CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2020; 55(01): 082-087
DOI: 10.1055/s-0039-1697971
Artigo Original
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Published by Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação de resultados a médio prazo entre artroplastia total de joelho com prótese gênero-específica x prótese convencional[*]

Artikel in mehreren Sprachen: português | English
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
,
Fernando Noel Ribeiro
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
,
Alexwell Rodrigues Campos
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
,
Djalma de Siqueira Junior
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
,
Alysson Guedes Campos
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
,
Paulo Augusto Castro Mos
1   Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil
› Institutsangaben
Weitere Informationen

Endereço para correspondência

José Luiz Colleoni
Centro de Estudos da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC
Rua: Dr. Henrique Calderazzo, 321, Vila Paraíso, Santo André, SP 09190-615
Brasil   

Publikationsverlauf

03. Juli 2018

21. August 2018

Publikationsdatum:
05. November 2019 (online)

 

Resumo

Objetivo Comparar o resultado funcional pós-operatório das artroplastias totais de joelho (ATJs) com próteses gênero-específicas x convencionais no prazo de 5 anos.

Métodos Estudo retrospectivo com avaliação funcional de 30 pacientes (15 pacientes de cada grupo) utilizando o preenchimento de escores (Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score [KOOS], Western Ontario and McMaster Universities arthritis index [WOMAC] e The Knee Society Clinical Rating System [KSS]) e amplitude de movimento (ADM).

Resultados A diferença encontrada entre os valores de escores e ADM não foram estatisticamente significantes.

Conclusão A prótese gênero-específica apresenta resultados funcionais iguais aos da prótese convencional no prazo de 5 anos de pós-operatorio.


#

Introdução

Diversos fatores podem influenciar no resultado das artroplastias totais de joelho (ATJs), como a amplitude de movimento (ADM) pré-operatória, a técnica cirúrgica adotada, o desenho dos implantes, e a reabilitação pós-operatória.

Historicamente, a ATJ tem obtido sucesso comprovado em diversos estudos de curto e longo prazo na recuperação funcional e no alívio da dor dos pacientes. Atualmente, cerca de 60% dos pacientes submetidos à ATJ são mulheres,[1] [2] [3] e muitas discussões têm sido realizadas nas últimas décadas a respeito da influência do gênero nos resultados de curto ou longo prazo.[4] [5] [6] [7]

Muitos estudos anatômicos e antropométricos têm demonstrado diferenças morfológicas no fêmur distal das mulheres quando comparado ao dos homens, sendo que o fêmur feminino tem um formato mais trapezoidal, com “offset” ântero-posterior menor e a dimensão dos côndilos mais estreita no eixo médio-lateral.[8] [9] [10]

Nos últimos anos, foi introduzido o modelo gênero-específico no mercado de próteses com o intuito de respeitar essas diferenças anatômicas entre os joelhos do homem e da mulher. A diferença desses implantes em relação aos convencionais consiste em um componente femoral com dimensão médio-lateral menor para evitar a proeminência e o contato da prótese com partes moles, o que poderia gerar dor. A espessura do flange femoral anterior também é reduzida para acomodar melhor nos côndilos femininos, objetivando evitar o “overstuffing” do compartimento anterior, e o ângulo da garganta troclear é aumentado em 3 graus, respeitando o ângulo Q aumentado das mulheres.[11]

No entanto, as potenciais vantagens das próteses gênero-específicas ainda não foram demonstradas na maioria dos estudos, portanto não há consenso na literatura sobre a necessidade de desenhos de implantes gênero-específicos.[12] [13] [14]

Dessa forma, o presente trabalho visa realizar uma avaliação comparativa, pós-operatória de médio prazo (5 anos), da satisfação e reabilitação funcional de pacientes do sexo feminino submetidas à ATJ com implantes convencionais e com implantes gênero-específicos.


#

Métodos

O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Medicina do ABC (sob o CAAE 51201915.1.0000.5484). O estudo foi realizado de maneira retrospectiva, de abril de 2017 a dezembro de 2017, com 30 pacientes do sexo feminino submetidas à ATJ por gonartrose primária em hospital universitário público.

As pacientes foram divididas em dois grupos com o mesmo número de indivíduos, sendo que no grupo A foi utilizado o implante gênero-específico Zimmer Gender Solutions Natural-Knee System (Zimmer Biomet, Warsaw, IN, EUA), com modelo desenvolvido para o sexo feminino, e as pacientes do grupo B foram submetidas à ATJ com implante convencional Exactech Optetrak Logic Primary System (Exactech, Gainesville, FL,EUA).

Todas as cirurgias foram realizadas no período entre janeiro e dezembro de 2012. Os pacientes foram avaliados com 5 anos de pós-operatório.

As cirurgias foram realizadas por cirurgiões diferentes, sendo que em todos os casos, foi adotada a mesma técnica cirúrgica. Todas as próteses foram realizadas com sacrifício do ligamento cruzado posterior (LCP), balanceamento dos espaços flexo-extensão, preservação da patela e da base tibial fixa. Todas as próteses foram fixadas através de cimentação, com utilização de torniquete removido apenas após o fechamento da pele e realização de curativo compressivo. Um dreno aspirativo foi utilizado em todos os joelhos e removido no segundo dia de pós-operatório. Todas as pacientes receberam acompanhamento fisioterápico em que no primeiro dia eram estimuladas a movimentar o joelho e tornozelos, e no segundo dia iniciavam treino de marcha com carga total auxiliada por andador.As pacientes receberam alta no terceiro dia nos casos em que não houve nenhum impedimento de ordem médica.

Todas as 30 pacientes foram avaliadas usando como instrumentos para avaliação dos resultados funcionais os scores: Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS), The Knee Society Clinical Rating System (KSS) e Western Ontario and McMaster Universities arthritis index (WOMAC). As pacientes também foram avaliadas quanto ao arco de movimento, além de serem pesadas e medidas na ocasião da avaliação.


#

Resultados

A [Tabela 1] contém os dados coletados dos pacientes submetidos à artroplastia com prótese do tipo Exactech. Foram anotados e tabulados os seguintes dados: idade, índice de massa corporal (IMC), KSS, WOMAC, KOOS.

Tabela 1

EXACTECH

Pcts

IDADE

IMC

KSS

WOMAC

KOOS

1

73

29,9

74

93,9

91,1

2

71

33,5

70

93,2

88,7

3

39

24,4

75

93,9

91,1

4

68

31,1

74

93,2

88,7

5

74

38

52

92,4

87,5

6

69

37,89

77

81,8

78,5

7

79

25,3

77

86,4

83,9

8

75

32,6

72

87,9

85,7

9

73

33,7

77

84,1

81,5

10

80

36,97

62

81,9

78,6

11

80

34,6

64

83,3

80,4

12

73

28,7

74

88,6

85,1

13

80

25

75

80,3

76,2

14

86

33,3

75

90,9

85,7

15

78

35

79

88,6

85,1

MÉDIA

73,2

31,99733333

71,8

88,02666667

84,52

A [Tabela 2] contém os dados coletados dos pacientes submetidos à artroplastia com prótese do tipo gênero-específico (Gender [Zimmer Biomet]). Foram anotados e tabulados dados: Idade, IMC, KSS, WOMAC, KOOS.

Tabela 2

GENDER

Pcts

IDADE

IMC

KSS

WOMAC

KOOS

1

83

32,6

70

83,3

81,5

2

79

30,4

74

93,2

78,6

3

78

30

75

87,9

85,7

4

73

34,13

77

81,8

80,4

5

64

34,8

74

92,4

88,7

6

69

29

74

84,1

81,5

7

74

39,1

72

92,4

85,1

8

81

33,6

79

93,2

91,1

9

68

34

75

93,9

91,1

10

75

33,2

72

93,2

87,5

11

77

28,6

72

88,6

85,7

12

71

31,2

64

83,3

81,5

13

74

29,5

60

86,4

83,6

14

76

33,3

72

93,2

88,7

15

ÓBITO (dia 04/04/2014) por AVC

MÉDIA

74,42857143

32,38785714

72,1428571

89,06428571

85,05

A [Tabela 3] contém descrição estatística e comparação entre ambos os grupos estudados para as variáveis de interesse consideradas.

Tabela 3

Variável

Grupo

n

Média

Desvio padrão

Mínimo

Máximo

Percentil 25

Percentil 50 (mediana)

Percentil 75

Valor de p

IDADE

Exactech

15

73,20

10,63

39,00

86,00

71,00

74,00

80,00

0,948

Gender

14

74,43

5,21

64,00

83,00

70,50

74,50

78,25

Total

29

73,79

8,34

39,00

86,00

71,00

74,00

79,00

IMC

Exactech

15

32,00

4,52

24,40

38,00

28,70

33,30

35,00

0,930

Gender

14

32,39

2,84

28,60

39,10

29,88

32,90

34,03

Total

29

32,19

3,74

24,40

39,10

29,70

33,20

34,37

KSS

Exactech

15

71,80

7,22

52,00

79,00

70,00

74,00

77,00

0,522

Gender

14

72,14

4,93

60,00

79,00

71,50

73,00

75,00

Total

29

71,97

6,12

52,00

79,00

71,00

74,00

75,00

WOMAC

Exactech

15

88,03

4,83

80,30

93,90

83,30

88,60

93,20

0,629

Gender

14

89,06

4,53

81,80

93,90

83,90

90,50

93,20

Total

29

88,53

4,63

80,30

93,90

83,70

88,60

93,20

KOOS

Exactech

15

84,52

4,64

76,20

91,10

80,40

85,10

88,70

0,759

Gender

14

85,05

4,02

78,60

91,10

81,50

85,40

88,70

Total

29

84,78

4,28

76,20

91,10

81,50

85,10

88,70

ADM (graus)

Exactech

15

103,33

9,00

90,00

120,00

100,00

100,00

110,00

0,982

Gender

14

103,57

8,42

90,00

120,00

100,00

100,00

110,00

Total

29

103,45

8,57

90,00

120,00

100,00

100,00

110,00

Estes grupos apresentam diferenças ditas estatisticamente não-significantes para todas as variáveis de interesse, ou seja, ambos os grupos são estatisticamente semelhantes ([Figuras 1], [2], [3], [4]).

Zoom Image
Fig. 1 Representação gráfica segundo a variável idade.
Zoom Image
Fig. 2 Representação gráfica segundo a variável índice de massa corporal.
Zoom Image
Fig. 3 Representação gráfica segundo a variável amplitude de movimento (graus).
Zoom Image
Fig. 4 Representação gráfica segundo as variáveis KSS, WOMAC, KOOS. Abreviaturas: KOOS, Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score; KSS, The Knee Society Clinical Rating System; WOMAC, Western Ontario and McMaster Universities arthritis index.

#

Discussão

Existem diferenças anatômicas bem documentadas entre homens e mulheres em relação ao alinhamento dos membros inferiores e a anatomia do fêmur distal. As mulheres têm um valgo e uma dimensão ântero-posterior do fêmur distal discretamente aumentados, enquanto o diâmetro médio-lateral é mais estreito.[4] [8] Esses achados têm levado alguns autores a concluírem que existe a necessidade de desenvolver implantes que se adaptem melhor a essas variações anatômicas.[9] A premissa fundamental dessa abordagem assume que os resultados das artroplastias totais de joelho realizadas em mulheres são inferiores, e algumas das causas desses resultados piores estão relacionadas a essas diferenças anatômicas e à necessidade de implantes gênero-específicos.[15]

Modelos de implantes com desenho gênero-específico foram desenvolvidos baseados nas diferenças anatômicas existentes na extremidade distal do fêmur, quando se comparam homens e mulheres.[5] [16] [17] [18] [19] [20] [21] Alguns estudos têm sido realizados tentando estabelecer a superioridade dos implantes gênero-específicos em relação aos convencionais unisex quando utilizados nos joelhos de mulheres,[22] mas ainda permanece não esclarecido o quanto as diferenças anatômicas entre o homem e a mulher podem influenciar nos resultados da ATJ.[23] [24]

Em nosso estudo não encontramos diferença estatística significante em relação à ADM pós-operatória com a utilização de implantes gênero-específicos.[12] Song et al.[12] realizaram um estudo prospectivo com 40 pacientes do sexo feminino submetidos à ATJ bilateral simultaneamente em que em um joelho foi utilizado implante convencional e no outro o implante gênero-específico, sendo que, na avaliação da ADM após 24–36 meses de pós-operatório, encontraram resultados semelhantes e estatisticamente não significantes entre os grupos. Esses dados contrastam com a hipótese de que os implantes convencionais causam um preenchimento exagerado no compartimento patelo-femoral, uma vez que a dimensão ântero-posterior do côndilo feminino é menor, podendo levar a uma diminuição do arco de movimento pós-operatório.[16] [25] Apesar da altura reduzida da flange no implante Gender Solutions Natural-Knee (Zimmer Biomet), a ADM pós-operatória foi semelhante quando comparamos os dois grupos.

Dois estudos nível I foram conduzidos na Coreia por Kim et al.[20] [26] com 223 pacientes do sexo feminino submetidas à ATJ bilateral, totalizando 446 ATJs. As pacientes foram randomizadas para determinar qual joelho iria receber um implante gênero-específico ou um implante unisex. Os autores não encontraram diferença em nenhum dos estudos em relação à ADM, satisfação, e nos escores KSS e WOMAC. Johnson et al.,[11] após estudo de metanálise envolvendo 253 estudos, afirmam não haver diferença no pós-operatório entre as ATJs e as artroplastias totais de quadril (ATQs) quando se usam implantes gênero-específicos com relação ao uso de implantes convencionais.

Song et al.,[12] em um estudo prospectivo em que 50 pacientes foram submetidos à ATJ bilateral simultâneas, um joelho com implante convencional unisex e outro com implante gênero-específico, afirmam que não observaram diferenças significativas quando comparados em relação à ADM, escore hospital for special surgery (HSS) e WOMAC. Clarke e Hentz,[27] em estudo prospectivo semelhante com 46 pacientes submetidos à ATJ bilateral simultaneamente, também concluíram não haver diferença funcional pelo escore HSS entre os dois tipos de implantes no pós-operatório com 2 anos de seguimento.

No entanto, sabemos que nosso estudo apresenta uma série de limitações. A primeira delas é o fato de não termos avaliado as condições pré-operatórias como ADM e escores funcionais, sendo que isso é um conhecido fator de influência nos resultados após ATJ; porém, isso foi minimizado pelo fato de excluirmos pacientes com ADM menor que 90° e com deformidades graves, em que houve necessidade de enxertia óssea ou utilização de implantes de revisão. A segunda é em relação ao médio prazo de seguimento, apenas 5 anos, o que nos impossibilita de obter conclusões de longo prazo a respeito da satisfação; porém, estudos recentes demonstram que esse índices atingem um platô após 1 ano da cirurgia e não sofrem muita alteração após esse período.[26] [28]

Resumindo, podemos dizer que existem poucos trabalhos na literatura que se referem à análise da eficácia pós-operatória dos implantes gênero-específicos e, em nosso estudo retrospectivo com 30 pacientes do sexo feminino, a aparente superioridade do desenho dos implantes gênero-específicos em relação à melhor adaptação às diferenças anatômicas do joelho feminino não demonstrou resultados clínicos e funcionais superiores quando comparados aos implantes convencionais.


#

Conclusão

O presente estudo não demonstrou benefícios clínicos da prótese gênero-específica em pacientes do sexo feminino em um acompanhamento de médio prazo em relação aos implantes convencionais sem distinção de gênero.


#
#

Conflito de Interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

* Trabalho realizado no Grupo do Joelho da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Estadual Mário Covas, Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, Brasil.


  • Referências

  • 1 Ritter MA, Wing JT, Berend ME, Davis KE, Meding JB. The clinical effect of gender on outcome of total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2008; 23 (03) 331-336
  • 2 Font-Rodriguez DE, Scuderi GR, Insall JN. Survivorship of cemented total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 1997; ; ( (345) 79-86
  • 3 Rand JA, Ilstrup DM. Survivorship analysis of total knee arthroplasty. Cumulative rates of survival of 9200 total knee arthroplasties. J Bone Joint Surg Am 1991; 73 (03) 397-409
  • 4 Hitt K, Shurman 2nd JR, Greene K. , et al. Anthropometric measurements of the human knee: correlation to the sizing of current knee arthroplasty systems. J Bone Joint Surg Am 2003; 85-A (Suppl. 04) 115-122
  • 5 Poilvache PL, Insall JN, Scuderi GR, Font-Rodriguez DE. Rotational landmarks and sizing of the distal femur in total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 1996; ; ( (331) 35-46
  • 6 Livingston LA. The quadriceps angle: a review of the literature. J Orthop Sports Phys Ther 1998; 28 (02) 105-109
  • 7 Woodland LH, Francis RS. Parameters and comparisons of the quadriceps angle of college-aged men and women in the supine and standing positions. Am J Sports Med 1992; 20 (02) 208-211
  • 8 Chin KR, Dalury DF, Zurakowski D, Scott RD. Intraoperative measurements of male and female distal femurs during primary total knee arthroplasty. J Knee Surg 2002; 15 (04) 213-217
  • 9 Booth Jr RE. Sex and the total knee: gender-sensitive designs. Orthopedics 2006; 29 (09) 836-838
  • 10 Mahfouz M, Booth Jr R, Argenson J, Merkl BC, Abdel Fatah EE, Kuhn MJ. Analysis of variation of adult femora using sex specific statistical atlases. In: Paper presented at: The 7th International Symposium on Computer Methods in Biomechanics and Biomedical Engineering; 2006 Mar 22–25; Côte d'Azur, France.
  • 11 Johnson AJ, Costa CR, Mont MA. Do we need gender-specific total joint arthroplasty?. Clin Orthop Relat Res 2011; 469 (07) 1852-1858
  • 12 Song EK, Park SJ, Yoon TR, Park KS, Seo HY, Seon JK. Hi-flexion and gender-specific designs fail to provide significant increases in range of motion during cruciate-retaining total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2012; 27 (06) 1081-1084
  • 13 Singh H, Mittal V, Nadkarni B, Agarwal S, Gulati D. Gender-specific high-flexion knee prosthesis in Indian women: a prospective randomised study. J Orthop Surg (Hong Kong) 2012; 20 (02) 153-156
  • 14 Barrett WP. The need for gender-specific prostheses in TKA: does size make a difference?. Orthopedics 2006; ; 29 (09) , Suppl) S53 –S55
  • 15 MacDonald SJ, Charron KD, Bourne RB, Naudie DD, McCalden RW, Rorabeck CH. The John Insall Award: gender-specific total knee replacement: prospectively collected clinical outcomes. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (11) 2612-2616
  • 16 Fehring TK, Odum SM, Hughes J, Springer BD, Beaver Jr WB. Differences between the sexes in the anatomy of the anterior condyle of the knee. J Bone Joint Surg Am 2009; 91 (10) 2335-2341
  • 17 Merchant AC, Arendt EA, Dye SF. , et al. The female knee: anatomic variations and the female-specific total knee design. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (12) 3059-3065
  • 18 Gillespie RJ, Levine A, Fitzgerald SJ. , et al. Gender differences in the anatomy of the distal femur. J Bone Joint Surg Br 2011; 93 (03) 357-363
  • 19 Guy SP, Farndon MA, Sidhom S, Al-Lami M, Bennett C, London NJ. Gender differences in distal femoral morphology and the role of gender specific implants in total knee replacement: a prospective clinical study. Knee 2012; 19 (01) 28-31
  • 20 Kim YH, Choi Y, Kim JS. Comparison of a standard and a gender-specific posterior cruciate-substituting high-flexion knee prosthesis: a prospective, randomized, short-term outcome study. J Bone Joint Surg Am 2010; 92 (10) 1911-1920
  • 21 Greene KA. Gender-specific design in total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2007; 22 (07) (Suppl. 03) 27-31
  • 22 Robertsson O, Dunbar M, Pehrsson T, Knutson K, Lidgren L. Patient satisfaction after knee arthroplasty: a report on 27,372 knees operated on between 1981 and 1995 in Sweden. Acta Orthop Scand 2000; 71 (03) 262-267
  • 23 Khaw FM, Kirk LM, Morris RW, Gregg PJ. A randomised, controlled trial of cemented versus cementless press-fit condylar total knee replacement. Ten-year survival analysis. J Bone Joint Surg Br 2002; 84 (05) 658-666
  • 24 Scuderi GR, Insall JN, Windsor RE, Moran MC. Survivorship of cemented knee replacements. J Bone Joint Surg Br 1989; 71 (05) 798-803
  • 25 Mihalko W, Fishkin Z, Krackow K. Patellofemoral overstuff and its relationship to flexion after total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 2006; 449 (449) 283-287
  • 26 Kim YH, Sohn KS, Kim JS. Range of motion of standard and high-flexion posterior stabilized total knee prostheses. A prospective, randomized study. J Bone Joint Surg Am 2005; 87 (07) 1470-1475
  • 27 Clarke HD, Hentz JG. Restoration of femoral anatomy in TKA with unisex and gender-specific components. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (11) 2711-2716
  • 28 Ritter MA, Berend ME, Harty LD, Davis KE, Meding JB, Keating EM. Predicting range of motion after revision total knee arthroplasty: clustering and log-linear regression analyses. J Arthroplasty 2004; 19 (03) 338-343

Endereço para correspondência

José Luiz Colleoni
Centro de Estudos da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC
Rua: Dr. Henrique Calderazzo, 321, Vila Paraíso, Santo André, SP 09190-615
Brasil   

  • Referências

  • 1 Ritter MA, Wing JT, Berend ME, Davis KE, Meding JB. The clinical effect of gender on outcome of total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2008; 23 (03) 331-336
  • 2 Font-Rodriguez DE, Scuderi GR, Insall JN. Survivorship of cemented total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 1997; ; ( (345) 79-86
  • 3 Rand JA, Ilstrup DM. Survivorship analysis of total knee arthroplasty. Cumulative rates of survival of 9200 total knee arthroplasties. J Bone Joint Surg Am 1991; 73 (03) 397-409
  • 4 Hitt K, Shurman 2nd JR, Greene K. , et al. Anthropometric measurements of the human knee: correlation to the sizing of current knee arthroplasty systems. J Bone Joint Surg Am 2003; 85-A (Suppl. 04) 115-122
  • 5 Poilvache PL, Insall JN, Scuderi GR, Font-Rodriguez DE. Rotational landmarks and sizing of the distal femur in total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 1996; ; ( (331) 35-46
  • 6 Livingston LA. The quadriceps angle: a review of the literature. J Orthop Sports Phys Ther 1998; 28 (02) 105-109
  • 7 Woodland LH, Francis RS. Parameters and comparisons of the quadriceps angle of college-aged men and women in the supine and standing positions. Am J Sports Med 1992; 20 (02) 208-211
  • 8 Chin KR, Dalury DF, Zurakowski D, Scott RD. Intraoperative measurements of male and female distal femurs during primary total knee arthroplasty. J Knee Surg 2002; 15 (04) 213-217
  • 9 Booth Jr RE. Sex and the total knee: gender-sensitive designs. Orthopedics 2006; 29 (09) 836-838
  • 10 Mahfouz M, Booth Jr R, Argenson J, Merkl BC, Abdel Fatah EE, Kuhn MJ. Analysis of variation of adult femora using sex specific statistical atlases. In: Paper presented at: The 7th International Symposium on Computer Methods in Biomechanics and Biomedical Engineering; 2006 Mar 22–25; Côte d'Azur, France.
  • 11 Johnson AJ, Costa CR, Mont MA. Do we need gender-specific total joint arthroplasty?. Clin Orthop Relat Res 2011; 469 (07) 1852-1858
  • 12 Song EK, Park SJ, Yoon TR, Park KS, Seo HY, Seon JK. Hi-flexion and gender-specific designs fail to provide significant increases in range of motion during cruciate-retaining total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2012; 27 (06) 1081-1084
  • 13 Singh H, Mittal V, Nadkarni B, Agarwal S, Gulati D. Gender-specific high-flexion knee prosthesis in Indian women: a prospective randomised study. J Orthop Surg (Hong Kong) 2012; 20 (02) 153-156
  • 14 Barrett WP. The need for gender-specific prostheses in TKA: does size make a difference?. Orthopedics 2006; ; 29 (09) , Suppl) S53 –S55
  • 15 MacDonald SJ, Charron KD, Bourne RB, Naudie DD, McCalden RW, Rorabeck CH. The John Insall Award: gender-specific total knee replacement: prospectively collected clinical outcomes. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (11) 2612-2616
  • 16 Fehring TK, Odum SM, Hughes J, Springer BD, Beaver Jr WB. Differences between the sexes in the anatomy of the anterior condyle of the knee. J Bone Joint Surg Am 2009; 91 (10) 2335-2341
  • 17 Merchant AC, Arendt EA, Dye SF. , et al. The female knee: anatomic variations and the female-specific total knee design. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (12) 3059-3065
  • 18 Gillespie RJ, Levine A, Fitzgerald SJ. , et al. Gender differences in the anatomy of the distal femur. J Bone Joint Surg Br 2011; 93 (03) 357-363
  • 19 Guy SP, Farndon MA, Sidhom S, Al-Lami M, Bennett C, London NJ. Gender differences in distal femoral morphology and the role of gender specific implants in total knee replacement: a prospective clinical study. Knee 2012; 19 (01) 28-31
  • 20 Kim YH, Choi Y, Kim JS. Comparison of a standard and a gender-specific posterior cruciate-substituting high-flexion knee prosthesis: a prospective, randomized, short-term outcome study. J Bone Joint Surg Am 2010; 92 (10) 1911-1920
  • 21 Greene KA. Gender-specific design in total knee arthroplasty. J Arthroplasty 2007; 22 (07) (Suppl. 03) 27-31
  • 22 Robertsson O, Dunbar M, Pehrsson T, Knutson K, Lidgren L. Patient satisfaction after knee arthroplasty: a report on 27,372 knees operated on between 1981 and 1995 in Sweden. Acta Orthop Scand 2000; 71 (03) 262-267
  • 23 Khaw FM, Kirk LM, Morris RW, Gregg PJ. A randomised, controlled trial of cemented versus cementless press-fit condylar total knee replacement. Ten-year survival analysis. J Bone Joint Surg Br 2002; 84 (05) 658-666
  • 24 Scuderi GR, Insall JN, Windsor RE, Moran MC. Survivorship of cemented knee replacements. J Bone Joint Surg Br 1989; 71 (05) 798-803
  • 25 Mihalko W, Fishkin Z, Krackow K. Patellofemoral overstuff and its relationship to flexion after total knee arthroplasty. Clin Orthop Relat Res 2006; 449 (449) 283-287
  • 26 Kim YH, Sohn KS, Kim JS. Range of motion of standard and high-flexion posterior stabilized total knee prostheses. A prospective, randomized study. J Bone Joint Surg Am 2005; 87 (07) 1470-1475
  • 27 Clarke HD, Hentz JG. Restoration of femoral anatomy in TKA with unisex and gender-specific components. Clin Orthop Relat Res 2008; 466 (11) 2711-2716
  • 28 Ritter MA, Berend ME, Harty LD, Davis KE, Meding JB, Keating EM. Predicting range of motion after revision total knee arthroplasty: clustering and log-linear regression analyses. J Arthroplasty 2004; 19 (03) 338-343

Zoom Image
Fig. 1 Representação gráfica segundo a variável idade.
Zoom Image
Fig. 2 Representação gráfica segundo a variável índice de massa corporal.
Zoom Image
Fig. 3 Representação gráfica segundo a variável amplitude de movimento (graus).
Zoom Image
Fig. 4 Representação gráfica segundo as variáveis KSS, WOMAC, KOOS. Abreviaturas: KOOS, Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score; KSS, The Knee Society Clinical Rating System; WOMAC, Western Ontario and McMaster Universities arthritis index.
Zoom Image
Fig. 1 Graphical representation according to the age variable.
Zoom Image
Fig. 2 Graphical representation according to the body mass index variable.
Zoom Image
Fig. 3 Graphical representation according to range of motion variable (degrees).
Zoom Image
Fig. 4 Graphical representation according to KSS, WOMAC, and KOOS variables. Abbreviations: KOOS, Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score; KSS, The Knee Society Clinical Rating System; WOMAC, Western Ontario and McMaster Universities arthritis index.