CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764827
DST e Doenças Infectoparasitárias
ID – 114471
Pôster Eletrônico

TERAPÊUTICA CIRÚRGICA DA SÍNDROME DE FOURNIER EM UM PACIENTE COM ESQUIZOFRENIA: UM RELATO DE CASO

Gabriela da Costa
1   HTR
,
Lucas Auada da Silva
2   UNIPLAC
,
Gustavo Rosa Bianchini
2   UNIPLAC
,
Cintia Caroline Santos da Silva
1   HTR
,
Eduardo de Souza Andrade
1   HTR
,
André Debiazi Cordini
3   UNESC
,
Bruno da Costa Neto
3   UNESC
,
Talita de Oliveira Felippe
1   HTR
› Author Affiliations
 
 

    Apresentação do Caso Um paciente do sexo masculino, de 53 anos, portador de esquizofrenia, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por febre havia três dias e dor na região anal. O paciente foi encaminhado ao coloproctologista de plantão, que, ao exame físico, palpou área endurecida na região perineal, e diagnosticou a síndrome de Fournier (SF). Após o paciente ser conduzido ao centro cirúrgico, onde se realizou drenagem e desbridamento de tecidos desvitalizados do períneo até a região inguinal esquerda mais colostomia em dupla boca, foi priorizada a cicatrização por segunda intenção com curativo. O paciente permaneceu internado com antibioterapia por sete dias, e teve alta com boa cicatrização. Retornou à UPA após dez dias da alta, com sinais de confusão mental, desidratação, hipotensão e taquicardia. O estado de esquizofrenia dificultou o estabelecimento do nível de consciência do paciente. Ao exame físico, evidenciou-se ferida perineal em boa cicatrização e colostomia funcionante. Foram solicitados exames laboratoriais para a investigação de foco infeccioso, e iniciou-se antibioticoterapia empírica com meropenem 1 g a cada 8 horas. Na cultura da secreção perineal, isolou-se a bactéria Staphylococcus aureus, e optou-se por manter apenas a antibioticoterapia devido à ausência de sinais de complicação na ferida. O paciente manteve boa evolução após a antibioticoterapia, com melhora em seu estado geral e compensação dos sinais de sepse e da doença psiquiátrica de base.

    Discussão Definida como uma fasceíte necrotizante nas regiões perineal, perianal e genital, a SF tem como base fisiopatológica uma endarterite obliterante, causadora de isquemia e trombose de vasos sanguíneos nos tecidos moles, deflagrada por microrganismos, que culmina na necrose da pele e do tecido subcutâneo. A presença de esquizofrenia, nesse caso, dificultou abordagem. O tratamento cirúrgico da SF se dá pelo desbridamento radical precoce de todo o tecido desvitalizado, sendo a cicatrização por segunda intenção.

    Conclusão Não há estudos disponíveis em bases de dados que abordem a terapêutica cirúrgica da SF em paciente portador de esquizofrenia. Diante da doença psiquiátrica em questão, foram consideradas possíveis dificuldades em relação à higienização da ferida no pós-operatório, e optou-se pela colostomia para evitar infecções até a completa cicatrização. A realização de colostomia, antibioticoterapia empírica, e o apoio da Unidade Básica de Saúde na promoção do cuidado, ao realizar os curativos, foram importantes para a boa recuperação do paciente.


    #

    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Publication History

    Article published online:
    16 March 2023

    © 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

    Thieme Revinter Publicações Ltda.
    Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil