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DOI: 10.1055/s-0041-1741932
Complicações da Cirurgia de Colectomia Direita: a Técnica da Anastomose Influencia no Risco de Complicação?
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Área: MISCELÂNEA
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Data: 02/09/2021
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Horário: 11:00 às 13:30
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Sala: Sala 02
Forma de Apresentação: Tema Livre
Objetivo A deiscência de anastomose na hemicolectomia direita, apesar de infrequente (0,02 a 4%), é a complicação mais temida. Várias técnicas são descritas para realização da anastomose íleo-cólica. Dentre elas, as anastomoses mecânicas anatomicamente laterolaterais e funcionalmente término-terminais são as mais utilizadas. Na década de 60, foi descrita a técnica de anastomose término-terminal funcional (anastomose à Barcelona) e, atualmente, com a disseminação da videolaparoscopia, a técnica de anastomose laterolateral verdadeira tem sido bastante utilizada. Assim, objetiva-se com este estudo analisar a incidência de complicações na cirurgia de colectomia direita, utilizando as técnicas de anastomoses término-terminal funcional e laterolateral verdadeira.
Método Estudo de Coorte de prognóstico, bicêntrico e retrospectivo, incluindo pacientes submetidos a hemicolectomia direita de 2016 a 2020. Apenas anastomoses mecânicas com grampeador linear-cortante 75mm ou 80mm foram incluídas. Separou-se a amostra em dois grupos. O grupo A identifica a anastomose laterolateral verdadeira: grampeamento longitudinal faz a sutura laterolateral entre o íleo e o cólon, os cotos de íleo e cólon são suturados separadamente com grampeamento transversal ou sutura manual e a brecha que o grampeador entrou é fechada manualmente. O grupo B identifica a anastomose término-terminal funcional (Barcelona): grampeamento longitudinal faz a sutura laterolateral entre o íleo e o cólon e os cotos de ambas as alças são sepultados juntos com grampeamento transversal. Os dados demográficos, diagnóstico, tempo de internação, taxa de reinternação e morbi-mortalidade até 30 dias de pós-operatório foram catalogados através de prontuário médico.
Resultados Foram incluídos 108 pacientes, com média de idade de 61±15 anos, com predomínio de mulheres (56%). O diagnóstico mais frequente (83%) foi adenocarcinoma de cólon. A anastomose mais realizada foi a término-terminal funcional (grupo B = 90 casos), enquanto a laterolateral verdadeira (grupo A) caracterizou 18 casos. O tempo médio de internação (seis dias) foi igual entre os grupos. A taxa de reinternação do grupo B foi 9% e a do grupo A foi 5,5%. A taxa de complicação em 30 dias foi a mesma, 22%. Porém, no grupo B, quatro pacientes tiveram complicações relacionadas à anastomose (uma deiscência e três sangramentos, com duas reabordagens cirúrgicas), enquanto no grupo A, nenhum paciente teve complicação anastomótica. Três pacientes morreram (dois no grupo B e um no grupo A), embora nenhum deles tenha sido decorrente de complicação da anastomose. A porcentagem global de deiscência de anastomose foi 1%.
Conclusões A deiscência de anastomose na colectomia direita é infrequente, mas a morbidade da cirurgia não é desprezível. Tanto a anastomose laterolateral verdadeira quanto a término-terminal funcional são similares, necessitando de grande amostra para determinar diferença significante entre elas.
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No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
04 January 2022
© 2022. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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