CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764749
Doença Diverticular
ID – 114741
Pôster Eletrônico

TRATAMENTO CONSERVADOR DE ABSCESSO PÉLVICO COMO COMPLICAÇÃO DE DIVERTICULITE AGUDA EM PACIENTE NONAGENÁRIA – UM RELATO DE CASO

Deise Joseane da Silva
1   Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre, RS, Brasil
,
Marja Luciane Visioli
1   Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre, RS, Brasil
,
Kelly Cavalinni
1   Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre, RS, Brasil
,
Lisiane Treis
1   Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre, RS, Brasil
,
Juliana Gamalho Pereira
1   Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre, RS, Brasil
› Author Affiliations
 
 

    Uma paciente do sexo feminino, de 91 anos, deu entrada em serviço hospitalar terciário para a investigação de alterações de sensório. Estabeleceu-se o diagnóstico laboratorial e imagiológico de diverticulite aguda Hinchey I. No mesmo dia, iniciou-se antibioticoterapia endovenosa conforme o protocolo da CCIH. No quinto dia da antibioticoterapia, a paciente apresentou retenção urinária associada a novo episódio de distensão abdominal, quando apresentou urocultura positiva. Nessa data, iniciou-se antibioticoterapia guiada pelo resultado da urocultura, e solicitou-se nova tomografia de abdome, que revelou espessamento parietal no nível do cólon sigmoide e uma coleção com nível hidroaéreo e realce periférico por meio de contraste medindo 7,7x7,1 cm, e não se descartou fístula relacionada com a bexiga. Solicitou-se drenagem percutânea da coleção por via transglútea à esquerda. A coleção purulenta foi aspirada, o cateter de 8f foi pasado, e o material, enviado para cultura. A antibioticoterapia para a infecção do trato urinário foi suspensa após sete dias. Uma tomografia de controle no vigésimo primeiro dia da antibioticoterapia demonstrou resolução da coleção líquida na pelve, bem como das pequenas imagens perirretais à esquerda, mas com a permanência do infiltrado tênue do plano adiposo pré-sacral. Os exames laboratoriais da mesma ocasião demonstraram leve leucocitose sem desvio e PCR de15,2. Optou-se por manter o antibiótico endovenoso para completar 26 dias por persistência da leucocitose. Decidiu-se por realizar nova tomografia de controle pré-alta hospitalar, na qual se observouo resolução da coleção em situação pararretal superior à esquerda, sem evidência de focos gasosos no seu interior.

    Discussão Diverticulite aguda é uma condição comum na população idosa, resultante da inflamação dos divertículos. O tratamento da forma aguda varia conforme a apresentação clínica, as condições do paciente, e a classificação de Hinchey. A literatura mostra que até 50% dos pacientes com diverticulite aguda podem precisar de intervenção cirúrgica de urgência. Todas as diretrizes atuais recomendam o uso de antibioticoterapia endovenosa para casos complicados de diverticulite aguda, Hinchey II ou mais, bem como drenagem de coleções maiores de 3 cm. Coleções muito grande têm um risco acumulado de sepse e peritonite consideravelmente maior.

    Considerações Finais Apresentamos o caso de uma paciente nonagenária com uma diverticulite aguda complicada com um grande abscesso pélvico. O sucesso no tratamento corrobora os dados da literatura que indicam que até mesmo abscessos gigantes podem ser tratados de forma conservadora.


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    Publication History

    Article published online:
    16 March 2023

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