Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia 2011; 15(04): 444-449
DOI: 10.1590/S1809-48722011000400007
Original Article
Thieme Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Otoacoustic emissions as an instrument of epidemiological surveillance in the health of the workers

Emissões otoacústicas como instrumento de vigilância epidemiológica na saúde do trabalhador
Priscila Feliciano de Oliveira
1   Master in Speech PUC SP. Assistant Professor, Center for Speech, Federal University of Sergipe.
,
Oscar Felipe Falcão Raposo
2   Master of Applied Statistics and Biometry by UFRPE. Assistant Professor, Department of Statistics and Actuarial Science, Federal University of Sergipe.
,
Any Caroline Aragão dos Santos
3   Graduation Speech by Federal University of Audiology. Speech unattended.
,
Luana Araujo dos Santos
4   Graduation Speech by Federal University of Sergipe. Speech unattended.
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

19 March 2011

14 August 2011

Publication Date:
12 February 2014 (online)

Summary

Introduction: The noise is a harmful agent to the hearing, being frequent in urban and work environments. Among the structures of the hearing system, the outer hair cells are the first to be injured, and otoacoustic emissions identify minimal cochlear alterations.

Objective: Analyze cochlear alterations with otoacoustic emissions transient evoked in individuals exposed to combined risk: noise and chemical products.

Method: 49 workers of a cement company participated of the research, aged between 19 and 49 years old, exposure time of at least two years and normal hearing thresholds. Was performed an anamnesis and otoacoustic emissions before and post work activity. The results of the exam were related with the variable: time of exposure to the noise, age, exposure to chemical products and sound habits. The statistical tests used were: T of Student, chi-squared Pearson test and Fisher's exact test and is characterized by a prospective clinical study.

Results: At the first testing, had presence of emissions in all of the workers. The average of amplitude is of 10,22 dBSPL in the right ear and 9,48 dBSPL in the left ear. In the second testing there were a variation of 0,69 dBSPL in the lef ear and 0,42 dBSPL in the right ear, of which 79,6% of individuals had presence of emission bilaterally and 20,4% absence in at least one ear. Analyzing the relation between variations of emissions with the variable was not observed statistically significant data.

Conclusion: The otoacoustic emissions in the workers health search to prevent the damage to the hearing system through cochlear changings.

Resumo

Introdução: O ruído é um agente nocivo à audição sendo frequente nos ambientes urbanos e laborativos. Dentre as estruturas do sistema auditivo, as células ciliadas externas são as primeiras a serem lesadas e as emissões otoacústicas identificam mínimas alterações cocleares.

Objetivo: Analisar alterações cocleares com as otoemissões acústicas evocadas transientes em indivíduos expostos ao risco combinado: ruído e produtos químicos.

Método: Participaram da pesquisa 49 trabalhadores de uma empresa de cimento, com idade entre 19 e 49 anos, tempo de exposição de no mínimo dois anos e limiares auditivos normais. Foi realizadas anamnese e emissões otoacústicas antes e pós-atividade laborativa. Os resultados do exame foram relacionados com as variáveis: tempo de exposição ao ruído, idade, exposição a produtos químicos e hábitos sonoros. Os testes estatísticos utilizados foram: T de Student, qui-quadrado de Pearson e Exato Fisher e caracteriza-se por um estudo clínico prospectivo.

Resultados: Na primeira testagem houve presença de emissões em todos os trabalhadores, a média de amplitude de 10,22 dBSPL na orelha direita e 9,48 dBSPL na orelha esquerda. Na segunda testagem houve uma variação de 0,69 dBSPL na orelha esquerda e 0,42 dBSPL na orelha direita, sendo que 79,6% dos indivíduos tiveram presença de emissões bilateralmente e 20,4% ausência em pelo menos uma orelha. Ao analisar a relação entre variação de emissões com as variáveis, não se observou dado estatisticamente significante.

Conclusão: As emissões otoacústicas na saúde do trabalhador buscam prevenir o dano ao sistema auditivo através das alterações cocleares.

 
  • Bibliographic References

  • 1 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de atenção à saúde, Departamento de ações programáticas estratégicas. Protocolo de complexidade diferenciada: Perda auditiva induzida por ruído. 1ª ed. Brasília: Editora do ministério da Saúde; 2006. . 40p. Disponível em 19 de Out. 2010
  • 2 Seligman J. Sinais e sintomas na PAIR. In: Nudelman N AA, Costa EA, Seligman J, Ibañez RN. PAIR- Perda Auditiva Induzida pelo Ruído. Vol. I, Porto Alegre: Bagaggem Comunicação; 1997. . p. 143-151
  • 3 Sousa LCA, Piza MRT, Alavarenga KF, Coser PL. Emissões Otoacústicas. Eletrofisiologia da Audição e Emissões Otoacústicas: Princípios e Aplicações Clínicas. São Paulo: Tecmedd; 2008. , p. 109–30
  • 4 Lewis DR. Emissões Otoacústicas: Aplicações clínicas. In: Ferreira RP, Befi-lopes DM, Limongi SCO. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004. . p. 617–629
  • 5 Barros SMS, Frota S, Atherino CCT, Osterne F. A eficiência das emissões otoacústicas transientes e audiometria tonal na detecção de mudanças temporárias nos limiares auditivos após exposição a níveis elevados de pressão sonora. Rev Bras Otorrinolaringol 2007; 73 (5) 592-8
  • 6 Souza DV. Estudo comporativo das Emissões Otoacústicas em militares expostos e não expostos ao ruído. 2009. 170 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em fonoaudiologia) - Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2009.
  • 7 Negrão MA, Soares E. Variações nas amplitudes de respostas das emissões otoacústicas evocadas e suscetibilidade à perda auditiva induzida por ruído - PAIR. Rev Cefac 2004; 6 (4) 414-22
  • 8 Sliwinska-kowalska M, Kotylo P, Hendler B. Comparando-se as alterações transitórias, em Emissões Otoacústicas e audiometria tonal liminar, após a exposição ao ruído industrial curto. Vol 1, Ed. 2. Lodz, Polônia: Noise & Health; , p. 50–57, 1999
  • 9 Marques FP, Costa EA. Exposição ao ruído ocupacional: alterações no exame de emissões otoacústicas. Rev Bras Otorrinolaringol 2006; 72 (3) 362-6
  • 10 Mor R, Frasson MA. Emissões otoacústicas e sistema olivococlear medial: pacientes com zumbido sem perda auditiva. Rev Pró-fono. Barueri 2005; 17 (3)
  • 11 Fiorini AC, Fischer FM. Expostos e não expostos a Ruído Ocupacional: Estudo dos Hábitos sonoros, Entalhe Audiométrico e Teste de Emissões Otoacusticas Evocadas por estimulo transiente. Rev. Distúrbios da Comunicação. São Paulo, vol. 16, n. 3, p. 371–383, Dez 2004.
  • 12 Azevedo MF. Emissões Otoacústicas. In: Figueiredo MS. Conhecimentos essenciais para conhecer bem emissões e bera. São José dos Campos: Pulso; p. 35–75. 2003
  • 13 Nodarse EM. Empleo de las emisiones otoacusticas para el pesquisaje del deficit auditivo. Rev Habanera Cienc Méd 2006; 5 (1)
  • 14 Konopka W, Pawlaczyk-Luszczynska M, Sliwinska-Kowalska M, Grzanka A, Zalewski P. Effects of impulse noise on transiently evoked otoacousticemission in soldiers. Int J Audiol 2005; 44 (1) 3-7
  • 15 Olszewski J, MiBoDski J, Olszewski S, Majak J . et al. Hearing threshold shift measured by otoacoustic emissions alter shooting noise exposure in soldiers using hearing protectors. Otolaryngology -head and Neck Surgery 2007; 136 (1) 78-81
  • 16 Jerger S, Jerger J. Alterações Auditivas: Um Manual para Avaliação Clínica. Rio de Janeiro, Livraria Atheneu Editora, 1989;
  • 17 Dias A, Cordeiro R. Interação entre grau de perda auditiva e o incômodo com zumbidos em trabalhadores com história de exposição ao ruído. Rev Bras de Otorrinolaringol 2008; 74 (6) 876-8
  • 18 Possani LNA. Estudo da Prevalência e das características do zumbido em trabalhadores expostos ao ruído. 2006. 109 f. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS, Porto Alegre.