Resumo
Objetivo
Comparar retrospectivamente o impacto do uso de denosumabe neoadjuvante em tumores
de células gigantes (TCG) de grau III de Campanacci no fêmur proximal com acometimento
da articulação do quadril.
Métodos
Avaliamos retrospectivamente 18 casos de TCG de grau III de Campanacci do fêmur proximal
que foram submetidos à cirurgia entre janeiro de 2014 e dezembro de 2019 em nosso
hospital. Um grupo de 10 pacientes receberam denosumabe neoadjuvante em dose de 120 mg
uma vez por semana por 4 semanas, enquanto outro grupo, com 8 pacientes, não recebeu
denosumabe antes da cirurgia. Dois pacientes foram submetidos à curetagem intralesional
e os demais, à ressecção e artroplastia de quadril. As comparações foram feitas usando
o teste t não pareado e o teste exato de Fisher. Os resultados funcionais foram avaliados pelo
escore revisto da Musculoskeletal Tumor Society (MSTS) e pelo escore de quadril de Harris (Harris Hip Score, HSS) em 6 semanas, 6
meses e 12 meses de acompanhamento. A incidência de recidiva também foi determinada.
Resultados
A comparação das médias dos escores MSTS entre os grupos com e sem denosumabe foi
de 24,0 ± 6,5 versus 20,0 ± 6,0 (p = 0,04) em 6 semanas, respectivamente; 26,0 ± 5,0 versus 23,0 ± 0,67 (p = 0,04) em 6 meses, respectivamente; e 28,8 ± 1,7 versus 29,5 ± 0,33 (p = 0,35) em 12 meses, respectivamente. A comparação das médias das pontuações no HSS
entre os grupos com e sem denosumabe foi de 61,02 ± 7,36 versus 48,52 ± 3,97 (p = 0,03) em 6 semanas, respectivamente; 81,1 ± 2,97 versus 79,15 ± 3,24 (p = 0,82) em 6 meses, respectivamente; e 89,84 ± 3,75 versus 90,05 ± 3,00 (p = 0,38) em 12 meses, respectivamente. Não houve recidiva.
Conclusão
O denosumabe foi clinicamente eficaz na melhora dos desfechos funcionais em curto
prazo, mas os desfechos funcionais em longo prazo foram semelhantes entre ambos os
grupos. Não observamos aumento na taxa de recidiva no grupo com denosumabe.
Abstract
Objective
To retrospectively compare the impact of using neoadjuvant denosumab for Campanacci
grade-III giant cell tumor (GCT) of the proximal femur involving the hip joint.
Methods
We retrospectively reviewed 18 cases of Campanacci grade-III GCT of the proximal femur
receiving surgery between January 2014 and December 2019 from our hospital. One group
of 10 patients received weekly neoadjuvant denosumab 120 mg for 4 weeks, while the
other group of 8 patients did not receive denosumab before surgery. Two patients were
subjected to intralesional curettage while the others received resection and hip arthroplasty.
Comparisons were made using unpaired t -test and Fisher's exact test. Functional outcomes were assessed by revised Musculoskeletal
Tumor Society (MSTS) score and Harris Hip Score (HHS) at 6 weeks, 6 months, and 12
months of follow-up, as well as incidence of recurrence.
Results
The comparison of the mean MSTS scores of the denosumab and non-denosumab groups was
as follows: 24.0 ± 6.5 versus 20.0 ± 6.0 (p = 0.04) at 6 weeks respectively; 26.0 ± 5.0 versus 23.0 ± 0.67 (p = 0.04) at 6 months respectively; and 28.8 ± 1.7 versus 29.5 ± 0.33 (p = 0.35) at 12 months respectively. The comparison of HHSs between the denosumab and
non-denosumab groups was as follows: 61.02 ± 7.36 versus 48.52 ± 3.97 (p = 0.03) at 6 weeks respectively; 81.1 ± 2.97 versus 79.15 ± 3.24 (p = 0.82) at 6 months respectively; and 89.84 ± 3.75 versus 90.05 ± 3.00 (p = 0.38) at 12 months respectively. There was no recurrence.
Conclusion
Denosumab was clinically effective in improving the short-term functional outcomes,
but long-term functional outcomes remained similar between the groups. We did not
find an increased recurrence rate in the denosumab group.
Palavras-chave denosumabe - fraturas proximais do fêmur - neoplasias ósseas - quadril - tumores de
células gigantes
Keywords bone neoplasms - denosumab - giant cell tumor - hip - proximal femoral fractures
Bibliographical Record Sheikh Muhammad Ebad Ali, Badaruddin Sahito, Hina Khan, Awais Abro, Sunel Kumar, Muhammad
Usman Ali. Desfechos pós-operatórios com ou sem denosumabe adjuvante em tumores de
células gigantes de grau III do fêmur proximal: Um estudo retrospectivo comparativo.
Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00451809522. DOI: 10.1055/s-0045-1809522