Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2021; 41(S 01): S1-S235
DOI: 10.1055/s-0041-1741963
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO
Relato de Caso
ID: 16869

Fístula Colecistocólica como Primeira Manifestação de Doença de Crohn – Relato de Caso

A. C. V. V. Silva
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
,
Y. B. Andrikopoulos
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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B. M. Ketzer
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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E. J. Ilias
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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M. A. Ribeiro
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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L. N. Nascimento
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
,
A. E. R. David
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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M. C. Paulo
1   Hospital Geral do Grajaú, São Paulo, São Paulo, Brasil
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    • Área: DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

    Forma de Apresentação: e-Pôster

    Introdução Fístulas digestivas são definidas como uma comunicação anormal entre o tubo digestivo e outra estrutura do organismo, podendo advir de intervenção cirúrgica ou de maneira espontânea. As fístulas bilio-digestivas, particularmente, referem-se à comunicação entre a via ou vesícula biliar e órgãos digestivos, sendo a colecistoduodenal (77%) a mais comum, seguida pela colecistocólica (10-15%), objeto do presente relato. As espontâneas correspondem a 10-20% de todas as fístulas colecistocólicas, sendo mais comum secundária à litíase biliar, contudo, essas podem estar associadas à doença inflamatória intestinal, como a Doença de Crohn (DC). Relatamos caso de paciente com diagnóstico intraoperatório de fístula colecistocólica durante colecistectomia eletiva indicada por litíase biliar com anatomopatológico de colecistite e DC.

    Relato de Caso Paciente feminina, 21 anos, com diagnóstico de colelitíase e coledocolitíase (submetida a CPRE em outro serviço com papilotomia e extração de cálculos), queixava-se de dor em hipocôndrio direito associada à náusea e episódios de vômitos pós prandial, sem alteração do hábito intestinal ou perda ponderal. Submetida à colecistectomia videolaparoscópica eletiva em nosso serviço. No intraoperatório, vesícula biliar com paredes espessadas, empiema, repleta de cálculos e intenso bloqueio envolvendo cólon transverso, sendo identificado fístula colecistocólica em terço proximal. Realizada colecistectomia laparoscópica sem intercorrências, e sendo optado por ampliação da incisão supraumbilical para palpação do colón transverso e correção da fístula. Apresentava orifício fistuloso estreito com cerca de 1 cm, ausência de flegmão ou abscesso na parede do cólon. Ressecado trajeto fistuloso, com envio do material para biópsia e sutura primária manual em 2 planos do cólon transverso. Após, refeito pneumoperitônio e revisada cavidade, sem outros achados. Evoluiu sem intercorrências no pós operatório, sendo encaminhada para acompanhamento ambulatorial. No exame anatomopatológico foi evidenciado processo inflamatório granulomatoso transmural fistulizado em parede de cólon, sugestivo de DC, além de colecistite crônica granulomatosa transmural fistulizada com focos de necrose, associada à colelitíase.

    Discussão Apesar da fístula colecistocólica corresponder ao segundo principal tipo de fístula bilio-digestiva encontrada na literatura, ela é incomum e sua associação com DC mais rara ainda, motivo deste relato. Na presença da fístula o tratamento preconizado visa à ressecção do trajeto fistuloso e sutura do segmento ou ressecção com anastomose intestinal, a depender da presença de atividade inflamatória, podendo ser realizado por via laparotômica ou laparoscópica, com estudos recentes não encontrando diferenças significativas entre as duas. Assim, é importante avaliação anatomopatológica do trajeto fistuloso, bem como do cólon para permitir diagnóstico correto da DC, seu tratamento e acompanhamento adequados.


    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.

    Publikationsverlauf

    Artikel online veröffentlicht:
    04. Januar 2022

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