CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2022; 42(S 01): S1-S219
DOI: 10.1055/s-0043-1764737
Câncer do Cólon/Reto/Ânus
ID – 112279
Pôster Eletrônico

TUMOR NEUROENDÓCRINO DE RETO

Cinthya Helena da Silva Moulin de Souza Nogales
1   Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
,
Iara Vasconcellos Seixas
1   Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
,
Thais Bisi Timoteo
1   Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
,
Rodolpho Luiz da Silva
1   Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
,
Rayanne de Araújo Silva
1   Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
› Author Affiliations
 

Introdução O tumor neuroendócrino (TNE) de reto é uma patologia rara com incidência de 0,7-0,8 por 100 mil habitantes, bem diferenciada e de crescimento indolente, originada de um precursor celular comum que são as células de Kulchitsky e as criptas de Lieberkun. No reto, o TNE é observado como um nódulo pequeno, circunscrito, amarelado e submucoso. A maioria dos pacientes é assintomática, e os sintomas comuns observados na patologia são desconforto anorretal e sangramento retal. O tamanho do tumor é o aspecto distinguível que determina o tratamento: aqueles com menos de 2 cm de diâmetro requerem apenas excisão local transanal e a taxa de sobrevida em 5 anos é satisfatória.

Objetivo Descrever o procedimento endoscópico realizado e avaliar o prognóstico da patologia.

Materiais e Métodos O estudo é um relato de caso de um paciente atendido no Hospital Federal dos Servidores do Estado com revisão da literatura. O instrumento de coleta foi o prontuário eletrônico.

Relato do Caso F, de 51 anos, com histórico de diarreia (10 a 14 episódios por dia) com muco e sem sangue, realizou colonoscopia, que evidenciou nódulo de 2 cm submucoso distando 10 cm da margem anal. A biópsia foi inconclusiva, e a imuno-histoquímica evidenciou tumor neuroendócrino. Foram realizados exames de rastreio, tomografia de tórax, abdome e pelve, sem evidências de doença metastática. A ressonância magnética de pelve não visualizou a lesão, e cadeias inguinais e ilíacas estavam livres de doença. Foi indicada uma retossigmoidoscopia flexível após preparo colônico completo (anterógrado e retrógrado), com preparo excelente, e observou-se lesão submucosa de 10 mm, distando 7 cm da margem anal. Realizou-se elevação da mucosa adjacente com solução de manitol a 20%, e posterior mucosectomia com alça diatérmica, sem intercorrências. O resultado do histopatológico foi sugestivo de neoplasia epitelioide submucosa, bem diferenciada, com ulceração de mucosa, que media 0,8 cm, com contagem mitótica inferior a 2/mm² e ausência de necrose. Não foi detectada invasão perineural e/ou angiolinfática. A margem cirúrgica estava comprometida pela lesão. Foi solicitado estudo imuno-histoquímico, cujo resultado sugeriu tumor neuroendócrino bem diferenciado de grau I, com índice de proliferação de 1%. O paciente encontra-se bem, sem sintomas gastrointestinais, com colonoscopia de controle programada.

Conclusão Os TNEs diagnosticados precocemente apresentam estadiamento favorável e podem ser tratados apenas com ressecção endoscópica, com sobrevida em 5 anos superior a 80%.



Publication History

Article published online:
16 March 2023

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