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DOI: 10.1055/s-0043-1764614
ANÁLISE DO PRIMEIRO MUTIRÃO DE COLONOSCOPIAS PÓS-PANDEMIA DA MAIS NOVA RESIDÊNCIA EM COLOPROCTOLOGIA/SUS CREDENCIADA PELA SBCP
Introdução O câncer colorretal (CCR), apesar da alta incidência, tem prevenção e cura. A colonoscopia é ferramenta fundamental na prática do cirurgião colorretal, e tem papel central na prevenção secundária, no diagnóstico, e no tratamento dessas lesões (Kann et al., Dis Colon Rectum, 2006). Entretanto, houve redução no número de exames na pandemia de COVID-19 (Chen et al., Dis Colon Rectum, 2016), o que impactou negativamente na prevenção do CCR, assim como na formação de médicos residentes em coloproctologia.
Objetivo Apresentar os resultados do primeiro mutirão de colonoscopias do serviço de residência médica em coloproctologia da rede do Sistema Único de Saúde (SUS), a residência mais recentemente credenciada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
Materiais e Métodos Estudo transversal descritivo de pacientes submetidos a colonoscopia na campanha Março Azul 2022. Os pacientes eram da fila de espera de exames do SUS, coordenada pelo Divisão de Regulação municipal, e receberam preparo de cólon padrão com lactulose. Todos os exames foram realizados pelos médicos residentes de coloproctologia com assistência dos preceptores.
Resultados Em 3 dias, foram examinados 61 pacientes, sendo 40 mulheres e 21 homens com idade média de 54,5 anos, e 17 pacientes não compareceram ao exame, com taxa de absenteísmo de 21,8%. Ao todo, 9 exames tiveram preparo inadequado, 2 foram parciais (não chegaram ao ceco), e 1 foi suspenso por intercorrência clínica (arritmia). Não houver eventos adversos graves. Foram diagnosticados 9 (14,7%) pacientes com doença diverticular do cólon, 1 (1,6%), com adenocarcinoma de reto, 1, com diverticulite, além de uma taxa de 5% de colite inespecífica. A taxa de detecção de pólipos foi de 32,7% (20 pacientes) com 100% de polipectomias. A literatura relata que não há diferença significativa nesses achados com ou sem a participação de residentes (Eckardt et al., Dis Colon Rectum, 2009). A localização mais comum foi o cólon esquerdo, seguida do transverso e ascendente.
Conclusão O mutirão pós-pandemia resultou em auxílio crucial no alívio da fila de espera para o exame na rede SUS regional. A ação beneficiou pacientes, ao possibilitar a detecção e a ressecção de pólipos em um terço da população estudada, além do diagnóstico de câncer e de outras importantes doenças. Atrelado a isso, os residentes de coloproctologia ganharam práticas fundamentais e preciosas para a formação de futuros cirurgiões colorretais, o que compensou o lapso de aprendizado durante a pandemia.
Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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