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DOI: 10.1055/s-0040-1701280
Prevalência da anomalia de Linburg-Comstock em uma amostra populacional brasileira[*]
Article in several languages: português | EnglishEndereço para correspondência
Publication History
25 September 2018
05 February 2019
Publication Date:
11 March 2020 (online)
Resumo
Objetivo Determinar a prevalência da anomalia de Linburg-Comstock em uma amostra populacional brasileira.
Métodos Estudo observacional transversal realizado no período de outubro de 2017 a abril de 2018. Foram incluídos voluntários dos gêneros feminino e masculino, com idade igual ou superior a 18 anos. A presença da anomalia de Linburg-Comstock foi determinada pela realização dos testes clínicos descritos por Linburg e Comstock. Os dados foram analisados por meio do software GraphPad Prism, sendo consideradas diferenças com valores de p < 0,05.
Resultados O estudo analisou 1.008 voluntários (2.016 mãos) com idade média de 38,3 anos, dos quais 531 (52,67%) eram do gênero masculino, e 477 (47,33%) eram do gênero feminino. A anomalia de Linburg-Comstock foi diagnosticada em 564 voluntários (55,95%) da população estudada, sendo bilateral em 300 (53,2%), direita em 162 (28,72%), e esquerda em 102 (18,08%). Não foram encontradas diferenças significativas quando se comparou a prevalência entre os gêneros. Porém, foi encontrada uma maior prevalência da anomalia direita na população masculina (n = 99; 70,21%) do que na feminina (n = 63; 51,21%), com p = 0,0016. Além disso, a presença da dor pela manobra descrita por Linburg e Comstock foi mais prevalente nas mulheres (n = 150; 54,94%) do que nos homens (n = 105; 36,08%), com p = 0,0001. Estes resultados mostram a importância dos estudos epidemiológicos sobre a anomalia de Linburg-Comstock, principalmente com o intuito de investigar a presença de afecções associadas.
Conclusão A prevalência da anomalia de Linburg-Comstock na população estudada foi de 55,95%, sendo bilateral em 53,2% dos voluntários. A presença da conexão foi observada com maior frequência do lado direito em homens, mas o sintoma dor foi mais frequente nas mulheres.
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Palavras-chave
deformidades congênitas da mão - anormalidades nas articulações dos dedos - tendões - prevalência - anatomiaIntrodução
Desde o século XIX, os anatomistas conhecem a interconexão entre o tendão do flexor longo do polegar (FLP) e o tendão do flexor profundo dos dedos (FPD).[1] Sua importância clínica e sua associação com a síndrome do túnel do carpo foram definidas em 1979, ficando conhecida como anomalia de Linburg-Comstock (LC).[1]
Esta interconexão produz a perda da independência digital, ou seja, o movimento de flexão ativa do polegar é acompanhada pelo movimento simultâneo de flexão involuntária do dedo indicador isoladamente ou acompanhada dos demais dedos longos.[1] [2] A interconexão tem uma largura média de 1 mm, e pode permanecer oculta geralmente sob a sinóvia espessa.[2]
Em humanos, os músculos FLP e FPD se originam filogeneticamente de uma mesma massa mesodérmica. Evolutivamente, os tendões desses músculos se tornaram independentes, e se movem separadamente. Em outros primatas, existe uma interconexão entre os tendões do FLP e FPD que impede o movimento independente.[3]
A etiologia da anomalia de LC pode ser congênita ou adquirida.[4] Entre os fatores etiológicos conhecidos estão o uso excessivo das mãos, ferimentos no antebraço, e tenossinovite pós-traumática.[5] [6] [7] [8] A maioria dos portadores desta anomalia é assintomática. Porém, alguns portadores podem apresentar sintomas como dor intermitente na palma da mão, no punho e no antebraço distal, dormência nos dedos, formigamento, e dor noturna. Por esses sintomas, a anomalia pode ser associada à síndrome do túnel do carpo e a dor crônica no antebraço.[4] [8] [9] [10] [11]
Nos portadores da anomalia de LC, movimentos repetitivos das mãos podem agravar os sintomas e comprometer as atividades, especialmente no caso de músicos, cirurgiões, datilógrafos, carpinteiros e policiais.[9] [12]
O diagnóstico da anomalia é clínico, conforme descrito na literatura.[1] [2] Os exames de ultrassonografia de alta resolução e a ressonância magnética podem auxiliar na confirmação e localização da interconexão anômala.[13] Nos casos sintomáticos, o manejo não operatório com talas, medicamentos anti-inflamatórios orais e exercícios de alongamento não foram bem-sucedidos para melhora clínica em longo prazo. Dessa forma, o tratamento cirúrgico parece ser a terapia de escolha.[5] A excisão cirúrgica da interconexão anômala têm sido capaz de aliviar os sintomas quando presentes.[5] [6] [7] [14] [15]
Na população mundial, a prevalência da anomalia de LC é variável nas diferentes regiões,[16] sendo observadas prevalências de 20% no Canadá,[4] de 32.2% na Turquia,[17] de 35% na Malásia,[18] de 37% na França,[11] de 39% na Arábia Saudita,[12] e entre 60% e 70% na Inglaterra.[5] [14] Algumas dessas pesquisas misturam a prevalência observada em dissecções anatômicas, em pacientes e voluntários, dificultando o conhecimento da real prevalência da conexão.
Acreditamos que essa variação de prevalência se deva a fatores raciais. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência da anomalia de LC em uma amostra populacional em uma cidade brasileira multirracial.
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Materiais e Métodos
Tipo de Estudo e Casuística
O presente estudo é do tipo observacional transversal, e envolveu a participação de voluntários. Foram considerados voluntários os pacientes que foram ao hospital universitário de nossa instituição, no período de outubro de 2017 a abril 2018, para atendimento médico sem queixas em membros superiores ou seus acompanhantes. Foram incluídos voluntários dos gêneros feminino e masculino, com idade igual ou superior a 18 anos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética Médica com o número 2481991. Todos os pacientes foram informados a respeito das avaliações, e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
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Diagnóstico Clínico
O diagnóstico clínico da interconexão entre o tendão do músculo FLP e o tendão do músculo FPD foi realizado por meio de dois testes clínicos descritos por Linburg e Comstock.[1] O primeiro teste consistiu em solicitar ao voluntário que, com o antebraço em supinação e a mão espalmada, realizasse o movimento de flexão ativa do polegar. A presença da anomalia foi considerada quando se observou qualquer grau de flexão concomitante de um ou mais dedos longos ([Figura 1A]). Quando a presença da conexão era observada no primeiro teste, procedia-se ao segundo teste, que consistiu em solicitar ao voluntário que, com o antebraço em supinação e a mão espalmada, realizasse a flexão ativa do polegar enquanto o examinador mantinha a extensão passiva dos dedos longos ([Figura 1B]). O objetivo foi pesquisar se a realização do teste provocava dor na região volar distal do antebraço e punho dos voluntários. Os voluntários foram avaliados por três examinadores independentes que realizaram treinamento na mesma instituição. Cada voluntário foi avaliado por um dos examinadores. O fluxograma da metodologia pode ser observado na [Figura 2].




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Análise Estatística
Os dados foram catalogados em planilhas do programa Excel Office 2010 (Microsoft Corp., Redmond, WA, EUA). Para analisar a homogeneidade entre as proporções, foi utilizado o teste qui-quadrado. Para as análises estáticas, foi utilizado o programa GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Software, Inc., San Diego, CA, EUA), considerando o nível de significância de 5% como estatisticamente significativo.
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Resultados
Durante o período do estudo, foram analisados 1.008 indivíduos, correspondendo a 2.016 mãos. A amostra apresentou idade média de 38,42 anos (18 a 72 anos), e foi constituída por 531 homens (52,67%) e 477 mulheres (47,33%). A presença da anomalia de LC foi identificada em 564 (55,95%) voluntários ([Figura 3]).


Quando analisamos a prevalência da anomalia de LC de acordo com o gênero ([Tabela 1]), podemos observar que a prevalência é semelhante em ambos os gêneros, sendo de 54,80% (n = 291) para os homens, e de 57,23% (n = 273) para as mulheres, sem diferenças estatisticamente significativas.
Homens |
Mulheres |
||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Sim |
Não |
Sim |
Não |
||||||
N |
% |
N |
% |
N |
% |
N |
% |
Valor de p |
|
Anomalia de Linburg-Comstock |
291 |
54,8 |
240 |
45,19 |
273 |
57,23 |
204 |
42,77 |
0,4377 |
Bilateral |
150 |
51,54 |
141 |
48,46 |
150 |
54,94 |
123 |
45,06 |
0,7769 |
Direita |
99 |
70,2 |
42 |
48,46 |
63 |
51,21 |
60 |
48,79 |
0,0016 |
Esquerda |
42 |
29,8 |
57 |
57,58 |
60 |
48,79 |
21 |
25,92 |
0,8977 |
A anomalia de LC foi bilateral em 300 indivíduos (53,2%), direita em 162 indivíduos (28,72%), e esquerda em 102 indivíduos (18,08%) ([Figura 4]).


Porém, foi identificada uma diferença na prevalência da anomalia direita, com uma maior frequência na população masculina (n = 99; 70,2%) em relação à feminina (n = 63; 51,21%), com p = 0,0001.
Dos 564 voluntários diagnosticados com a anomalia de LC, a presença da dor foi observada em 255 indivíduos (45,21%), e, de acordo com o gênero, nós pudemos verificar que houve maior prevalência de dor no gênero feminino (n = 150; 54,94%) do que no masculino (n = 105; 36,08%), com p = 0,0001 ([Tabela 2]).
Sim |
Não |
||||
---|---|---|---|---|---|
N |
% |
N |
% |
Valor de p |
|
Homens |
105 |
36,08 |
186 |
63,92 |
0,0001 |
Mulheres |
150 |
54,94 |
123 |
45,06 |
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Discussão
Estudos sobre a anomalia de LC têm sido realizados e publicados em todo o mundo, mas não foram encontrados estudos sobre a prevalência dessa anomalia no Brasil. O presente estudo analisou durante seis meses 1.008 indivíduos, e identificou, por meio do diagnóstico clínico, a prevalência da anomalia de LC em 564 (55,95%) indivíduos. Estudos realizados na Inglaterra também apresentaram prevalência alta da anomalia, de 60% a 70%,[5] [14] semelhante ao observado neste estudo. Outros estudos mostraram menor prevalência, sendo de 20% no Canadá,[4] de 35% na Malásia,[18] de 27,8% a 32,2% na Turquia,[17] de 39% na Arábia Saudita,[12] e de 15% na Itália.[19] As divergências entre as diversas regiões do globo podem ser justificadas por diferenças étnicas e metodológicas. Podemos observar que alguns estudos apresentaram a prevalência oriunda de grupos de risco específicos, como músicos,[9] [14] secretárias,[17] [20] estudantes[12] [18] e militares.[20]
A amostra do presente estudo apresentou a idade média de 38,42 anos (18 a 72 anos), e foi constituída por 531 (52,67%) homens e 477 (47,33%) mulheres. Estes dados mostram que a população analisada ocupa uma faixa etária ativa semelhante à da de outros estudos, que relataram a média de idade entre 23 e 33 anos.[5] [12] [17] Uma meta-analise recente mostrou que a anomalia de LC é significativamente maior em mulheres em comparação aos homens.[16] Em nosso estudo, a prevalência da anomalia foi equivalente em ambos os gêneros.
Diversos estudos mostraram a maior prevalência da anomalia unilateral em relação à bilateral.[1] [9] [12] [18] O estudo pioneiro de Linburg-Comstock mostrou taxas de 31% de anomalia unilateral, e de 14% de bilateral.[1] Nosso estudo, diferentemente dos estudos prévios, apresentou maior frequência da anomalia bilateral (n = 300; 53,2%) em relação às anomalias direita (n = 162; 28,72%) e esquerda (n = 102;18,08%) ([Figura 3]). Embora nossos dados sejam oriundos da população em geral, eles se aproximam dos relatados no estudo de Miller et al,[14] que observaram a frequência de 50% da anomalia em ambas as mãos de músicos. A maior frequência da anomalia na mão direita encontrada no nosso estudo também foi observada em outros estudos.[5] [12] Quanto ao gênero, a prevalência foi semelhante em homens e mulheres. Porém, foi identificada uma diferença na prevalência da anomalia direita, com uma maior frequência na população masculina (n = 99;70,21%) do que na feminina (n = 63; 51,21%), com p = 0,0016. Este achado é concordante com os de Low et al,[18] que observaram uma maior frequência da anomalia unilateral em ambos os gêneros.
A tenossinovite oculta e a dor podem ser complicações geradas pela anomalia de LC. Esses sintomas impactam a qualidade de vida dos indivíduos afetados.[2] [5] [17] Os portadores sintomáticos podem apresentar dor no punho ou antebraço ao executarem tarefas que requerem os movimentos do polegar, como usar talheres, amarrar cadarços, digitar e escrever, ou tocar instrumentos musicais.[5] [12] [14]
Apesar de a anomalia de LC raramente ser sintomática, nós observamos o aparecimento de dor na região volar do antebraço distal e do punho (n = 255; 45,21%) nos indivíduos portadores durante a manobra descrita para pesquisa desse sintoma. A dor foi mais frequente em mulheres (n = 150; 54,94%) do que em homens (n = 105; 36,08%), com p = 0,0001. Na Turquia, um estudo avaliou secretários portadores da anomalia de LC; no grupo caso, a prevalência de dor foi de 25,3%, e, no grupo controle, foi de 21,2%.[17] Outro estudo na Turquia analisou soldados ativos portadores da anomalia de LC, e mostrou que 37% dos participantes sentiram dor.[20] A alta frequência da dor encontradas em mulheres em nosso estudo pode ser justificada por esta população exercer trabalhos domésticos e manuais.
Os casos sintomáticos podem ser tratados com medicamento ou cirurgias.[5] [8] [9] O tratamento com esteroides parece não ter benefício em longo prazo,[5] [9] e o tratamento cirúrgico, embora poucas vezes seja necessário, têm apresentado eficácia.[5] [6] [8] [13] Dessa forma, pode-se indicar a cirurgia aos indivíduos que apresentem dor intermitente com o objetivo de reduzir a sintomatologia e melhorar a qualidade de vida.
A anomalia LC parece estar associada à ancestralidade, pois a população turca demonstrou ter uma frequência maior em comparação aos europeus. No entanto, estudos ingleses tem mostrado alta prevalência.[5] [14] Por outro lado, os hispânicos apresentaram uma maior frequência, e indivíduos de ascendência africana mostraram menor prevalência.[16] Devido ao fato de o Brasil ser composto por diversas etnias, ainda não sabemos o impacto da ancestralidade na prevalência da anomalia de LC, mas, de acordo com nossos achados, essa miscigenação tende a aumentar a prevalência da anomalia de LC. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),[21] a cidade de São Paulo é composta por diversas etnias, sendo que 63,9% delas são advindas de brancos, 34,6% de negros (soma de pretos e pardos), 2,2% de amarelos, e 0,1% de indígenas; por isso, esta população apresenta uma boa representatividade da população brasileira.
O presente estudo tem pontos metodológicos fortes, como o fato de ser o primeiro estudo em uma população miscigenada, o número da amostra, e o diagnóstico clínico envolvendo três examinadores independentes. No entanto, temos algumas limitações, que incluem a ausência de dados demográficos, como a atividade ocupacional e a etnia dos voluntários. Além disso, o estudo foi realizado na cidade de São Paulo, e, apesar de ela ser considerada uma cidade cosmopolita, estes dados podem não fornecer a real prevalência de todo o país.
Dessa forma, os resultados apresentados contribuem para aumentar o conhecimento sobre a prevalência da anomalia de LC no Brasil, e podem promover alterações nos serviços públicos de saúde que envolvam o tratamento com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos sintomáticos.
Estes dados mostram a necessidade de mais estudos epidemiológicos sobre a anomalia de LC para prevenir o comprometimento profissional ou a perda da qualidade de vida dos indivíduos afetados. Outro ponto importante seria incentivar a investigação da presença da anomalia de LC e sua relação com afecções que acometam o antebraço e o punho, assim como a investigação do tratamento adequado aos pacientes sintomáticos.
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Conclusão
Nosso estudo revelou uma prevalência da anomalia de LC de 55,95% (564) dos 1.008 voluntários examinados, com maior frequência da anomalia bilateral. Os homens foram mais afetados pela anomalia direita, e as mulheres apresentaram uma frequência maior no teste da dor.
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Conflito de Interesses
Os autores declaram não haver conflito de interesses.
* Trabalho desenvolvido na Disciplina de Cirurgia da Mão e Membro Superior, Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
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Endereço para correspondência
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