Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764876
Temas gerais dentro da especialidade
ID – 114447
Pôster Eletrônico

FÍSTULA RETOVESICAL EM PACIENTE COM SALPINGITE POR ENTEROBIUS VERMICULARIS: RELATO DE CASO

Authors

  • Camila Burgos Ribeiro da Penha

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • David Guerreiro Ferreira

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • José Jader Araujo de Mendonça Filho

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • Adryano Gonçalves Marques

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • Allison Diêgo da Silva Bezerra

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • Lavier Kelvin Holanda Vidal

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • Rafael Pereira de Araujo

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
  • Francisco Xavier de Aquino Júnior

    1   Hospital Universitário Walter Cantídio, Fortaleza, CE, Brasil
 
 

    Apresentação do Caso Uma paciente do sexo feminino, de 54 anos, foi submetida a laparotomia por infiltrado inflamatório difuso a esclarecer, tendo o procedimento abortado devido a “pelve congelada”. Ela evoluiu com queixa de pneumatúria, e foi diagnosticada fístula retovesical (FRV), além de lesão infiltrativa uteroanexial com extensões para o reto, a bexiga e o sigmoide na ressonância magnética. A hipótese diagnóstica inicial foi diverticulite aguda complicada com FRV. Uma nova laparotomia verificou a existência de aderências entre o intestino delgado, o cólon sigmoide, o apêndice cecal, o útero e a bexiga, com intenso processo inflamatório. Realizou-se retossigmoidectomia convencional, com anastomose colorretal primária, e interrogou-se a possibilidade de correlação com endometriose. O estudo anatomopatológico da massa pélvica evidenciou calcificações símiles das vistas em salpingite por Enterobius vermicularis, além de formação granulomatosa de significado indeterminado. A amostra para BAAR e fungos no trajeto da fístula foi negativa. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, com alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial.

    discussão As FRVs são incomuns e representam 20% de todas as fístulas enterovesicais (FEVs). Podem cursar com fecalúria e pneumatúria em 40% a 70% dos pacientes, e infecção crônica do trato urinário. A principal etiologia é a diverticulite (65% a 79% dos casos), seguida por câncer colorretal, doença de Crohn e iatrogenias por radioterapia ou cirurgias. Endometriose, salpingite e outras doenças inflamatórias pélvicas – dado o seu processo inflamatório típico – podem estar relacionadas à adesão de estruturas abdominopélvicas e possível fistulização entre elas. Desse modo, um possível abscesso oriundo de uma salpingite ocasionada por E. vermicularis pode estar relacionado à formação da FRV na paciente. A tomografia computadorizada contrastada vem sendo empregada como método de avaliação inicial dada a sua alta sensibilidade (de 90% a 100%) e capacidade de avaliar estruturas adjacentes. O achado característico é o conteúdo aéreo e contraste dentro da bexiga. A abordagem cirúrgica geralmente adotada consiste na dissecção das aderências, ressecção do segmento do cólon acometido, anastomose primária e síntese da bexiga.

    Considerações Finais As FEVs são uma complicação incomum de processos benignos e malignos. Sua recorrência pós-operatória é incomum em pacientes com fístulas benignas e não induzidas por radiação. O tratamento deve ser individualizado.


    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.

    Publikationsverlauf

    Artikel online veröffentlicht:
    16. März 2023

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