Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2021; 41(S 01): S1-S235
DOI: 10.1055/s-0041-1741879
MISCELÂNEA
Relato de Caso
ID: 16567

Ressecção Cirúrgica de Doença de Bowen Perianal com Retalho de Avanço V-Y: Relato de Caso

B. G. de Souza
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
C. F. Magalhães
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
H. Franco Filho
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
L. P. Prudente
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
P. L. Pessoa
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
J. V. V. Santos
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
K. S. Costa
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
,
A. K. A. P. Amorim
1   Universidade Federal do Tocantins, Palmas, Tocantins, Brasil
› Author Affiliations
 
 
    • Área: MISCELÂNEA

    Forma de Apresentação: e-Pôster

    Introdução A doença de Bowen é, ainda nos dias atuais, considerada patologia de ocorrência rara, principalmente, na região perianal. Possui evolução lenta, oligo ou assintomática o que muitas vezes contribui para o atraso diagnóstico. Trata-se de um carcinoma in situ de células escamosas que pode evoluir para o carcinoma epidermoide invasivo. Possui aspecto macroscópico variável permitindo uma variedade de diagnósticos diferenciais. Tal relato de caso tem como objetivo relembrar que a doença de Bowen é um diagnóstico a ser pensado na avaliação de lesões perianais.

    Relato de Caso Paciente do sexo feminino, 51 anos, previamente hipertensa. Encaminhada pela Ginecologia para avaliação de lesão perineal associado a prurido crônico. À inspeção, notava-se presença de lesões crostosas, hipercrômicas, descamativas, com algumas áreas de erosões, medindo aproximadamente 6 cm no maior diâmetro, que se estendia desde margem anal anterior até a comissura posterior dos grandes lábios. Toque retal, anuscopia e ileocolonoscopia sem alterações. Inicialmente realizado biópsia incisional da lesão, para diagnóstico diferencial, cujo resultado histopatológico evidenciou carcinoma escamoso in situ. Diante do diagnóstico, foi então indicada resseção da lesão com margens de segurança e correção do defeito cutâneo através da rotação de retalho "V – Y" com suprimento sanguíneo proveniente dos ramos perfurantes da artéria glútea. Evoluiu bem no pós-operatório com boa cicatrização da ferida cirúrgica e hábito intestinal preservado. O histopatológico da peça cirúrgica identificou carcinoma epidermoide in situ com ausência de invasão vascular, perineural ou do estroma e com todas as margens livres.

    Discussão A DB foi descrita pela primeira vez por John Templeton Bowen. É mais comum em áreas expostas ao sol sendo a ocorrência na região perianal rara podendo estar associada a outras patologias como a infecção pelo HPV, doenças inflamatórias intestinais e neoplasias de cólon. Possui crescimento lento sendo, na maioria dos casos, assintomática. Quando sintomática, as principais queixas relatadas são: prurido, ardência perianal e, por vezes, sangramento. Seu aspecto macroscópico é variável sendo comum a presença de placas eritemato-escamativas associado a. hipo ou hiperpigmentação e, eventualmente, erosões. O tratamento padrão-ouro, com menores índices de recidiva, consiste na ressecção cirúrgica alargada com margens iguais ou superiores a 1,0 cm, sendo consideradas também outras opções terapêuticas, tais como: terapia fotodinâmica, laser de argônio, crioterapia e quimioterapia com 5-fluorouracil tópico com ou sem irradiação. Pela exérese ser ampla, há uma falha no fechamento primário ou por segunda intenção, sendo muitas vezes necessário a realização de retalhos de avanço, como o “V-Y”, “S” e “C” compostos de pele e tecido subcutâneo. É recomendável acompanhamento posterior por pelo menos 10 anos, com exame físico e anuscopia a cada 3-6 meses, sigmoidoscopia anual e colonoscopia cada 2 a 5 anos.


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    Publication History

    Article published online:
    04 January 2022

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