Resumo
Objetivo Avaliar, em uma população brasileira, o ângulo de rotação externa entre o eixo transepicondilar
(ETE) e o eixo condilar posterior (ECP), a fim de estipular se o uso universal de
3° de rotação externa do componente femoral é apropriado neste grupo de pacientes
na artroplastia total do joelho (ATJ).
Métodos O ângulo de rotação externa foi medido em 167 imagens de ressonância magnéticas utilizando-se
4 métodos diferentes para o ECP, de acordo com os pontos de referências posteriores:
medida A – proeminências condrais; medida B – proeminências ósseas; medida C – proeminências
ósseas lateral e condral medial; e medida D – proeminências condral lateral e óssea
medial. As medidas obtidas foram comparadas estatisticamente com os valores tradicionais
de rotação externa de 3° empregados na ATJ.
Resultados As médias do ângulo de rotação externa para as medidas A,B,C,D foram de 5,44° ± 2,39°,
4,94° ± 2,10°, 8,56° ± 2° e 2,33° ± 2°, respectivamente. Todos os métodos de medição
resultaram em diferenças significativas em relação ao valor universal de 3° (p > 0,0001). Diferenças estatísticas foram encontradas em todas as comparações intergrupos
entre os métodos de medição (p > 0,0001), exceto na comparação entre as medidas A e B (p = 0,1614).
Conclusão Utilizando um ponto de referência condral ou ósseo para o ECP, o ETE na população
brasileira estudada apresentou aproximadamente 5° de rotação externa. A rotação tradicional
do componente femoral de 3° em relação ao ECP pode ser insuficiente na população brasileira,
sobretudo no joelho valgo. Assim, enfatizamos a importância de uma abordagem individualizada
para alcançar o alinhamento rotacional ideal dos componentes na ATJ.
Palavras-chave
articulação do joelho - artroplastia do joelho - imageamento por ressonância magnética
- rotação
Bibliographical Record
Enzo Mameri, Isabelle Kaptzky Ballarini, Maria Beatriz Pinheiro Leonel, Marcio de
Castro Ferreira, Marcus Vinicius Malheiros Luzo, Marcelo Seiji Kubota. Morfologia
do fêmur distal em uma população brasileira: Desafiando o uso universal de 3° de rotação
externa. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00441800923.
DOI: 10.1055/s-0044-1800923