Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781051
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doença Inflamatória Intestinal

BOLSITE POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE APÓS PROCTECTOMIA COM BOLSA ILEAL E ILEOSTOMIA PROTETORA EM FUNÇÃO DE RETOCOLITE ULCERATIVA: RELATO DE CASO

Marcelo Filipe Andrade Bonifácio
1   Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF), Juiz de Fora – MG, Brasil.
,
Isabella Pereira Santos Silva
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João Victor de Miranda Avelar
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Laura Marôcco Valle
,
Roberta Oliveira Raimundo
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Cristiane de Souza Bechara Mota
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Leonardo Oliveira Silva
,
Lorena Nagme de Oliveira Pinto
› Institutsangaben
 

marcelo_bonifacio@outlook.com

Apresentação do Caso Uma paciente do sexo feminino, de 46 anos, portadora de retocolite ulcerativa (RCU) havia 8 anos (desde 2015), tinha realizado colectomia total com ileostomia terminal havia 2 anos (em abril de 2021) em função de uma pancolite aguda grave. Em abril de 2023, realizou proctectomia com confecção de bolsa ileal (pouch) e ileostomia protetora em dois tempos, devido à intensa atividade da doença, demonstrada clinicamente e por retoscopia com biópsia. Em seguida, foi internada por sete dias, com pós-operatório em CTI, com boa evolução clínica e sem intercorrências. Em junho de 2023, compareceu ao Ambulatório de Coloproctologia com queixa de que, desde a alta hospitalar, apresentava mucorreia volumosa com incontinência e necessidade de uso de fraldas. A paciente é portadora de vasculite leucocitoclástica, fibromialgia, DRGE e depressão, e está em uso de vedolizumabe, ciclobenzaprina, citalopram, zolpidem, pregabalina e clonazepam. Ao exame físico, apresentou ileostomia em alça em bom aspecto ao toque retal, com discreta estenose, facilmente dilatada ao toque digital. Como conduta, após a avaliação pelo Serviço de Gastroenterologia e a solicitação de exames laboratoriais, os resultados foram positivos para GDH e toxinas A e B na pesquisa por infecção pelo Clostridium difficile (C. diff). A paciente foi tratada com vancomicina oral por 14 dias; entretanto, houve recorrência da infecção, com melhora na saída de líquido pelo ânus, mas com persistência da saída de muco. Nesse contexto, optou-se pela extensão do tratamento com vancomicina em pulso decrescente, que está em curso até o momento.

Discussão Infecções pelo C. diff apresentam manifestações e respostas diversas em cada indivíduo, desde diarreias leves até colites graves. A literatura aponta que portadores de DII têm maior propensão a desenvolver infecções por C. diff, e pacientes com RCU apresentam maior risco de recorrência da infecção e taxas mais elevadas de colectomia após o episódio infeccioso. Ademais, há maior risco de bolsites quanto maior for a concentração de anaeróbios nas bolsas ileais. A virulência do C. diff é atribuída às ações das toxinas A e B, que têm efeitos citotóxicos e enteropáticos. E o sistema imunológico é crucial no combate à infecção, pois afecções nesse sistema podem levar a consequências mais negativas ao quadro dos pacientes.

Considerações Finais A abordagem de pacientes com RCU é desafiadora e requer condutas individualizadas, dado o risco de complicações com morbimortalidades significativas, como a bolsite por C. difficile.



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Artikel online veröffentlicht:
27. Februar 2024

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