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
,
Maurício Domingos Betto
2   Serviço de Cirurgia do Quadril, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
,
Rafaela Scuzziato Dubiela
3   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil
› Author Affiliations
Suporte Financeiro O presente estudo não recebeu nenhum suporte financeiro de fontes públicas, comerciais ou sem fins lucrativos.
 

Resumo

Objetivo Avaliar os resultados clínicos, radiográficos e a sobrevida da cirurgia de revisão acetabular de artroplastia total de quadril com implante cimentado sem uso de anel de reforço, associado à enxertia óssea homóloga estrutural.

Métodos Um total de 40 pacientes (44 quadris) operados de 1995 a 2015 foram analisados retrospectivamente. As radiografias foram avaliadas de acordo com a classificação do defeito ósseo acetabular, o formato do enxerto e à presença de osteointegração. Foram considerados casos de insucesso a migração do implante > 5mm em qualquer direção e/ou a progressão de linhas de radioluscência em torno do componente acetabular > 2mm. Verificamos a associação dos achados radiográficos com os casos de falha utilizando testes estatísticos e analisamos a sobrevida utilizando a curva de Kaplan-Meier.

Resultados Dos 44 quadris, 45,5% dos defeitos acetabulares eram Paprosky tipo 3A e 50%, 3B. Em 65% dos quadris, a configuração do enxerto foi classificada como tipo 1 de Prieto e em 31% como tipo 2. Não foi observada evidência radiográfica de osteointegração em 13,6% dos casos. Observamos 9 (20,5%) falhas de reconstrução. Foi observada correlação entre falha da reconstrução com a ausência de sinais radiográficos de osteointegração do enxerto.

Conclusão Observamos bons resultados clínicos e radiográficos, com sobrevida de 79,54% em seguimento médio de 9,65 anos. Também houve associação entre ausência de sinais radiográficos de osteointegração do enxerto estrutural e falha nesta série de pacientes com grandes defeitos ósseos. As falhas não se correlacionaram com a severidade do defeito ósseo acetabular, espessura ou configuração do enxerto.


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Introdução

A cirurgia de reconstrução acetabular em revisão de artroplastia total do quadril (RATQ) é um procedimento complexo. A soltura do implante pós-artroplastia é uma das complicações mais frequentes à longo prazo, levando a perda óssea.[1] Os principais objetivos da cirurgia de reconstrução acetabular são obter a estabilidade do implante, restaurando a anatomia do quadril com posicionamento do componente o mais próximo possível do centro de rotação articular.[2]

Existem diversas formas de tratamento de grandes defeitos ósseos acetabulares em RATQ: colocação de implante com centro de rotação do quadril alto (High Hip Center), utilização de implantes de grande diâmetro (Jumbo cup), uso de enxerto ósseo homólogo estrutural (com ou sem anel de reforço), impacção de enxerto ósseo homólogo fragmentado (com ou sem anel de reforço), além da utilização de aumentos de metal trabecular.[3] Contudo, o tratamento mais adequado ainda permanece indefinido.[4] [5]

O nosso serviço iniciou o uso de enxerto homólogo em RATQ na década de 80, com a publicação subsequente dos resultados.[6] [7] [8] A análise dos nossos casos e dos resultados da literatura permite a constatação da consolidação do enxerto ósseo homólogo com possível osteointegração na maioria dos casos, permitindo uma reconstrução estável.[2] [5] O uso de enxerto ósseo possibilita restaurar o centro de rotação do quadril, obter estabilidade do implante, restaurar a integridade do acetábulo e o estoque ósseo, facilitando futuras revisões.[9] Com a estabilidade do enxerto na reconstrução, é possível fornecer condições para que ocorram a revascularização e osteointegração junto ao osso hospedeiro.[9] As desvantagens que podem ser encontradas com essa técnica são a potencial reabsorção do enxerto e a não-união ao osso hospedeiro.[10] [11]

O objetivo do presente estudo é avaliar os resultados clínicos, radiográficos e a sobrevida da cirurgia de reconstrução acetabular com implante cimentado sem uso de anel de reforço, associado à enxertia óssea homóloga estrutural.


#

Materiais e Métodos

Entre janeiro de 1995 e agosto de 2015, 318 pacientes foram submetidos a RATQ por 2 cirurgiões da mesma equipe médica (Roos B. D. e Roos M. V.). Destes, 71 foram submetidos a RATQ com a utilização de implante acetabular cimentado sem anel de reforço associado à enxertia óssea homóloga estrutural. Trinta e um pacientes foram excluídos por perda de seguimento, seguimento < 24 meses, ou por apresentarem prontuário ou exames incompletos. Quarenta pacientes foram analisados (44 quadris) em um estudo retrospectivo ([Tabela 1]).

Tabela 1

Pré-operatório

Pós-operatório imediato

Pós-operatório tardio

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Sexo

Lado operado

Idade

(anos)

Tipo de ATQ

Data da cirurgia

Tipo de revisão

Último follow-up

(anos + meses)

Falha

1

Feminino

Esquerdo

40

Cimentada

31/01/2007

Cimentada

11a + 11m

Não

2

Feminino

Direito

46

Hibrida

12/05/2003

Cimentada

8a + 4m

Não

3

Feminino

Direito

42

Girdlestone

13/11/2002

Cimentada

14a + 11m

Não

4

Masculino

Direito

43

Cimentada

21/02/2003

Cimentada

9a + 1m

Não

5

Feminino

Esquerdo

77

Cimentada

16/07/2001

Cimentada

4a + 2m

Não

6

Feminino

Direito

47

Não cimentada

08/11/2006

Cimentada

10a + 10m

Não

7

Masculino

Direito

67

Cimentada

05/08/2002

Cimentada

14a + 6m

Não

8

Feminino

Direito

72

Não cimentada

17/09/2003

Hibrida reversa

11a + 10m

Sim

9a

Feminino

Direito

64

Espaçador

19/09/2005

Cimentada

7a + 6m

Sim

10a

Feminino

Direito

72

Cimentada

13/05/2013

Cimentada

7a + 10m

Sim

11

Feminino

Direito

76

Parcial

04/02/1997

Cimentada

8a

Não

12

Feminino

Esquerdo

57

Não cimentada

20/11/2000

Cimentada

15a + 4m

Não

13

Masculino

Direito

67

Cimentada

02/08/2004

Cimentada

6a + 1m

Não

14

Feminino

Direito

71

Cimentada

07/11/2005

Cimentada

4a + 9m

Não

15b

Masculino

Direito

42

Cimentada

17/03/1998

Cimentada

16a + 10m

Não

16b

Masculino

Esquerdo

51

Cimentada

14/05/2007

Cimentada

7a + 8m

Não

17

Masculino

Direito

69

Não cimentada

10/05/2001

Cimentada

4a + 4m

Não

18

Feminino

Direito

78

Cimentada

31/01/1995

Cimentada

18a + 9m

Não

19

Masculino

Direito

72

Cimentada

17/01/2008

Cimentada

10a + 11m

Sim

20

Feminino

Direito

43

Não cimentada

24/06/2003

Cimentada

14a + 2m

Não

21

Masculino

Esquerdo

47

Cimentada

19/11/1996

Cimentada

16a + 7m

Não

22

Feminino

Esquerdo

57

Não cimentada

13/09/2000

Cimentada

14a + 1m

Sim

23

Masculino

Esquerdo

59

Cimentada

13/04/1999

Cimentada

8a + 10m

Não

24

Feminino

Direito

72

Cimentada

22/11/2006

Cimentada

7a + 7m

Não

25

Feminino

Esquerdo

65

Não cimentada

06/09/2004

Cimentada

4a + 0m

Não

26

Feminino

Esquerdo

38

Não cimentada

14/03/2003

Cimentada

15a + 0m

Não

27

Feminino

Esquerdo

62

Não cimentada

19/05/2005

Cimentada

13a + 8m

Não

28c

Feminino

Direito

38

Cimentada

27/10/2005

Cimentada

2a + 1m

Sim

29c

Feminino

Direito

45

Cimentada

30/07/2012

Cimentada

7a + 2m

Sim

30

Masculino

Direito

77

Cimentada

25/10/2002

Cimentada

6a + 6m

Não

31

Feminino

Direito

73

Não cimentada

05/12/2007

Cimentada

10a + 6m

Não

32

Feminino

Esquerdo

61

Não cimentada

21/12/1998

Cimentada

12a + 3m

Não

33

Feminino

Esquerdo

66

Cimentada

25/10/2005

Cimentada

13a + 5m

Não

34

Feminino

Esquerdo

56

Não cimentada

13/10/2004

Cimentada

12a + 9m

Não

35

Feminino

Esquerdo

41

Não cimentada

03/07/2000

Cimentada

16a + 3m

Não

36

Feminino

Direito

70

Cimentada

19/06/2007

Cimentada

12a + 5m

Não

37d

Masculino

Esquerdo

56

Cimentada

27/09/1997

Cimentada

6a + 10m

Sim

38d

Masculino

Esquerdo

63

Cimentada

27/08/2004

Cimentada

15a + 9m

Não

39

Feminino

Direito

70

Não cimentada

10/08/2015

Hibrida reversa

3a + 2m

Não

40

Feminino

Direito

46

Não cimentada

15/07/2015

Hibrida reversa

4a + 0m

Não

41

Feminino

Direito

63

Cimentada

21/07/2015

Hibrida reversa

3a + 1m

Sim

42

Feminino

Direito

64

Cimentada

19/05/2015

Hibrida reversa

2a + 1m

Não

43

Masculino

Direito

69

Cimentada

12/02/2015

Hibrida reversa

2a + 1m

Não

44

Masculino

Esquerdo

59

Girdlestone

01/10/2014

Hibrida reversa

2a + 0m

Não

A decisão de utilizar a técnica avaliada neste trabalho foi a constatação radiográfica pré-operatória de defeitos ósseos acetabulares segmentares ou combinados, além de grandes defeitos cavitários, com ou sem descontinuidade pélvica (Classificação D'Antonio[12]). O estudo foi iniciado após aprovação pelo Comitê de Ética da nossa instituição.

Avaliação Clínica

A avaliação clínica pré- e pós-operatória tardia foi realizada em todos os pacientes utilizando o escore de avaliação do quadril Harris Hip Score (HHS).[13]


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Avaliação Radiográfica

Radiografias padronizadas de pélvis foram realizadas pré-operativamente, no pós-operatório imediato e nos exames de acompanhamento em 6 semanas, 3 meses, 6 meses, e após, anualmente.

Pré-operativamente, foi avaliada a classificação do defeito ósseo acetabular através dos métodos de Paprosky[14] e D'Antonio,[12] além da dimensão do defeito em milímetros.[6]

Na radiografia pós-operatória imediata, foram avaliadas a percentagem de cobertura do componente acetabular pelo enxerto estrutural, e a aferição em milímetros da maior espessura craniocaudal do enxerto. Para descrever a configuração do enxerto estrutural no acetábulo, utilizamos a descrição publicada por Prieto et al.,[2] definidos em três tipos: Tipo 1, configuração de contraforte ou “flying buttress”; Tipo 2, suporte de domo “dome support”; e, Tipo 3, em base ou “footing”.

Na radiografia pós-operatória mais tardia, classificou-se a osteointegração do enxerto conforme descrição em outra publicação, que se tornou conhecida como “critério de Coon”.[15] O tipo 1 foi definido como continuidade total do trabeculado ósseo na interface entre o osso hospedeiro e o enxerto (osteointegração total); o tipo 2, como continuidade parcial do trabeculado ósseo na interface entre o osso hospedeiro e o enxerto (osteointegração parcial); o tipo 3, como ausência de continuidade do trabeculado ósseo na interface entre o osso hospedeiro e o enxerto (ausência de osteointegração); e o tipo 4 como impossibilidade de visualização do enxerto pela presença de componentes protéticos (telas, anéis de reforço etc.).

Em radiografias seriadas, avaliou-se a presença de linhas de radioluscência progressivas em torno do componente acetabular, sinais de reabsorção do enxerto e de osteólise, de acordo com as zonas acetabulares determinadas por DeLee et al. [16]

Foi aferida a migração do componente acetabular em radiografias obtidas no pós-operatório imediato em comparação com o mais tardio, através de parâmetros definidos por Knight et al.,[17] tendo como pontos de referência a gota de lágrima de ambos os quadris, a linha de Köhler e o centro de rotação do quadril.

Foram considerados casos de insucesso as falhas de reconstrução devido a afrouxamento do implante com migração > 5mm em qualquer direção, e/ou a progressão de linhas de radioluscência em torno do componente acetabular > 2mm de largura. Os casos de insucesso foram comparados com os demais (sucesso) buscando correlação com a classificação do defeito ósseo conforme Paprosky et al.[14] e D'Antonio et al.,[12] a dimensão do defeito ósseo em milímetros,[6] a maior espessura do enxerto em milímetros, o percentual de cobertura do implante pelo enxerto, a osteointegração do enxerto,[15] a presença de reabsorção do enxerto e osteólise, além da sua configuração.[18]

Para evitar erros inter- e intraobservadores, as aferições foram realizadas por um membro da equipe e revisada por outro. No caso de haver discordância, uma nova avaliação foi executada por um terceiro membro da equipe procedendo-se, então, a um consenso.


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Técnica Cirúrgica

Em todos os casos, utilizamos a abordagem cirúrgica anterolateral de Hardinge modificada. Inicialmente, realiza-se a remoção do componente acetabular; após, efetua-se a limpeza de debris e tecido fibroso da cavidade, utilizando curetas e fresas acetabulares, com o objetivo de alcançar uma superfície cruenta e apta a receber o enxerto. Em seguida, é realizada a remoção da haste femoral, quando necessário.

O enxerto é preparado e lavado com soro fisiológico; utilizou-se enxerto em bloco no teto acetabular associado ou não a enxerto picado. Após a limpeza do acetábulo, prepara-se um leito com enxerto picado impactado no local que receberá o bloco ósseo, para que não existam "zonas mortas" que permitam a formação de tecido fibroso ou cistos, dificultando a consolidação e a possível integração do bloco.

A fixação do enxerto estrutural no osso hospedeiro se dá por meio de parafusos esponjosos de 3,5mm com rosca parcial, em ângulo de 45° e em número variável de acordo com o tamanho e número de blocos ósseos utilizados. Após a fixação do enxerto, fresa-se a cavidade até que se atinja o tamanho ideal. Após o preenchimento complementar dos defeitos existentes, é colocado o componente acetabular, cimentado ou não, e é realizada ao menos uma ancoragem, feita superiormente com broca de 10mm, necessariamente alcançando o osso hospedeiro, e outra feita no ísquio através do osso hospedeiro, enxerto impactado, ou bloco ósseo (dependendo do tamanho da cavidade existente). Usamos uma solução de iodopolividona com soro fisiológico ao longo do transoperatório.


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Manejo Pós-operatório

Foi utilizada profilaxia tromboembólica mecânica no pós-operatório imediato, anticoagulação oral profilática durante trinta dias e antibioticoprofilaxia com vancomicina e ceftriaxona. Além disso, em cada dose de cimento ósseo utilizado é adicionado um grama de ceftazidima. Realiza-se avaliação radiográfica 6 semanas após o procedimento cirúrgico; a partir desse momento, é permitido apoio total com uma muleta como elemento acessório de equilíbrio.


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Análise Estatística

A análise estatística foi realizada para se estabelecerem comparações entre as medidas do pré e do pós-operatório em relação aos dados e critérios clínicos e radiológicos, utilizando-se, conforme a necessidade, os testes t de Student, χ2, Mann-Whitney, ou teste exato de Fischer. Foi utilizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. A análise de sobrevida do componente acetabular foi realizada através do método de Kaplan-Meier usando dados radiográficos. Considerou-se valor significativo quando p < 0.05, com intervalo de confiança [IC] de 95%. Foi empregado o software IBM SPSS Statistics for Windows, versão 27.0 (IBM Corp., Armonk, NY, EUA) para a análise de dados.


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Resultados

Foram avaliados 40 pacientes (44 quadris), com seguimento médio de 9,65 anos (de 2 a 18,75 anos). Em 39 pacientes iniciais da série (88,66%) foi utilizado componente acetabular cimentado convencional (não crosslinked).

Com relação aos resultados clínicos, o HHS[13] pré-operatório médio foi de 48,8 pontos, e o pós-operatório tardio de 82. Comparativamente, observou-se diferença estatisticamente significativa (p ≤ 0,001).

Dos 44 casos operados, 20 defeitos acetabulares (45,5%) foram classificados como tipo 3A de Paprosky[14] e 22 (50%) como tipo 3B. Pela classificação de D'Antonio,[12] observou-se 39 defeitos combinados (88,6%). A dimensão do defeito ósseo em milímetros[6] foi em média de 62,48 mm. As características radiográficas dos pacientes estão descritas na [Tabela 2].

Tabela 2

Características

Total

(n = 44)

Falha

(n = 9)

Sucesso

(n = 35)

valor-p

Falha na osteointegração

62.48 (± 8.26)

65.67 (± 10.95)

61.66 (± 7.39)

0.226ǂ

Defeito acetabular (Paprosky)

2A

1 (2.3%)

0 (0.0%)

1 (100.0%)

0.239Δ

2B

1 (2.3%)

1 (100.0%)

0 (0.0%)

3A

20 (45.5%)

4 (20.0%)

16 (80.0%)

3B

22 (50.0%)

4 (18.2%)

18 (81.8%)

Defeito acetabular (D'Antonio)

I

1 (2.3%)

0 (0.0%)

1 (100.0%)

0.178Δ

II

3 (6.8%)

0 (0.0%)

3 (100.0%)

III

39 (88.6%)

8 (20.5%)

31 (79.5%)

IV

1 (2.3%)

1 (100.0%)

0 (0.0%)

Cobertura (%)

0.77 (± 0.16)

0.76 (± 0.16)

0.78 (± 0.17)

0.748ǂ

Maior espessura do enxerto

2.20 (± 0.71)

2.30 (± 0.99)

2.17 (± 0.64)

0.907ǂ

Configuração do enxerto (Prieto)

I (flying buttress)

29 (65.9%)

7 (24.1%)

22 (75.9%)

0.662Δ

II (dome support)

14 (31.8%)

2 (14.3%)

12 (85.7%)

III (footing)

1 (2.3%)

0 (0.0%)

1 (100.0%)

Osteointegração (Coon)

1 (total)

27 (61.4%)

3 (11.1%)

24 (88.9%)

≤ 0.001Δ

2 (parcial)

11 (25%)

0 (0.0%)

11 (100.0%)

3 (ausente)

6 (13.6%)

6 (100.0%)

0 (0.0%)

Migração (≥ 2mm)

9 (20.5%)

0 (0.0%)

35 (100.0%)

≤ 0.001¥

Absorção (DeLee Zona I)

14 (31.8%)

5 (55.6%)

9 (25.7%)

0.117¥

Osteólise (DeLee Zona III)

8 (18.2%)

2 (22.2%)

6 (17.1%)

0.659¥

Migração

8 (18.2%)

8 (88.9%)

0 (0.0%)

≤ 0.001¥

Reoperação

8 (18.2%)

6 (66.7%)

2 (5.7%)

≤ 0.001¥

Revisão

4 (9.1%)

4 (9.1%)

0 (0.0%)

≤0.001¥

A percentagem de cobertura média do implante cimentado pelo enxerto foi de 77% (43 a 100%), sendo em 41 casos (93,18%) evidenciado > 50% de cobertura. A maior espessura craniocaudal do enxerto foi em média de 2,2 mm (1,2 a 4,6 mm). Em 29 quadris (65%), a configuração do enxerto foi classificada como tipo 1 de Prieto[2] (footing), e em 14 (31%) como tipo 2 (dome support).

Pós-operativamente, não foi observada evidência radiográfica de osteointegração em 6 (13,6%) casos (Coon 3[15]). Em 14 quadris (26%), observou-se reabsorção parcial do enxerto, todos na zona 1 de DeLee.[16] Em 8 casos (18.2%), evidenciou-se a presença de osteólise, todos na zona 3 de DeLee.[16]

Observou-se linhas de radioluscência progressivas > 2 mm de largura em torno do implante acetabular em 9 casos. Destes, em 8 casos evidenciou-se migração > 5mm. De acordo com os critérios radiográficos estabelecidos, 9 casos (20,5) foram considerados falhas de reconstrução. Cinco (11,5%) destes pacientes foram submetidos novamente à cirurgia de revisão, sendo um destes casos por infecção. Dos 9 casos de falha, não se observou osteointegração do enxerto em 6 casos ([Figs. 1] e [2]).

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Fig. 1 Radiografias de uma paciente feminina, 73 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril não cimentada com defeito combinado (D'Antonio); Paprosky 3B, medindo 82 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) Radiografia pós-operatória com 10 anos e 6 meses após reconstrução acetabular sem sinais de soltura.
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Fig. 2 Radiografias de uma paciente feminina, 63 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril cimentada com descontinuidade pélvica; Paprosky 3B, medindo 80 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) radiografia pós-operatória com 3 anos e 1 mês após reconstrução acetabular com sinais de soltura.

Utilizando-se critérios radiográficos para definição de insucesso, constatamos 79,54% de sobrevida em seguimento médio de 9,65 anos. Quando utilizada como critério a necessidade de nova cirurgia de revisão do componente acetabular por qualquer motivo, a sobrevida foi de 88,63%. Como complicações, observamos 4 casos (9,09%) de instabilidade e 1 (2,27%) de infecção.

A sobrevida da reconstrução foi avaliada através da curva de Kaplan-Meier, sendo de 92.1% em 5 anos e 78.3% em 10 anos, quando utilizado os parâmetros radiográficos de insucesso. A sobrevida de 5 e 10 anos livre de nova cirurgia de revisão do componente acetabular por qualquer motivo como desfecho, foi de 94.4 e 83.2%, respectivamente ([Fig. 3]).

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Fig. 3 Curvas de Kaplan-Meier para sobrevida de reconstrução sem revisão para: (A) soltura acetabular (92.1% em 5 anos, 78.3% em 10 anos e 67.5% em 15 anos) ou (B) qualquer causa (94.4% em 5 anos e 83.2% em 10 e 15 anos).

Foi observada correlação entre migração e falha da reconstrução, com a ausência de sinais radiográficos de osteointegração do enxerto (p < 0,01). Houve 5 casos de complicações: 4 de instabilidade (9,09%) e 1 (2,27%) de infecção.


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Discussão

No presente estudo, a maioria dos pacientes apresentava grandes defeitos acetabulares, sendo 90,9% dos defeitos classificados como tipo III ou IV de D'Antonio e 95,5% como tipo 3A ou 3B de Paprosky. Foi observada correlação entre insucesso da reconstrução e ausência de sinais radiográficos de osteointegração do enxerto (p < 0,01). Os pacientes que apresentaram sinais radiográficos de insucesso evidenciaram escores pós-operatórios significativamente piores que os demais pacientes.

A reconstrução acetabular na presença de deficiência óssea acetabular grave é um cenário desafiador na cirurgia de revisão do quadril. As técnicas de reconstrução acetabular utilizando enxerto ósseo estrutural permitem restaurar o centro de rotação do quadril e obter estabilidade do implante, com possibilidade de restauração do estoque ósseo, facilitando futuras revisões.[18]

A reconstrução acetabular com uso de enxerto homólogo estrutural em RATQ apresentam resultados controversos na literatura.[11] [18] [19] Prieto et al. [2] encontraram 94% de sobrevida em implantes não cimentados com metal de alta porosidade associado ao uso de aloenxerto estrutural em 5 anos de seguimento. Brown et al., utilizando aloenxerto estrutural de fêmur distal associado a implante não-cimentado, observaram 72% de sobrevida em 21 anos de seguimento médio.[20] Garbuz et al.[21] avaliaram 33 casos de reconstrução acetabular com enxerto estrutural suportando > 50% do implante, em seguimento médio de 7 anos. Observou-se 45% de falha, as quais ocorreram principalmente em casos nos quais não foi utilizado anel de reforço.

Butscheidt et al.,[5] analisaram pós-morte 13 enxertos homólogos estruturais por meio de radiografia, tomografia computadorizada (TC), histologia e microscopia eletrônica. A distância entre o aloenxerto atual e o osso hospedeiro e a distância entre o aloenxerto original e o osso hospedeiro foram avaliadas. O estudo observou adequada osteointegração de todos os enxertos ao longo da maior parte da interface entre enxerto e osso hospedeiro. A eventual não-osteointegração em alguns pontos não levou ao colapso dos enxertos em até 22 anos de seguimento.[5]

A literatura aponta maior incidência de falha da reconstrução quando da utilização de enxerto estrutural com cobertura do implante acetabular > 50%, o que não evidenciamos nesta série mesmo sem a utilização de anel de reforço.[10] [11] [22] O paciente com maior tempo de seguimento (18,75 anos) não apresenta sinais de soltura ou falha até o momento ([Fig. 4]).

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Fig. 4 Radiografias de uma paciente feminina, 74 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril cimentada com defeito combinado (D'Antonio); Paprosky 3A, medindo 74 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) radiografia pós-operatória com 18 anos e 9 meses após reconstrução acetabular sem sinais de soltura.

A RATQ na presença de defeitos acetabulares graves é mais desafiadora e pode ter resultados piores. No presente estudo, com a análise do tratamento de grandes defeitos ósseos, não observamos, entretanto, uma correlação entre a falha da reconstrução e a gravidade do defeito ósseo acetabular, a espessura ou a configuração do enxerto.

Nosso estudo apresenta algumas limitações. Observamos bom tempo de seguimento médio dos pacientes (9,65 anos); porém, tivemos uma considerável perda de seguimento, o que impossibilitou mais conclusões. Além disso, como a série de pacientes é antiga e não havia localmente a disponibilidade de implante acetabular cimentado com polietileno crosslinked, deve-se considerar que a utilização de polietileno convencional na maioria dos casos pode ter comprometido a sobrevida da reconstrução devido a desgaste precoce. Sugerimos pesquisa futura para avaliar a osteointegração do enxerto estrutural utilizando somente um tipo de implante protético cimentado, visando reduzir fatores de confusão.


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Conclusão

Observamos bons resultados clínicos e radiográficos, com sobrevida de 79,54% em seguimento médio de 9,65 anos. Houve associação entre ausência de sinais radiográficos de osteointegração do enxerto estrutural e falha da revisão acetabular de artroplastia total do quadril nesta série de pacientes com grandes defeitos ósseos. As falhas não se correlacionaram com a severidade do defeito ósseo acetabular, a espessura ou a configuração do enxerto.


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Conflito de Interesses

Os autores não têm nenhum conflito de interesses a declarar.

Trabalho desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil.


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Endereço para correspondência

Bruno Dutra Roos, MD
Serviço de Cirurgia do Quadril, Rua Sete de Setembro 817, Hospital Ortopédico de Passo Fundo
Passo Fundo, RS
Brasil. CEP: 99010-121   

Publication History

Received: 20 July 2022

Accepted: 04 October 2022

Article published online:
29 June 2023

© 2023. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commercial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

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Fig. 1 Radiografias de uma paciente feminina, 73 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril não cimentada com defeito combinado (D'Antonio); Paprosky 3B, medindo 82 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) Radiografia pós-operatória com 10 anos e 6 meses após reconstrução acetabular sem sinais de soltura.
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Fig. 2 Radiografias de uma paciente feminina, 63 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril cimentada com descontinuidade pélvica; Paprosky 3B, medindo 80 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) radiografia pós-operatória com 3 anos e 1 mês após reconstrução acetabular com sinais de soltura.
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Fig. 3 Curvas de Kaplan-Meier para sobrevida de reconstrução sem revisão para: (A) soltura acetabular (92.1% em 5 anos, 78.3% em 10 anos e 67.5% em 15 anos) ou (B) qualquer causa (94.4% em 5 anos e 83.2% em 10 e 15 anos).
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Fig. 1 Radiographs of a 73-year-old female patient who had her right hip operated. A) preoperative radiography showing noncemented total hip arthroplasty with combined defect (D'Antonio); Paprosky 3B, measuring 82 mm; B) immediate postoperative radiography presenting acetabular reconstruction with structural graft and cemented acetabular component; C) postoperative radiography at 10 years and 6 months after acetabular reconstruction without signs of release.
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Fig. 2 Radiographs of a 63-year-old female patient who had her right hip operated. A) preoperative radiography showing cemented total hip arthroplasty with pelvic discontinuity; Paprosky 3B, measuring 80 mm; B) immediate postoperative radiography presenting acetabular reconstruction with structural graft and cemented acetabular component; C) postoperative radiography at 3 years and 1 month after acetabular reconstruction with signs of loosening.
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Fig. 3 Kaplan-Meier curves for reconstruction survival without revision for: (A) acetabular loosening (92.1% in 5 years, 78.3% in 10 years, and 67.5% in 15 years) or (B) any cause (94.4% in 5 years and 83.2% in 10 and 15 years).
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Fig. 4 Radiografias de uma paciente feminina, 74 anos, que teve o quadril direito operado. A) radiografia pré-operatória mostrando artroplastia total de quadril cimentada com defeito combinado (D'Antonio); Paprosky 3A, medindo 74 mm; B) radiografia pós-operatória imediata apresentando reconstrução acetabular com enxerto estrutural e componente acetabular cimentado; C) radiografia pós-operatória com 18 anos e 9 meses após reconstrução acetabular sem sinais de soltura.
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Fig. 4 Radiographs of a 74-year-old female patient who had her right hip operated. A) preoperative radiography showing cemented total hip arthroplasty with combined defect (D'Antonio); Paprosky 3A, measuring 74 mm; B) immediate postoperative radiography presenting acetabular reconstruction with structural graft and cemented acetabular component; C) postoperative radiography at 18 years and 9 months after acetabular reconstruction without signs of loosening.