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DOI: 10.1055/s-0043-1764982
ESFINCTEROPLASTIA POR SOBREPOSIÇÃO OU APOSIÇÃO. DETALHES TÉCNICOS EM CADA INDICAÇÃO
Introdução Para as lesões da musculatura esfincteriana completas, deformidades do corpo perineal e/ou do canal anal associadas à presença de esfíncter remanescente, a reconstrução da musculatura, esfincteroplastia, pode ser uma opção de tratamento.
Objetivo Demonstrar os detalhes técnicos da esfincteroplastia, com reconstrução completa, em casos complexos e extensos, sendo necessária a decisão da sobreposição, ou a aposição, de acordo com a extensão da lesão.
Materiais e Métodos Descrição técnica detalhada de dois casos distintos de esfincteroplastia realizada em pacientes avaliadas com escore de incontinência fecal da Cleveland Clinic, ultrassom anorretal tridimenssional (US-3D) e manometria anorretal. O resultado do exame de imagem, associado à execução da técnica, possibilitou determinar o tipo de esfinteroplastia. A técnica consiste na dissecção dos cotos musculares lesados em cada lado, mantendo a vascularização. Realiza-se a reconstrução da mucosa, da musculatura esfincteriana, e da vagina.
Resultados O primeiro caso era o de uma paciente de 40anos, pós-trauma vaginal completo e cloaca, seguido de duas tentativas de reconstrução (no pós-parto imediato e após 3 meses), sem sucesso. Ela tinha um escore de 15, e a US-3D revelou lesão esfincteriana entre 11 h e 2 h e lesão da musculatura dos elevadores na lateral esquerda. A paciente tinha pressões anais muito reduzidas. Realizou-se dissecção cuidadosa dos cotos musculares devido a intensa fibrose, seguida de esfincteroplastia com sobreposição, e reconstrução do corpo perineal, da vagina, e ferida semifechada. Ela permaneceu três dias internada com antibioticoterapia. Sem colostomia, evoluiu sem complicações e melhora expressiva no escore (para 4). O segundo caso era o de uma adolescente do sexo feminino, de 15 anos, vítima de acidente de motocicleta, com queda à cavaleiro, atendida na emergência, em que foi realizada sutura superficial de extensa lesão no canal anal, com secção de musculatura esfincteriana, e sigmoidostomia em alça. A US-3D revelou lesão esfincteriana entre 11h e 6h e pressões anais muito reduzidas. Realizou-se a dissecção dos cotos musculares, seguida de esfincteroplastia por aproximação dos cotos musculares, e ferida semifechada. A paciente evoluiu sem complicações intra e pós-operatórias. Após três meses, foi fechada a colostomia.
Conclusão Cirurgias complexas, com lesões extensas da musculatura esfincteriana, recidivadas, que necessitam de reconstrução anatômica completa, devem ser realizadas em serviços especializados com experiência e cuidados específicos no pré e pós-operatório, para evitar complicações, e obter sucesso.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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