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DOI: 10.1055/s-0043-1764890
LEIOMIOMA GIGANTE DE CANAL ANAL ABORDADO POR VIA ABDOMINOPERINEAL – RELATO DE CASO
Authors
Apresentação do Caso FRDS, de 36 anos, do sexo feminino, hipertensa, foi encaminhada ao serviço de coloproctologia devido a abaulamento progressivo na região glútea esquerda associado a desconforto abdominal e constipação havia 1 ano. O toque retal e a colonoscopia evidenciaram compressão extrínseca à parede lateral esquerda do reto, com mucosa normal. A RNM de pelve revelou massa sólida heterogênea de contornos lobulados, com aparente origem nas regiões perianal e pararretal à esquerda, medindo 18x12x10 cm, com relação íntima com a parede lateral esquerda do reto e o esfíncter anal externo. Foi indicado tratamento cirúrgico com abordagem combinada por vias abdominal e perineal lateral. A paciente evoluiu satisfatoriamente, sem intercorrências no pós-operatório. O anatomopatológico evidenciou neoplasia fusocelular de baixo grau, e a imunohistoquímica confirmou neoplasia mesenquimal fusocelular com ausência de atipias citológicas significativas ou necrose e negatividade para marcadores tumorais de GIST ou lipossarcoma. Após seis meses de seguimento pós-operatório, a paciente não relatava sintomas relacionados ao tumor, além de apresentar normalização do hábito intestinal, função esfincteriana preservada, e ausência de sinais de recidiva local em RNM de pelve.
Discussão Os leiomiomas no trato gastrointestinal são mais frequentemente encontrados no esôfago, no cólon e no reto. Trata-se de tumores benignos de origem mesenquimal com histopatologia caracterizada por células fusiformes, sem atipia, sem necrose, e com ausência ou presença de raras mitoses. Os leiomiomas de canal anal são particularmente raros, com poucos casos descritos na literatura. As manifestações clínicas podem ser dor perianal, hemorragia baixa, massa palpável local, e obstrução fecal. O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica, mesmo nos casos assintomáticos, uma vez que os achados radiológicos e de biópsias incisionais nem sempre são capazes de diferenciá-los de neoplasias mesenquimais malignas. Fatores como crescimento rápido, lesões maiores do que 5 cm, ulcerações ou hemorragia sugerem degeneração maligna da lesão.
Considerações Finais: A apresentação do leiomioma gigante com origem no canal anal é atípica e um desafio cirúrgico. A escolha da via cirúrgica deve ser individualizada, levando-se em consideração a dimensão e a localização da lesão, objetivando-se a ressecção completa do tumor com a máxima preservação da função esfincteriana.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
16 March 2023
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