Open Access
CC BY 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60(01): s00451802963
DOI: 10.1055/s-0045-1802963
Artigo Original

Principais fatores preditivos dos desfechos do reparo artroscópico do manguito rotador

Article in several languages: português | English
1   Divisão de Ortopedia, Rede Sarah Hospitais de Reabilitação, Brasília, DF, Brasil
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2   Departamento de Cirurgia Geral e Especializada, Faculdade de Medicina, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil
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Suporte Financeiro Os autores declaram que não receberam suporte financeiro de agências dos setores público, privado ou sem fins lucrativos para a realização deste estudo.
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Resumo

Objetivo Avaliar os desfechos funcionais após o reparo artroscópico do manguito rotador em uma população adulta e estabelecer os fatores de risco para o prognóstico ruim deste procedimento.

Métodos Este estudo de coorte retrospectiva analisou os prontuários médicos de 302 ombros submetidos à artroscopia para reparo do manguito rotador entre 1° de outubro de 2014 e 31 de dezembro de 2017. Os pacientes foram incluídos se tivessem uma lesão completa do manguito rotador e atendessem a outros critérios específicos. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados de forma consistente e o tratamento pós-operatório envolveu um protocolo de reabilitação estruturado. A principal medida de desfecho foi a necessidade de cirurgia adicional ou um escore de ombro da University of California, Los Angeles (UCLA) < 28 em 2 anos após a cirurgia. As análises estatísticas incluíram métodos descritivos, inferenciais e de regressão logística.

Resultados O sucesso do tratamento foi observado em 234 ombros (77,5%), enquanto 68 ombros (22,5%) foram classificados como falhas de tratamento. Fatores significativamente associados à falha do tratamento incluíram o acometimento de mais de 2 tendões (razão de chances [RC]: 2,8; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 1,5–5,0) e lesão com mais de 25 mm de tamanho (RC: 2,9; IC95%: 1,6–5,3). Pacientes com 75 anos ou mais apresentaram taxa de falha de 54,5% em comparação a 21,3% em pacientes mais jovens (p = 0,019). A classificação de Goutallier de degeneração gordurosa foi significativamente pior em pacientes mais velhos (p = 0,001). Pacientes críticos, definidos como aqueles com idade ≥ 75 anos, classificação de Goutallier > 2 e tamanho de lesão > 25 mm, apresentaram taxa de falha do tratamento de 75,0% (RC: 11,2; IC95%: 2,2–57,0).

Conclusão A artroscopia do manguito rotador não mostrou pior prognóstico com base somente na idade até os 75 anos. No entanto, nos pacientes com mais de 75 anos, degeneração muscular significativa e lesões grandes tiveram chances substancialmente maiores de desfechos ruins. Tratamentos alternativos devem ser considerados para melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade dos membros superiores desses pacientes críticos.

Contribuições dos Autores

Todos os autores contribuíram para a concepção e o delineamento experimental do estudo. A preparação do material, coleta de dados e análise foram realizadas por MCP, CLSF, PCM e RACC. A primeira versão do manuscrito foi escrita por MCP, e todos os autores comentaram as versões anteriores. Todos os autores leram e aprovaram o manuscrito final.


Estudo desenvolvido na Divisão de Ortopedia, Rede Sarah Hospitais de Reabilitação, Brasília, DF, Brasil.




Publication History

Received: 11 April 2024

Accepted: 09 January 2025

Article published online:
28 April 2025

© 2025. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

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Bibliographical Record
Mauro Coura Perez, Cládis Lopes Sanches Filho, Pedro Cordeiro Moraes, Rodrigo de Almeida Chame de Castro, Gabriel de Araújo, Vinicius Schott Gameiro. Principais fatores preditivos dos desfechos do reparo artroscópico do manguito rotador. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00451802963.
DOI: 10.1055/s-0045-1802963