Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia 2011; 15(04): 468-474
DOI: 10.1590/S1809-48722011000400010
Original Article
Thieme Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Characteristics of the tinnitus and hyperacusis in normal hearing individuals

Características do zumbido e da hiperacusia em indivíduos normo-ouvintes
Daila Urnau
1   Post graduate. Speech Therapist.
,
Tania Maria Tochetto
2   Doctor in Science of Human Communication Disorders. Professor Associate to the Departament of Phonoaudiology of UFSM, Santa Maria (RS), Brazil.
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

28 March 2011

10 July 2011

Publication Date:
12 February 2014 (online)

Summary

Introduction: The tinnitus has become a common otological complaint. Another complaint is found in bearers of the tinnitus is the hyperacusis.

Objective: Analyze the characteristics of tinnitus and hyperacusis in normal hearing individuals with associated complaints of tinnitus and hyperacusis.

Method: 25 normal hearing individuals who complained of hyperacusis and tinnitus were surveyed in this form of cross-sectional study. They were questioned about the location and type of the tinnitus. The evaluation of the tinnitus was made using the Brazilian Tinnitus Handicap Inventory and acuphenometry. A questionnaire was made about the hyperacusis covering aspects such as: sounds considered uncomfortable, sensations in the presence of such sounds, and difficulty understanding speech in noise.

Results: Of the 25 individuals, 64% were women and 36% men. Regarding tinnitus, 84% referred to bilateral location and 80% high pitch. The most common degree found was light (44%). The women presented tinnitus degree statistically superior to those of men. The strong intensity sounds and the reactions of irritation, anxiety and the need to move away from the sound were the most mentioned. From the analyzed individuals, 68% referred to difficulty understanding speech in noise and 12% reported using hearing protection. The most found frequencies at the acuphenometry were 6 and 8 KHz.

Conclusion: Normal hearing individuals who complain of tinnitus and hyperacusis present mainly high pitch tinnitus, located bilaterally and light degree. The sounds considered uncomfortable were the high intensity ones and the most cited reaction to sound was irritation. The difficulty to understand speech in noise was reported by most of the individuals.

Resumo

Introdução: O zumbido vem se tornando uma queixa otológica frequente. Outra queixa que é encontrada em portadores de zumbido é a hiperacusia.

Objetivo: Analisar as características do zumbido e da hiperacusia em indivíduos normo-ouvintes com queixa associada de zumbido e hiperacusia.

Método: 25 indivíduos normo-ouvintes que apresentaram queixas de hiperacusia e zumbido foram pesquisados nesta forma de estudo transversal.Questionou-se sobre a localização e o tipo do zumbido. Utilizou-se o Tinnitus Handicap Inventory brasileiro e a acufenometria para avaliação do zumbido. Foi elaborado um questionário sobre hiperacusia abordando aspectos como: sons considerados desconfortáveis, sensações na presença desses sons e dificuldade de compreensão de fala no ruído.

Resultados: Dos 25 indivíduos, 64% eram mulheres e 36% homens. Em relação ao zumbido, 84% referiram localização bilateral e 80% pitch agudo. O grau mais encontrado foi o leve (44%). As mulheres apresentaram grau de zumbido estatisticamente superior ao dos homens. Os sons de forte intensidade e as reações de irritação, ansiedade, necessidade de afastar-se do som foram mais citadas. Dos indivíduos analisados, 68% referiram dificuldade de compreensão de fala no ruído e 12% relataram usar protetores auriculares. As frequências mais encontradas na acufenometria foram 6 e 8 KHz.

Conclusão: Indivíduos normo-ouvintes com queixa de zumbido e hiperacusia apresentaram predomínio de zumbido de pitch agudo, localização bilateral e grau leve. Os sons considerados desconfortáveis foram os de forte intensidade e a reação aos sons mais citada foi à irritação. A dificuldade de compreensão de fala no ruído foi referida pela maioria dos indivíduos.

 
  • Bibliographic References

  • 1 Sanchez TG, Ferrari GMS. O que é zumbido?. Em: Samelli AG. Zumbido: avaliação, diagnóstico e reabilitação: abordagens atuais. São Paulo: Lovise; 2004. . p. 17–22
  • 2 Branco-Barreiro FCA. Avaliação audiológica básica e psicoacústica do zumbido. Em: Samelli AG. Zumbido: avaliação, diagnóstico e reabilitação: abordagens atuais. São Paulo: Lovise; 2004. . p. 55–60
  • 3 Jastreboff MM, Jastreboff PJ. Questionnaires for Assessment of the Patients and Treatment Outcome. Em: Hazel JWP, , (ed). Prodeeding of the IV International Seminar. Cambridge (UK); 1999. p.487
  • 4 Menezes P, Santos Filha VAV. Acufenometria: o resgate de um instrumento de avaliação do zumbido e sua correlação com perdas auditivas sensoriais. Fonoaudiologia Brasil 2005; 3 (1) 1-4
  • 5 Newman C, Jacobson CG, Spitzer JB. Development of the Tinnitus Handicap Inventory. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 1996; 122 (2) 143-148
  • 6 Ferreira PEA, Cunha F, Onishi ET, Branco-Barreiro FCA, Ganança FF. Tinnitus Handicap Inventory: adaptação cultural para o português brasileiro. Pró-Fono 2005; 3 (17) 303-10
  • 7 Aita ALD. Capacidade e auto-percepção auditivas: um estudo em hiperacúsicos. São Paulo; 2001.(Tese de Doutorado em Distúrbios da Comunicação Humana: Campo Fonoaudiológico, Universidade Federal de São Paulo).
  • 8 Herráiz C, Hernández JC, Plaza G, Toledano A, de los Santos G. Estudio de la hiperacusia en una unidad de acúfenos. Acta Otorrinolaringol Esp 2003; 54 (9) 617-622
  • 9 Herráiz C, de los Santos G, Diges I, Díez R, Aparicio JM. Evaluación de la hiperacusia: test de hipersensibilidad al sonido. Acta Otorrinolaringol Esp 2006; 57 (7) 303-306
  • 10 Sztuka A, Popiech L, Gawron W, Dudek K. DPOAE in estimation of the function of the cochlea in tinnitus patients with normal hearing. Auris Nasus Larynx 2010; 37 (1) 55-60
  • 11 Jastreboff PJ, Jastreboff MM. Decreased sound tolerante. Em: Snow JB, , (ed). Tinnitus: Theory and Management. Hamilton, Ontario: BC Decker Inc; 2004. , p. 8–15.
  • 12 Breuel MLF, Sanchez TZ, Bento RF. Vias auditivas eferentes e seu papel no sistema auditivo. Arq Otorrinolaringol 2001; 5 (2) 62-7
  • 13 Jastreboff PJ, Hazell JWP. A neurophysiological approach to tinnitus: clinical implications. Br J Audiol 1993; 27 (1) 7-17
  • 14 Lloyd LL, Kaplan H. Audiometric interpretation: a manual o basic audiometry. University Park Press: Baltimore; 1978. . p. 16–7.
  • 15 Jerger J. Clinical experience with impedance audiometry. Arch Otolaryng 1970; 92 (4) 311-24
  • 16 Figueiredo RR, Azevedo AA, Oliveira PA. Análise da correlação entre a escala visual-análoga e o Tinnitus Handicap Inventory na avaliação de pacientes com zumbido. Rev Bras Otorrinolaringol 2009; 75 (1) 76-9
  • 17 Gonçalves MS, Tochetto TM, Gambini C. Hiperacusia em músicos de banda militar. Rev Soc Bras Fonoaudiol 2007; 12 (4) 298-303
  • 18 Sanchez TG, Medeiros IRT, Levy CPD, Ramalho JRO, Bento RF. Zumbido em pacientes com audiometria normal: caracterização clínica e repercussões. Rev Bras Otorrinolaringol 2005; 71 (4) 427-431
  • 19 Pinto PCL, Sanchez TG, Tomita S. Avaliação da relação entre severidade do zumbido e perda auditiva, sexo e idade do paciente. Braz J Otorhinolaryngol 2010; 76 (1) 18-24
  • 20 Coelho CB, Sanchez TG, Ferreira Bento RF. Características do zumbido em pacientes atendidos em serviço de referência. Arq Inter Otorrinolaringol 2004; 8 (3) 284-91
  • 21 Pinheiro RS, Viacava F, Travassos C, Brito AS. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva 2002; 7 (4) 687-7070
  • 22 Fernandes LC, Santos TMM. Zumbido e audição normal: estudo da supressão das emissões otoacústicas transientes. Braz J Otorhinolaryngol 2009; 75 (3) 414-9
  • 23 Martines F, Bentivegna D, Martines E, Sciacca V, Martinciglio G. Assessing audiological, pathophysiological and psychological variables in tinnitus patients with or without hearing loss. Eur Arch Otorhinolaryngol 2010; 267 (11) 1685-1693
  • 24 Azevedo AA, Mello PO, Siqueira AG, Figueiredo RR. Análise Crítica dos Métodos de Mensuração do zumbido. Rev Bras Otorrinolaringol 2007; 73 (3) 418-23
  • 25 Paglialonga A, Del Bo L, Ravazzani P, Tognola G. Quantitative analysis of cochlear active mechanisms in tinnitus subjects with normal hearing sensitivity: multiparametric recording of evoked otoacoustic emissions and contralateral suppression. Auris Nasus Larynx 2010; 37 (3) 291-298
  • 26 Savastano M. Tinnitus with and without hearing loss: are its characteristics different?. Eur Arch Otorhinolaryngol 2004; 265 (11) 1295-300
  • 27 Fukuda Y. Zumbido Neurossensorial. Rev Neurociências 2000; 8 (1) 6-10
  • 28 Londero A, Peignard P, Malinvaud D, Avan P, Bonfils P. Tinnitus and cognitive-behavioral therapy: Results after one year. Presse Med 2006; 35 (9) 1213-21
  • 29 Dobie RA, Sullivan MD. Antidepressant drugs and tinnitus. Em: Vernon JA. Tinnitus Treatment and Relie. Boston: Allyn and Bacon; 1998. . p. 43–51
  • 30 Jastreboff PJ. Phantom auditory perception (Tinnitus). Mechanisms of generation and perception. Neurosci Res 1990; 8 (4) 221-54
  • 31 Hennig TR, Costa MJ, Urnau D, Becker KT, Schuster LC. Reconhecimento de fala de indivíduos normo-ouvintes com zumbido e hiperacusia. Arq Inter Otorrinolaringol 2011; 15 (1) 21-8
  • 32 Baguley DM. Hyperacusis. J R Soc Med 2003; 96 (12) 582-5
  • 33 Valente M, Goebel J, Duddy D, Sinks B, Peterein J. Evaluation and treatment of severe hyperacusis. J Am Acad Audiol 2000; 11 (6) 295- 299
  • 34 Jastreboff PJ, Jastreboff MM. Tinnitus Retrainning Therapy (TRT) as a method of tinnitus and hiperacusis patients. J Am Acad Audiol 2000; 11 (3) 162-167
  • 35 MOR R. Emissões otoacústicas e audiometria de altas frequências: estudo em pacientes com zumbido sem perda auditiva. São Paulo, 2003 (Dissertação de Mestrado- UNIFESP).