CISTO EPIDERMOIDE RETRORRETAL: UM RELATO DE CASO

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Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 59 anos, assintomática, em acompanhamento com a Oncologia por neoplasia de mama, que foi encaminhada para a Coloproctologia devido a formação cística pré-sacral detectada em tomografia de pelve. Solicitou-se uma colonoscopia, que não identificou alterações, e uma ressonância magnética de pelve evidenciou formação de aspecto cístico no espaço pré-sacral posterior ao reto que, media 3,3x4,5x2,2 cm, com conteúdo hemático proteico sugestivo de hamartoma cístico retrorretal, e um PET scan não evidenciou atividade metabólica. Propôs-se cirurgia por incisão de Parks, sendo retirado nódulo íntegro de consistência amolecida, compatível com cisto epidérmico, com reação granulomatosa do tipo corpo estranho no cóccix. A paciente apresentou boa evolução, e está realizando seguimento semestral com ressonância de pelve, sem recidivas até o momento.

Discussão Os cistos epidermoides são lesões congênitas raras, benignas, originadas a partir do ectoderma remanescente erroneamente distribuído durante a embriogênese. Constituem-se histologicamente por uma fina parede de epitélio escamoso estratificado, revestida por células granulares contendo detritos descamados, queratina, colesterol e água em seu interior. Podem ocorrer em todo o corpo, sendo mais comuns no rosto, pescoço, tórax, região dorsal superior, escroto e genitais. A ocorrência nas regiões retrorretal e pré-sacral é rara, com incidência aproximada de 0,0025%, mais frequente em mulheres em idade reprodutiva, na maioria das vezes assintomática e, quando sintomática, inespecífica, apresentando dor perineal, dor lombar, constipação intestinal e tenesmo. Quando altamente suspeitado, o exame retal permite diagnóstico em até 90% dos casos, e identifica lesões macias, doloridas e facilmente depressíveis. A ressonância magnética é o exame de imagem de escolha para o diagnóstico, a avaliação das estruturas adjacentes e a escolha da abordagem cirúrgica. A ressecção cirúrgica se faz necessária em todos os pacientes, devido ao risco de infecções e malignidade, de forma que somente a excisão completa da parede do cisto determina o tratamento e evita recorrências. O diagnóstico é confirmado de forma definitiva após a análise histopatológica, e os pacientes apresentam excelente prognóstico.

Comentários Finais O cisto epidermoide retrorretal apresenta difícil diagnóstico, dada a sua raridade e sintomatologia muitas vezes ausente. O exame retal e a ressonância magnética de pelve constituem ferramentas fundamentais para investigação na suspeita do diagnóstico.

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Article published online:
27 February 2024