METASTASE PERITONEAL DE MELANOMA DE COROIDE: RELATO E REVISÃO DE LITERATURA

Introdução: O melanoma de coróide é a principal neoplasia ocular primária. é uma neoplasia estromal. o principal sítio de metastase é o fígado. isso acontece porque a principal via de disseminação é hematogênica. Após o tratamento primário, aproximadamente 50% dos pacientes irão desenvolver metastases em até 15 anos e o fígado será acometido em aproximadamente 90% desses casos Apresentação do caso: I.A.B., fem, 69 anos, portadora de melanoma de coroide de olho esquerdo, realizou braquiterapia em janeiro de 2006. Apresentou recidiva local em fevereiro de 2012, sendo submetida a enucleação. Em abril de 2016 foi submetida a ressonância de abdome com achado de duas lesões hepáticas focais de até 4,3 cm, captantes ao PET-CT com SUV de 12,8. Programação cirurgica de ressecção hepática videolaparoscópica com achado de lesão exofítica em segmento IV/V e multiplos implantes em peritoneo diafragmatico a direita e epiplon. Anatomo patológico da biopsia peritoneal: infiltração por melanoma. Foi optado por abortar o procedimento cirurgico e iniciar tratamento sistêmico com nivolumab. Apesar do melanoma de coróide ser a principal neoplasia maligna ocular, sua incidência é de 1/100.000 pacientes. Instalada a neoplasia primária, existem alguns fatores associados ao risco aumentado de metastase: subtipo epitelioide, tamanho do tumor, atividade mitótica, infiltração linfocitica, grau de pigmentação, extensão extra-esclera e idade ao diagnóstico. O melanoma de coróide tem uma sobrevida melhor do que outros tipos de melanoma e a metastase pode ser tardia. Nenhum tratamento adjuvante foi capaz de prevenir metastases após o controle do tumor primário. A doença metastática tem um prognóstico sombrio com sobrevida média de 2-12 meses. Apenas 2-7% dos pacientes são candidatos a ressecção hepática. Em pacientes selecionados, a ressecção cirurgica de metastase hepática parece aumentar a sobrevida. Não há estudos randomizados comparando metastasectomia hepática com terapias sistêmicas. porém, uma revisão abrangente do papel da cirurgia sugere que pacientes que tenham lesões hepáticas completamente ressecadas evoluem melhor comparado àqueles que a metastase não é passivel de ressecção. A carcinomatose peritoneal secundária a melanoma de coróide é uma apresentação rara e pouco descrita de evolução desta doença. Geralmente está associada com metastases hepáticas e diminui bastante a expectativa de vida do paciente.

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Article published online:
10 July 2025