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DOI: 10.1055/s-0043-1764779
RELATO DE CASO: IMPLANTE DE PRÓTESE NO TRATAMENTO DE FÍSTULA ENTÉRICA EM PACIENTE PORTADOR DE CROHN COM MÚLTIPLAS ENTERECTOMIAS PRÉVIAS
Introdução A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o ânus, e o processo inflamatório da doença envolve toda a espessura da parede intestinal. As sequelas importantes incluem estenose, obstrução, fístula e formação de abscesso. A intervenção cirúrgica é geralmente reservada a pacientes com complicações relacionadas com a doença ou cuja doença é refratária ao tratamento clínico.
Relato de Caso LCB, de 35 anos, do sexo masculino, portador de doença de Crohn, sintomático desde os 22 anos, diagnosticado 4 anos após. Iniciou tratamento com biológico em 2011, evoluiu com abdome agudo perfurativo em 2013, foi submetido a enterectomia segmentar com enteroanastomose primária, e foi realizada troca de biológico; após três meses do procedimento, o paciente evoluiu com múltiplas fístulas enteroentero e enterocutânea. Apresentou perda ponderal importante, e chegou à magreza de grau III. Realizou-se nova abordagem cirúrgica, com múltiplas enterectomias e sem alça suficiente para realizar ileostomia de proteção. No sétimo dia de pós-operatório (PO), evidenciou-se um fístula no íleo terminal, e realizou-se tratamento conservador com nutrição parenteral total e octreotida, mas a fístula permaneceu ativa. No 43° dia de PO, o paciente foi submetido a procedimento radiointervencionista, com implante de prótese multiperfurada na alça intestinal e trajeto fistuloso. Ele teve boa evolução, introduziu-se dieta por via oral escalonadamente, com o paciente sem queixas abdominais e hábito intestinal diário de fezes e flatos.
Discussão Optou-se pela colocação prótese multiperfurada na alça intestinal e trajeto fistuloso para que a peristalse intestinal fizesse pressão negativa, e drenasse a secreção na cavidade abdominal para o lúmen, e também funcionasse como um tampão.
Conclusão Há diversas opções de terapia, e suas indicações dependem do contexto do paciente. No caso, optou-se pela colocação de prótese devido ao alto risco de reoperação e ao baixo débito de fístula.
Publication History
Article published online:
16 March 2023
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