CORRELAÇÃO DOS GRÁFICOS MANOMÉTRICOS DE CONTRAÇÃO PARADOXAL DO MÚSCULO PUBORRETAL E DO TESTE DE EXPULSÃO DO BALÃO EM PORTADORES DE CONSTIPAÇÃO INTESTINAL CRÔNICA: EXISTE CONCORDÂNCIA?

Introdução Sabe-se que a incidência de Constipação Intestinal Crônica (CIC) é elevada e não existe uma padronização e emprego adequado de exames complementares para manejo dos pacientes com evacuação obstruída. Acredita-se que a comparação de duas formas de diagnóstico da dissinergia pélvica, como a Manometria Anorretal (MNAR) e o Teste de Expulsão do Balão (TEB), poderá auxiliar na assistência ao paciente com Constipação Intestinal Crônica, principalmente aqueles com distúrbio de defecação funcional.

Objetivo Correlacionar os resultados da MNAR durante o esforço evacuatório com o TEB e exame digital, tendo a MNAR como padrão ouro, em pacientes portadores de CIC e verificar a concordância no diagnóstico de contração paradoxal do músculo puborretal.

Materiais e Métodos Estudo prospectivo, observacional, transversal, e monocêntrico. Os pacientes foram avaliados em momento único que antecedeu o exame de MNAR com TEB, no qual foram coletados os seguinte dados: anamnese (idade, sexo, índice de massa corpórea, comorbidades, paridade e via de parto, e medicações em uso), critérios de ROMA III, critérios de Agachan, consistência das fezes segundo Escala de Bristol, toque retal e exame anorretal digital, com avaliação do tônus de repouso, da contração esfincteriana e do esforço evacuatório segundo os critérios previamente definidos por Digital Rectal Examination Scoring System (DRESS) e avaliação da presença de anismus ao exame físico.

Resultados Foram analisados 46 pacientes com constipação intestinal crônica com suspeita de dissinergia do assoalho pélvico, sendo que 96,9% eram do sexo feminino, e a média de idade foi de 56 anos. Ao todo, 72,0% dos pacientes tinham sinais manométricos de contração paradoxal do músculo puborretal, e 89,85% conseguiram expulsar o balão. Animus ao exame físico não foi observado em 75,86% dos pacientes. Comparando-se TEB com as curvas na MNAR, 70,4% dos pacientes tinham sinais manométricos de contração paradoxal do músculo puborretal, mas conseguiram expulsar o balão. Já em relação aos achados de exame físico, 70,6% dos pacientes tinham anismus e também sinais manométricos de contração paradoxal do puborretal.

Conclusão O TEB é um exame simples e de baixo custo. Porém, quando o paciente consegue expulsar o balão, nem sempre corresponde à contração paradoxal do músculo puborretal à MNAR. Portanto o TEB não é recomendado isoladamente como triagem para o diagnóstico de dissinergia pélvica.

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Artikel online veröffentlicht:
16. März 2023