Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672764
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Paraganglioma de cauda equina: relato de caso e revisão de literatura

Authors

  • Arthur Araújo Massoud Salame

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Bernardo de Andrada Pereira

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Lygia Sampaio de Arruda Câmara

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Filipe Moreira de Almeida Pinheiro

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Estevão Cardoso Carvalho

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Iogo Henrique de Oliveira Araújo

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • Francisco Weldes Brito das Neves

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
  • José Álvaro Bastos Pinheiro

    1   Hospital Municipal Salgado Filho
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação de caso: Paciente masculino de 36 anos, admitido com história de lombociatalgia bilateral, de início há 4 meses, evoluindo com retenção urinária e fecal, sem déficits motores. RNM coluna lombar mostrava lesão expansiva intrarraquiana ao nível de L2. Submetido à microcirurgia para ressecção tumoral completa da lesão do Filum Terminale, com preservação das raízes nervosas. Exame anatomopatológico evidenciava lesão encapsulada, avermelhada e que na microscopia pela hematoxilina e eosina, sugeria ependimoma. A imuno-histoquímica mostrou resultado de Paraganglioma, com positividade para Cromogranina e negatividade para proteína glial ácida fibrilar (GFAP). Paciente recebeu alta 4 dias após a cirurgia, sem déficits motores, com melhora dos distúrbios esfincterianos, sem sinais de recidiva em um ano de acompanhamento.

    Discussão: Paraganglioma de cauda equina são tumores de incidência rara, com cerca de 220 casos descritos na literatura mundial. São lesões benignas, grau 1 pela OMS, cujo diagnóstico definitivo apenas pode ser feito pela imuno-histoquímica, onde se evidencia a natureza neuroendócrina dada especialmente pela presença de cromogranina, proteína encontrada no citoplasma de células do tecido neural com característica neuroendócrina. A origem desses tumores ainda é incerta porque a existência de células paragangliais no sistema nervoso central ainda é questão de debate. Lombalgia é o principal sintoma descrito, seguido de ciatalgia. Déficits motores e distúrbios esfincterianos são raros. Apesar da origem neuroendócrina, esses tumores raramente têm função hormonal ativa. O exame de imagem de escolha é a Ressonância Magnética. O diagnóstico diferencial principal é com Ependimoma e Schwannoma.

    Comentários finais: O Paraganglioma de cauda equina, por ser um tumor raro, cujo diagnóstico só é confirmado pela análise imuno-histoquímica, deve constar entre os diagnósticos diferenciais de tumores intradurais e extramedulares. O relato do caso se torna mais importante, pois há trabalhos na literatura descrevendo crises hipertensivas durante a ressecção da lesão, por descarga adrenérgica.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).