Forma de Apresentação: e-Pôster
Introdução: As neoplasias de apêndice são raras, com incidência de aproximadamente 0,12 a 2,6
por milhão de pessoas por ano no século XX. Elas representam apenas 0,5 a 1% de todas
as neoplasias intestinais. A maioria dos adenocarcinomas apendiculares são encontrados
em espécimes de apendicectomia por um quadro de apendicite aguda. Em menos de 20%
dos casos o câncer é encontrado incidentalmente na cirurgia por outras causas.
Relato de Caso: M.D.S.S., 26 anos, sexo feminino, submetida a apendicectomia por quadro de abdome
agudo inflamatório, espécime cirúrgico com diagnóstico histopatológico de adenocarcinoma
não mucinoso, com localização na metade distal do apêndice e infiltração até a camada
muscular, porém com ausência de envolvimento neoplásico da base. Invasão vascular
sanguínea e linfática não detectadas e margens cirúrgicas livres de neoplasia. Colonoscopia
sem sinais endoscópicos compatíveis com infiltração neoplásica da mucosa cecal. Tomografia
computadorizada (TC) de abdome total sem alterações e CEA não reagente. Realizado
Hemicolectomia direita por videolaparoscopia com ressecção de 18 linfonodos. Espécime
cirúrgico livre de acometimento neoplásico e ausência de comprometimento linfonodal.
Discussão: A maioria dos adenocarcinomas apendiculares são diagnosticados no pós-operatório,
em espécimes de apendicectomia. Não existem diretrizes especificas de estadiamento
para um adenocarcinoma apendicular. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões
do Cólon e Reto (ASCRS) devemos realizar a mesma avaliação para estadiamento do câncer
colorretal com TC de tórax, abdome, pelve e colonoscopia para excluir malignidades
sincrônicas. De 13 a 42% dos pacientes com lesão epitelial primaria do apêndice apresentam
neoplasia colorretal concomitante. A indicação da hemicolectomia direita está associada
a uma maior taxa de sobrevida se comparada a simples apendicectomia para adenocarcinomas
que invadem mais profundamente que a submucosa.