Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672750
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Meningioma frontal simulando cefaleia hemicrania paroxística como manifestação inicial

Amauri Pereira da Silva-Filho
1   H Trauma, Campina Grande
2   Clínica Santa Clara
3   Faculdade de Ciências Médicas, Campina Grande
,
Andrew Bonifácio Ferreira
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Brunno Nóbrega Queiroga
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Rayra Almeida Araújo
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Vinicius Herbet Sales da Silva
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Rodolfo Vinícius Leite Celerino
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Gabrielly Lima Medeiros
4   Centro Universitário Unifacisa
,
Alfredo Daniel de Sousa-Neto
5   Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação de caso: Paciente, sexo masculino, 38 anos, sem antecedentes patológicos, apenas com histórico de cefaleia tensional ocasional. Iniciou um quadro de dor típica hemicraniana direita, pulsátil, de severa intensidade, com duração máxima de alguns minutos, inúmeras vezes ao dia e associada com sinais e sintomas autonômicos. A hipótese diagnóstica inicial era de Hemicrania Paroxística Primária. No entanto, ao ser submetido ao indotest, houve resposta parcial, sendo necessário investigar o diagnóstico. A Tomografia Computadorizada (TC) revelou um volumoso processo expansivo em região frontal direita, sugestivo de meningioma. Foi submetido à ressecção total, sendo confirmado o diagnóstico de meningioma. Após abordagem cirúrgica, houve resolução da sintomatologia.

    Discussão: As cefaleias trigeminoautonômicas são caracterizadas por dor com distribuição trigeminal, unilateral que ocorre com acometimento autonômico craniano ipsilateral e apresentam baixa prevalência na população mundial (< 1%). Entre estas estão: cefaleia em salvas, hemicrania paroxística, SUNCT/SUNA e hemicrania contínua. No paciente relatado, o diagnóstico de hemicrania paroxística foi considerado devido às características da cefaleia, como: dor unilateral, excruciante e de caráter perfurante; duração dos ataques de até 30 minutos e presença de sintomas autonômicos como lacrimejamento, rinorreia, congestão nasal e ptose. Durante a avaliação diagnóstica do paciente acima descrito, foi realizada uma TC para excluir a possibilidade de hemicrania paroxística secundária. As possíveis causas secundárias são as seguintes: malformação arteriovenosa cerebral, infarto de artéria cerebral média e infarto occipital, adenoma hipofisário, tumor de lobo frontal, gangliocitoma de sela túrcica, meningioma de seio cavernoso, doenças vasculares do colágeno, trombocitemia essencial, hipertensão intracraniana. A partir da TC, confirmou-se tumor de lobo frontal como a etiologia da cefaleia.

    Comentários finais: Apesar de baixa prevalência da Hemicrania Paroxística, o conhecimento acerca desta patologia se faz imprescindível devido ao importante diagnóstico diferencial com os tumores de Lobo frontal, dentre eles o meningioma, o qual podem simular uma Hemicrania Paroxística Secundária. Estas lesões tumorais têm um bom prognóstico pós-cirúrgico, pois geralmente são neoplasias de caráter benigno.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).