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DOI: 10.1055/s-0041-1741651
Linfocele como Complicação de Linfadenectomia Lateral Robótica: Relato de Caso e Revisão de Literatura
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Área: CÂNCER COLORRETAL
Forma de Apresentação: e-Pôster
Introdução: A linfocele pélvica é um acúmulo de linfa em um espaço extraperitoneal sem revestimento epitelial. Ela pode se apresentar de forma assintomática e sintomática, sendo que esta possui o volume consideravelmente maior, a dor localizada nos quadrantes inferiores do abdomen e uma ocorrência de 16%. Baseados em estudos ginecológicos e urológicos, especialidades em que a linfocele é mais frequente, os maiores riscos para o desenvolvimento da complicação se relacionam ao elevado número de linfonodos ressecados, ao uso de radioterapia pós-operatória, à presença de diabetes mellitus, à idade maior que 65 anos e ao tratamento profilático com heparina de baixo peso molecular. Os fatores protetivos são o selamento e a ligadura de vasos linfáticos, além do retalho peritoneal. Diante das implicações clínicas e da pequena quantidade de relatos de linfocele após linfadenectomia lateral pélvica para câncer de reto, torna-se importante a compreensão do cenário de seu aparecimento a partir deste caso.
Relato de Caso: Paciente do sexo masculino, 78 anos, com neoplasia de reto médio, a 4cm da margem anal. Os exames de estadiamento pré-operatório mostraram tratar-se de neoplasia T3N0, sem comprometimento da fáscia mesorretal, porém com linfonodos laterais suspeitos para acometimento, na cadeia ilíaca interna à direita, de 7mm. Após discussão em reunião multidisciplinar, foi optado por cirurgia upfront com linfadenectomia lateral por via robótica. O paciente evoluiu bem, tendo alta no 3º dia pós-operatório sem intercorrências. Após 2 semanas, em retorno ambulatorial, o paciente apresentava saída de secreção de aspecto leitoso pelo dreno de Blake posicionado na pelve, com volume diário em torno de 100mL. Realizada tomografia computadorizada de abdomen e de pelve sem evidência de coleção. Foi planejado tratamento com injeção de polidocanol após 1 semana, porém o paciente evoluiu neste período com melhora espontânea e diminuição do débito do dreno, sendo possível apenas o tratamento observacional e retirada do dreno.
Discussão: A linfocele é uma complicação descrita de 10 a 50% dos pacientes com câncer urológico ou ginecológico submetidos a linfadenectomia pélvica ou retroperitoneal, porém há poucos relatos de linfocele após linfadenectomia lateral pélvica para câncer de reto ou estudos considerando fatores de risco para tal complicação, por isso, o presente caso se destaca. Em uma revisão retrospectiva de casos de linfocele após linfadenectomia lateral para câncer de reto, o número de linfonodos ressecados foi fator de risco, porém o fato de ter sido realizada dissecção bilateral não influenciou a ocorrência da mesma. Este achado referente ao número de linfonodos é também reconhecido em estudos ginecológicos e urológicos. O uso de instrumento bipolar vessel-sealer pode ser fator protetor desta complicação.
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Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.
Publikationsverlauf
Artikel online veröffentlicht:
04. Januar 2022
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