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CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781112
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doenças Anorretais

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA ANAL ATENDIDAS EM SERVIÇO PÚBLICO DE CAMPINAS – SP: RESULTADO PARCIAL

Safira Martha Azevedo de Castro
1   Hospital Municipal Doutor Mario Gatti, Campinas – SP, Brasil.
,
Paula Buozzi Tarabay
,
Joaquim José de Oliveira Filho
,
Lina Meneses Chave
,
Gustavo Sevá Pereira
,
Fabio Henrique Mendonça Chaim
,
Marcello Imbrizi Rabello
,
Gabriela Domingues Andrade Ribeiro
› Author Affiliations
 

safira.azevedo@yahoo.com.br

Introdução A incontinência anal ou fecal é a perda não intencional de fezes sólidas ou líquidas, classificada como uma disfunção do assoalho pélvico. É uma patologia de tratamento multidisciplinar que causa um impacto negativo na qualidade de vida do paciente em diversos aspectos, como função sexual, saúde mental, situação econômica, e isolamento social.

Objetivo Apresentar o perfil epidemiológico de pacientes do sexo feminino com incontinência anal atendidas em um serviço público.

Materiais e Métodos Foram aplicados aos participantes questionários de incontinência fecal (Jorge-Wexner) e de qualidade de vida relacionado À incontinência fecal (Fecal Incontinence Quality of Life, FIQL), e levantados dados como idade, peso e altura, paridade, cirurgias prévias, medicações em uso e comorbidades.

Resultados Foram avaliadas 30 mulheres com queixa de incontinência fecal, com idade média de 66 anos, e IMC médio de 26 Kg/m2. Das mulheres, 90% já tinham sido submetidas a parto vaginal, e 36%, a alguma cirurgia no assoalho pélvico. Dislipidemia, HAS e DM eram comuns a 83% da amostra. De todas as mulheres, 50% referiram ter uma saúde boa. De acordo com o questionário de Jorge-Wexner, 40% das mulheres sempre perdiam fezes sólidas, e esse número aumentava para 66% quando as fezes eram líquidas. A queixa mais frequente apontada no questionário FIQL foi “perco fezes sem perceber” (15 pacientes), seguida de “sinto que não tenho controle do meu intestino” (14 pacientes). Ao todo, 11 dessas pacientes referiram que já se sentiram tristes ou desanimadas algumas vezes o suficiente para se preocupar (se incomodar). As queixas relacionadas à atividade sexual foram difíceis de serem mensuradas, pois 34% delas não tinham relação sexual por outros motivos. Mas 5 dessas pacientes referiram que a incontinência fecal já havia atrapalhado muitas vezes o ato sexual.

Conclusão O presente estudo demonstrou o impacto que o sintoma de incontinência fecal causa no cotidiano das mulheres; apesar de ser uma condição benigna, está se tornando cada vez mais frequente com o aumento da expectativa de vida, o que deveria justificar o interesse da comunidade médica. A aplicação de questionários com perguntas direcionadas sobre o assunto nos faz entender melhor o perfil epidemiológico dessas pacientes e o impacto causado em suas vidas.



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Article published online:
27 February 2024

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