CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764652
Temas gerais dentro da especialidade
ID – 114302
Apresentação Oral

PILEFLEBITE APÓS APENDICECTOMIA: RELATO DE CASO

Elson Gomes de Castro
1   Hospital Santa Maria, Teresina – PI, Brasil
,
Joeldson Lima e Silva Pinho
1   Hospital Santa Maria, Teresina – PI, Brasil
,
Ariela Karollyny Santos Silva
1   Hospital Santa Maria, Teresina – PI, Brasil
,
Miguel Augusto Arcoverde Nogueira
2   Hospital Getúlio VArgas, Teresina – PI, Brasil
,
Walysson Alves Tocantins de Sousa
2   Hospital Getúlio VArgas, Teresina – PI, Brasil
,
Fernando Lopes Vieira
2   Hospital Getúlio VArgas, Teresina – PI, Brasil
,
Rafael Ferreira Correia Lima
2   Hospital Getúlio VArgas, Teresina – PI, Brasil
,
Lorayne de Araujo Costa Pereira
2   Hospital Getúlio VArgas, Teresina – PI, Brasil
› Institutsangaben
 
 

    Apresentação do Caso Paciente do sexo masculino, de 22 anos, previamente hígido, deu entrada no serviço de emergência com relato de dor abdominal difusa havia 3 dias, mais intensa na fossa ilíaca direita, acompanhada de náuseas, vômitos, inapetência, febre e episodio de síncope. Ele negava comorbidades, alergias e uso de medicações. Ao exame, apresentava estado geral regular, anictérico, taquicardíaco, com o abdome distendido, hipertimpânico, doloroso à palpação, com sinal de Murphy positivo e Blumberg duvidoso. Os exames laboratoriais apresentaram número global de leucócitos de 8.396 por mm3 e nível de proteína C reativa de 27,7 mg/dL. A tomografia computadorizada (TC) de abdome evidenciou sinais de apendicite aguda perfurada, associada a pequeno pneumoperitônio. Diante de tais resultados, o paciente foi submetido a apendicectomia por videolaparoscopia, na qual foi visualizado bloqueio na fossa ilíaca direita, espessado, friável, perfurado no corpo médio e próximo à base. Observou-se presença de líquido livre na cavidade pélvica; então, realizou-se apendicectomia com confecção de dreno tubo-laminar 3-0. No quarto dia de pós-operatório, o paciente evoluiu com trombose séptica da veia mesentérica superior e segmento extra-hepático da veia porta (pileflebite). Procedeu-se a anticoagulação plena, antibioticoterapia e suporte em unidade de terapia intensiva. O paciente evoluiu com melhora do quadro e alta clínica após 24 dias de pós-operatório.

    Discussão A trombose séptica de veia porta, ou pileflebite, é uma complicação incomum das infecções intra-abdominais, mas com importantes morbidade e mortalidade. Estudos apontam a apendicite e a diverticulite como as principais predisponentes de pileflebite. A veia mesentérica superior, unida com a veia esplênica, forma a veia porta, que drena sangue do trato gastrointestinal, exceto da porção inferior do reto. A pileflebite inicia-se com tromboflebite de veias de pequeno porte que drenam uma área de infecção. A ampliação para veias maiores acarreta tromboflebite séptica da veia porta, que pode aumentar ainda mais a sua área de acometimento, levando a isquemia, infarto e morte. Esta afecção evoluía para o óbito de forma universal na era pré-antibióticos. Porém, atualmente, o resultado desta complicação melhorou significativamente.

    Comentários Finais Conclui-se que a pileflebite é uma complicação grave e rara das infecções intra-abdominais, com sintomas inespecíficos e diagnóstico tardio, devendo ser considerada nos pacientes com infecção intra-abdominal que cursa com alteração clínica e bacteremia.


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    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.

    Publikationsverlauf

    Artikel online veröffentlicht:
    16. März 2023

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