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DOI: 10.1055/s-0043-1764871
ESQUISTOSSOMOSE INTESTINAL SIMULANDO ENDOMETRIOSE COLORRETAL: APRESENTAÇÃO DE CASO
Relato do Caso Apresenta-se um caso de esquistossomose que simula endometriose colorretal. Uma paciente de 42 anos foi enviada para tratamento de endometriose colorretal por método minimamente invasivo; ela tinha dor pélvica crônica havia mais de 1 ano. A paciente trouxe ressonância nuclear magnética da pelve sugetiva de endometriose de 22 mm na região retossigmoide, e ela tinha histórico de ooforoplastia por endometriose havia 7 anos. Realizou-se colonoscopia, que evidenciou folículo linfoide inflamado, levemente elevado, hiperemiado, com ponto central mais brancacento, com suspeita de esquistossomose intestinal. A histologia mostrou áreas de calcificação em torno de ovos de Schistosoma mansoni. A paciente recebeu tratamento para esquistossomose com praziquantel em dose única. Foi submetida a laparoscopia, que evidenciou pequenas lesões puntiformes brancas no íleo e uma área no retossigmoide também brancacenta, de aproximadamente 20 mm, correspondente à localização suspeitada na ressonância magnética de pelve. A histologia do retossigmoide mostrou apenas áreas de fibrose sem ovos de Schistosoma. Não havia sinais de endometriose na microscopia da peça cirúrgica.
Discussão A endometriose colorretal se caracteriza como o desenvolvimento do endométrio em volta das paredes da porção final do intestino e do reto. Tal sintoma também é encontrado na parasitose causada pelo platelminto da classe trematódea S. mansoni.
Considerações finais Não há dados epidemiológicos suficientes para quantificar casos de esquistossomose intestinal que simulam endometriose colorretal tanto no Brasil quanto no mundo. Por ambos os quadros serem sugeridos por uma queixa inespecífica em comum – dor pélvica –, sugere-se que tal confusão não seja rara, especialmente em regiões rurais com prevalência do molusco gastrópode do gênero biomphalaria, caramujo hospedeiro intermediário do agente causador da parasitose. Urge que médicos cuja área de atuação é centrada no abdômen inferior, tais como ginecologistas e coloproctologistas, saibam distinguir, por meio do exame clínico e de exames complementares, a esquistossomose e a endometriose, assim como demais diagnósticos diferenciais, a fim de se evitarem procedimentos desnecessários e equivocados.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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